quarta-feira, 19 de outubro de 2005

A caminho de uma Paz Menor?

Notícia da edição de hoje no jornal Metro:

Menos guerras do que há uma década

Um estudo realizado pelo Human Security Centre, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, revelou que os conflitos bélicos em todo o mundo são menos frequentes e causam menos mortos do que há 10 anos, noticiou a BBC.

O documento afirma que a incidência de guerras civis, genocídio e crises internacionais sofreu uma redução de 40 por cento desde o fim da Guerra Fria e as despesas em compra de armamento desceram um terço nos últimos 13 anos. A única forma de violência que não registou uma queda é o terrorismo.

ONU contribui para a paz
Para o decréscimo das guerras no mundo contribuíram, segundo os investigadores, as operações de manutenção de paz e intervenções das Nações Unidas, assim como, a distribuição de ajuda humanitária. O estudo revela que o número mais baixo de conflitos internacionais deu espaço para um aumento de confrontos étnicos dentro dos países.

A maioria dos conflitos ocorre actualmente em África, onde também foi registado uma redução de número e de intensidade.


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Só um comentário: porque é que esta notícia não é tema de capa?

7 comentários:

ELCAlmeida disse...

Porque apesar do Metro e Destak serem jornais de distrribuição gratuita, há sempre necessidade de haver chamariz. E a redução de guerras não é notícia de primeira página nem merece destaque qu o justifique.
Mas já o seria se os países X e Y estivessem em guerra e o ataqu de um tivesse provocado ZZZZZ milhares de mortes.
É a cultura humanista da moderna e hipócrita Humanidade.
Basta ver quais os programas de maior audiências nas TV's.
Cumprimenos
Eugénio Almeida

Anónimo disse...

Marco

"Porque é que esta notícia não é tema de capa?"

Há várias razões. Mas talvez a mais importante tenha a ver com o fim da "guerra fria" e o facto que os Estados Unidos se terem tornado a única superpotência mundial. É sob a sua "jurisdição", e não da ONU, que existe há 50 anos, que esta "paz menor" acontece. Ora, verificar isto é muito aborrecido para o anti-americanismo que por cá grassa.

Anonymous #2

Marco Oliveira disse...

Pois é Eugénio,
Vivemos numa espécie de ditadura dos media. É o 4º poder a controlar a sociedade...

Anonymous #2,
Não diria que é só por vontade dos EUA. Em algumas situações, pequenas nações conseguiram impor a sua vontade (a primeira coisa que me ocorre é a forma como a diplomacia portuguesa se movimentou quando se deu a crise em Timor). Acredito que gradualmente a Ordem Internacional se vai reequilibrar; as Nações Unidas não se tornarão um mero auditório onde os países vão ouvir a vontade dos EUA.

Quanto ao anti-americanismo considero que é uma visão parcial e distorcida daquilo que é a América (tal como o pró-americanismo). Daquilo que conheço dos EUA, considero que se trata de um país capaz do melhor e do pior que a civilização ocidental pode fazer.

João Moutinho disse...

N'gola é o nome da tribo que originou o nome de Angola, não é?
Pois é boa gente, os jornais e telejornais gostam muito de apresentarem imagens de violência como chamariz mas o facto de as mostrarem também poderá ser um factor de intimidação para os potenciais executantes.
Mas não deixa de ser triste não os verem a promover as boas notícias tão exaustivamente.
Uma reportagem sobre Haifa para quando?...
A ONU representa um grande salto no estado evolutivo da humanidade, há muitas críticas que lhe são feitas mas se não existisse viveríamos num mundo muito mais perigoso.
Quanto ao papel dos EUA, não nos devemos esquecer daquela decisão infelicíssima que os americanos tomaram após a I Grande Guerra em que resolveram volver-se ao seu (até então) tradicional isolacionismo e abandonaram a Liga das Naçães com os trágicos resultados que sabemos.
Os EUA têm necessariamente uma visão tradicional do mundo diferente da dos europeus, é que eles nasceram como um colónia.
Nós somos muito bonzinhos mas por cá ainda reina os jus sanguinis e lá é o jus solis.

João Moutinho disse...

N'gola é o nome da tribo que originou o nome de Angola, não é?
Pois é boa gente, os jornais e telejornais gostam muito de apresentarem imagens de violência como chamariz mas o facto de as mostrarem também poderá ser um factor de intimidação para os potenciais executantes.
Mas não deixa de ser triste não os verem a promover as boas notícias tão exaustivamente.
Uma reportagem sobre Haifa para quando?...
A ONU representa um grande salto no estado evolutivo da humanidade, há muitas críticas que lhe são feitas mas se não existisse viveríamos num mundo muito mais perigoso.
Quanto ao papel dos EUA, não nos devemos esquecer daquela decisão infelicíssima que os americanos tomaram após a I Grande Guerra em que resolveram volver-se ao seu (até então) tradicional isolacionismo e abandonaram a Liga das Naçães com os trágicos resultados que sabemos.
Os EUA têm necessariamente uma visão tradicional do mundo diferente da dos europeus, é que eles nasceram como um colónia.
Nós somos muito bonzinhos mas por cá ainda reina os jus sanguinis e lá é o jus solis.

Anónimo disse...

Marco

Repara que mesmo em Timor as coisas só se resolveram sob pressão (mesmo que suave) dos EUA.
Também gostava de ver a ONU com uma capacidade interventiva maior. Mas há profundas reformas a serem feitas - por ao mesmo nível ditadores mais ou menos brutais e democracias respeitadoras dos direitos humanos não pode dar bons resultados...


Anonymous #2

Marco Oliveira disse...

Pois é, meu caro Anonymous #2!
No fundo somos cada vez mais a perceber que necessitamos de uma ordem internacional onde as Nações Unidas sejam um árbitro isento e imparcial das relações entre as nações.
Parece que estamos de acordo em muitas coisas, hein? :-)