terça-feira, 26 de abril de 2005

Epístola de Maqsúd (1)

INTRODUÇÃO

Quem tenha um conhecimento, ainda que superficial, sobre os propósitos e os ensinamentos da religião baha'i, já ouvi, por certo, algumas citações das escrituras bahá'ís. São, regra geral, citações que descrevem a terra como um só país ou apelam à criação de uma nova ordem mundial. Grande parte dessas citações são provenientes de chamada Epístola a Maqsúd (a).

Esta epístola foi revelada em 'Akká, em 1882. Alguns excertos desta epístola foram publicados ao longo do século vinte. Mas só em 1978, a comunidade bahá’í teve acesso à sua tradução integral, primeiramente em inglês, e posteriormente noutras línguas, num volume intitulado "Epístolas de Bahá'u'lláh reveladas após o Kitab-i-Aqdas"(b). Trata-se de um conjunto de epístolas importantes reveladas por Bahá'u'lláh durante os últimos anos da Sua vida; nelas se esclarecem e reafirmam alguns ensinamentos anteriormente estabelecidos.

Porque a Epistola a Madsíd é uma das mais citadas epístolas de Bahá’u’lláh, nos próximos tempos vou colocar aqui uma série de posts sobre os seus temas.


Ilustração da cidade de 'Akká, 1880, cidade onde foi revelada a Epístola de Maqsúd


QUEM FOI MAQSÚD?

O destinatário foi um crente chamado Mirzá Maqsúd que vivia na Síria. Os historiadores bahá'ís pouco nos dizem sobre este crente. A própria Epístola de Maqsúd acaba por ser praticamente a única fonte de informação sobre este crente. Assim, sabemos que Maqsúd vivia em Damasco e tinha escrito pelo menos duas vezes a Bahá'u'lláh. Dedicava-se à poesia [43]; Mirzá Aqa Jan (o secretário de Bahá'u'lláh) recitara os seus poemas na presença de Bahá'u'lláh [36] e podia-se perceber como ele desejava visitá-Lo pessoalmente.

Bahá'u'lláh devia ter muita estima por Maqsúd pois afirma-lhe que Se lembrará dele [41] e declara que Deus também se lembrará dele. Bahá'u'lláh acrescenta também que o nome de Maqsúd é muitas vezes mencionado na Sua presença [36]. Quando a epístola foi revelada, Maqsúd preparava-se para empreender uma viagem a Mosul (no Iraque) [40, 41] com o objectivo de divulgar a nova religião. Bahá'u'lláh faz-lhe algumas recomendações sobre essa viagem, aconselhando-o a usar tacto e sabedoria [40].

Bahá'u'lláh apresenta ainda alguns conselhos de ordem espiritual e material [42]. Assim, diz-lhe que se ele ficar feliz com tudo o que lhe suceder isso será digno de louvor. Também o aconselha a arranjar uma profissão. Já no final da Epístola, Bahá'u'lláh revela também uma oração para Maqsúd [46].

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NOTAS
(a) - Ver esclarecimento na Baha’i International Library.
(b) - Na tradução portuguesa, esta Epístola ocupa 20 páginas e contém 51 parágrafos (referidos entre parêntesis rectos ao longo dos próximos parágrafos); o parágrafo Nº1 começa com as palavras "Ele é Deus, excelso é Ele, o Senhor de Majestade e poder". Ao longo destes posts os números dos parágrafos são indicados entre parentesis rectos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante! Gostei de ler e não conhecia. É bom ires publicando estas coisas. Pode ler-se depressa e vai dando ideia do que foram aqueles tempos do início da Revelação. Beijinhos,

DAD

P.S. - Tudo parece tão próximo de nós!

Marco Oliveira disse...

DAD,
Sobre esta Epístola vou colocar um post por semana...
Para não enjoar...
:-)
Sobre a proximidade, senti-a quando fiz a minha peregrinação; quando vi as canetas, os textos originais e uma série de objectos pessoais de Baha'u'llah foi como se tivesse tomado consciência que Ele existiu e há pouco mais de 100 anos estava connosco.

Elfo disse...

Sortudo!!!

Marco Oliveira disse...

É verdade.
Tenho tido sorte em várias coisas. E a possibilidade de fazer peregrinação foi uma delas.
Foi a poupar o dinheirito que se ganhava na tropa que consegui fazer a viagem. Não tinha encargos... e aproveitei.
Hoje seria muito mais complicado