sábado, 3 de junho de 2006

Bons e Maus professores

Nos muitos textos e artigos que o Expresso dedica hoje aos muitos problemas da educação no nosso país, não posso deixar de concordar com algumas ideias apresentadas no Editorial:
As propostas de alteração ao Estatuto da Carreira Docente obtiveram dos sindicatos a resposta habitual: um «não» global e rotundo. Pena que esta seja quase sempre a atitude das principais associações sindicais dos professores, que acabam por dar a ideia de apostarem em que nada mude no ensino, mesmo aquilo que está mal e à vista de toda a gente.

(...)

Muitos anos de falso igualitarismo e de um arremedo de avaliação - a participação em acções de formação muitas vezes irrelevantes para o trabalho de ensinar é quanto basta para se ir mudando de escalão – contribuíram para a degradação de uma classe profissional que é indispensável prestigiar de novo. A situação até agora inexistente só privilegia os maus professores – os que chegam à escola por falta de saídas profissionais alternativas, os incompetentes ou os faltistas e abusadores de toda a espécie que são uma espécie de parasitas do sistema. Sabemos que eles existem em todas as actividades; mas a escola é um espaço sensível e exposto perante a sociedade, pelo que tais comportamentos assumem especial gravidade.

Os alunos são os primeiros prejudicados. Mas os colegas responsáveis e cumpridores não o são menos. Desde logo porque muitas vezes têm de responder, com sobrecarga do seu próprio trabalho, às falhas e erros dos outros. E depois porque o mau desempenho de uns poucos contribui de forma decisiva para a má imagem de todos. Aliás, os bons professores são os primeiros a queixar-se e os sindicatos, que supostamente os representam, deviam saber reflectir as suas preocupações.

5 comentários:

Elfo disse...

Mas afinal, que mal te fizeram os Sindicatos?
E estás a falar de que sindicatos?
É que sindicatos dos professores, penso que é destes que está a escrever, há uma meia dúzia deles e que nem se podem ver uns aos outros. Para grande alegria do Ministério da Educação - assim que se chama agora?, não é? -,assim quanto mais divididos estiverem os Professores mais descontentamento há entre os pais dos rebentos que transformaram a Escola numa creche esquecendo-se dos seus papéis de pais e educadores.

E agora são estes encarregados de educação da treta que vão avaliar o desempenho dos professores.
Quanto às acções de formação que não servem para nada a não ser para a subida de escalão , os professores não são perdidos nem achados nestes processos duvidosos. É que não foram eles que os inventaram nem tampouco são eles que escolhem os temas para essas acções de formação que muitas vezes são mais de deformação do que outra coisa.
Quanto aos professores faltosos e absentistas há que analizar caso a caso e não generalizar, assim como também se não devem generalizar todos os alunos só porque alguns são uns chungas que parasitam à porta das escolas a roubar dinheiro e telemóveis, aos alunos e outras coisas mais. Usam navalhas, que os pais lhes ofereceram, e numa das escolas onde fui presidente da associação de pais, houve um aluno que até uma pistola de 6mm levou para a aula e disparou para o ar já fora do recinto escolar.
É com estes energumenos que os professores têm de lidar no dia a dia.
Os alunos mais "certinhos" levam os telélés para as aulas e os professores têm de lhos retirar, o que cai mal aos pais dos meninos que assim não podem contactar com o rebento quando lhes der na gana, para além de que foram eles que ofereceram os telemóveis aos filhos e os srs professores não tinham nada que lhos tirar.
Os professores passam "as passas do Algarve" para aturar estas aleivosidades e depois ainda sofrem a humilhação de serem avaliados por estes pais de trazer por casa.
É que os pais que se interessam realmente pelos seus filhos e que não se limitam a despejá-los à porta da escola e ir buscá-los, quando vão, estes pais vão às reuniões com os/as directoras de turma e interessam-se pela aprendizagem dos seus filhos e estão preocupados se eles são ou não disciplinados.
Muitas vezes os alunos trazem para a escola os dramas familiares com que se debatem em casa, e despejam para cima dos professores o que deviam fazer num bom psicólogo e às vezes até num bom psiquiatra.
Não é por acaso que a maioria dos casos de psiquiatria são de professores do chamado secundário.

Marco Oliveira disse...

Eu, “encarregado da educação da treta”, assisto enfrento pela primeira vez uma ovelha negra no sistema de ensino: a professora de matemática do meu sobrinho. É uma professora que:

• Chega atrasada a imensas aulas, incluindo às de testes.
• Quando um aluno coloca uma dúvida, regra geral é insultado com palavras como “burro”, “palerma”, “camelo”.
• Os alunos que frequentam explicações são alvo de um sarcasmo especial quando colocam dúvidas: “Então tu andas em explicações e não sabes isso?”
• São poucas as aulas em que concluiu mais do que um exercício.
• Dificilmente se percebem as suas explicações;
• Os sumários não indicam a progressão das matérias leccionadas;
• Não passa trabalhos para casa;
• O método de ensino parece basear-se apenas em explicação teórica de matéria e exercícios de aplicação a resolver pelos alunos; falta o treino prévio e a explicação de como se resolvem os problemas.
• Tenho ainda conhecimento de vários casos de relacionamento conflituoso com os alunos fora das salas de aula.

