quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Sala de Espera

As salas de espera para consultas de obstetrícia têm um ambiente muito especial. As grávidas comparam as respectivas barrigas e parece que se medem umas às outras pela quantidade de semanas de gestação; algumas metem conversa e falam das sensações, das ansiedades, dos sonhos e expectativas. As mãos que fazem festas às barrigas e o "andar à pinguim" são também imagens comuns destes locais.

Mas da última vez foi diferente. Do gabinete de consultas saiu outro casal; ele estava branco como cal, e ela chorava agarrada a ele. Um choro de desespero que interrompeu as conversas e despertou todas as atenções. Lembrei-me que nem sempre o ser humano consegue realizar os seus mais belos sonhos. Oxalá este casal consiga forças para superar este momento tão difícil.

4 comentários:

João Moutinho disse...

O Mundo nem sempre é cristalino e todos gostamos de nos rever nos casos de sucesso.
Há situações que por muito que sejam explicadas e por maior que seja a sensibilidade do ouvinte ou receptor jamais poderão ser entendidas e/ou vividas.

Anónimo disse...

felizmente, prefiro acreditar que as situações más são muito raras e não penso nelas até me acontecerem (claro que também faço tudo para evitar que me batam à porta). por isso continua a pensar só nos casos bons. eu esperei muito tempo para ter um filho só porque pensava que alguma coisa de errado podia acontecer com ele, depois de decidir que iria viver um dia de cada vez foi tudo excelente.

Anónimo disse...

mesmo assim aconteceu um caso dificil na familia, que fez com que ficassemos um bocado perdidos, pelo menos na primeira semana, mas conseguimos juntar-nos com o mesmo objectivo: tornar tudo mais fácil para os pais do nosso priminho e para nós também. metemos todos mãos à obra e fomos nós que explicámos aos médicos as implicações do que tinha acontecido, ao futuro do bébé. aquilo que deveriam ter sido eles a explicar. agora que sabemos com o que contamos e o que devemos fazer é tudo mais fácil.

Anónimo disse...

Na minha opinião, a paternidade e a maternidade são etapas profundas também na experiência religiosa.
Sim, dina, como diria Jesus Cristo"basta a cada dia o seu mal".