Eu, “encarregado da educação da treta”, apresentei queixa numa reunião de pais sobre este assunto e vim a saber que a minha queixa não ficou registada na acta dessa reunião.

Eu, “encarregado da educação da treta”, fui falar pessoalmente com a professora. E antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela perguntou-me “Que habilitações literárias tem você?” Como se a minha reclamação dependesse do facto de eu ser Doutor ou Pedreiro!

Eu, “encarregado da educação da treta”, vi a dita professora justificar a desmotivação e os maus resultados nos alunos com base no programa. Então porque é que a desmotivação não existe noutras disciplinas?

Eu, “encarregado da educação da treta”, considero que se deve separar o trigo do joio. A mesma escola tem professores brilhantes (e alguns chumbaram merecidamente o meu sobrinho!)

Eu, “encarregado da educação da treta”, ando a pagar impostos que servem para pagar ordenados de gente profissionalmente incompetente?

Num colégio privado esta professora estaria na rua ao fim de um mês! No ensino público, esta situação é encoberta por outros professores e sindicatos!

Anónimo disse...

Talvez haja aqui um problema de fundo mais amplo e vasto. Vital Moreira escreveu hoje no Causa Nossa: "Aumento de 100% das despesas, com menos alunos e poucos mais professores, e sem nenhuma melhoria dos indicadores do ensino. Para onde foi essa imensa quantidade de dinheiro? Quem é que está a "assaltar" o orçamento do Estado?"

Elfo disse...

Bom, pelos vistos, temos pela 1ª vez desde a 1ª República um governo Socialista na verdadeira acepção da palavra.
Os professores passam a desempenhar o papel de educadores do filhos dos pais relapsos que não têm tempo nem paciência para os seus filhos.
Sócrates vai atribuir uma verba de 250 Euros por aluno/ano para que as autarquias, Encarregados de Educação e quejandos possam preencher os tempos"livres" dos alunos obrigando-os assim a permanecerem na Escola dez horas seguidas. Quem se candidatar a aturar os meninos nessas horas recebe os ditos 250 por aluno durante um ano, mas têm de ser aprovado pelas Escolas..., isto é o que eu chamo jobs for de boys dos governos e em especial deste que parece que é mesmo Socialista, isto é, desempenha a função social de criar "postos de trabalho" aos magotes de desempregados que votaram nele. Desta nem o Paulo Portas se lembraria, mais populismo que este não há.
Qualquer dia vamos ver os Professores a candidatarem-se para dar as tais "aulas de apoio" aos meninos que durante o tempo de aulas se estão marimbando para as matérias e para os professores.

Poi é, como dizia o Jorge Sampaio:" A malta não sabe matemática".
A culpa deve ser dos professores, pois os meninos em casa até aprendem umas coisas com os Morangos com Açucar e até já ouvi dizer que há lá professores e professoras, mas na série nunca mostram a relidade a não ser aquela que interessa aos "putos", isto é, curtir umas cenas à maneira...!
Na Escola que a minha filha frequenta apareceu uma aluna de 15 anos grávida e o garoto que a emprenhou subiu uns valentes degraus na escala social dos chungas lá da Escola. Quando algum professor o chama à atenção por qualquer coisa o puto volta-se para o stôr e diz-lhe: mas você sabe com quem está a falar? É que eu já sou pai.
Pois é tem quinze anos, e vai dar um encarregado de educação de truz.

Elfo disse...

Ora como eu dizia no comment anterior o Jorge Sampaoi quando dizia que a malta não ssabe matemática, de certeza que sabia do que estava a falar..., pois o Sr. Engº José Sócrates, que por acaso até é daqui da minha santa terrinha, não só não sabe matemática, como também não sabe aritmética pura e simples. Se não vejamos:
Uma Escola com 280 alunos a multiplicar por 250 Euros dá 70.000 Euros. Se multiplicarmos esta verba por mil escolas, temos uma verba de setenta milhões de Euros(70.000.000), daqueles que todos nós pagamos do nosso bolso em impostos, coimas e outras receitas que este governo inventa para nos sacar do bolso tudo quanto pode.

O "nosso" IVA é de 21%, em Espanha é de 16% e vivem melhor que nós, e eu como sou um cidadão do mundo quando posso vou fazer compras a Espanha que fica aqui a uns 53 Km e ainda atesto o depósito de gasóleo lá, que é mais barato.

A Banca em Portugal é a que dá mais lucros aos banqueiros e, no entanto, em quatro meses aumentaram-me o juro da prestação da casa em 120 euros.

O Sócrates tem as carreiras congeladas desde o tempo do sr. Engº Guterres e assim as vai manter até que os funcionários abandonem os cargos e vão para o privado.

É caso para dizer, citando o Belmiro de Azevedo:"Nunca ganhei tanto dinheiro senão com os governos Socialistas"

Pois é, os governos Socialistas portam-se como autênticos barões quando estão no governo e quando estão na oposição até costumam fazer um bom trabalho.

Por isso o Sr. Engº dá um bom lieder da oposição, mas um péssimo 1º Ministro.

Não é que outros que por lá passaram tenham sido melhores, mas pelo menos tinham uma oposição à altura.