quinta-feira, 29 de junho de 2006

Kitáb-i-Íqán (22)

MOISÉS (2ª Parte)
O segundo de dois posts sobre a figura de Moisés nas Escrituras Bahá'ís.
Entre parêntesis rectos indica-se o nº do parágrafo citado. Sobre a numeração dos parágrafos do Kitáb-í-Iqan, ver
Notes on paragraph numbering of the Kitab-i-Iqan.
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Os Primeiros Anos

Bahá'u'lláh refere que o advento de Moisés foi profetizado por magos egípcios e sábios hebreus. “Os adivinhos do Seu tempo advertiram o Faraó nestes termos: «Surgiu uma estrela no céu! Ei-la! Prognostica a concepção de uma Criança que segura nas mãos o vosso destino e o de vosso povo.» Assim também apareceu, na escuridão da noite, um sábio trazendo novas de júbilo ao povo de Israel, consolando-lhe a alma e tranquilizando-lhe o coração.”[68] Neste episódio vemos um paralelismo com o relato do Evangelho onde se descreve o aparecimento de uma estrela no céu nos dias que antecederam o nascimento de Jesus. (a) (Mt 2:1-2)

Num outro parágrafo do Kitáb-i-Íqán, é referido que Moisés "por quase trinta anos fora, aos olhos do mundo, criado na casa de Faraó e alimentado à sua mesa"[58]. Mas um episódio viria a mudar o rumo da Sua vida: "Um dia, Ele, ainda na juventude, antes de haver proclamado o Seu ministério, passava pelo mercado, quando viu dois homens lutando. Um deles pediu socorro a Moisés contra o adversário e então Moisés interveio e matou-o."[42]

O Vale de Jetro, no Sinai
O vale de Jetro, no Sinai.
Ilustração de H.Fenn, 1875.

A condição social de Moisés era um obstáculo para que a Sua mensagem fosse aceite quer por egípcios, quer por hebreus. Aos olhos dos egípcios, Ele era um assassino; aos olhos dos hebreus, Ele era um egípcio, um filho do povo opressor. A propósito disto, Bahá'u'lláh chama mais uma vez a atenção do leitor para o facto dos desígnios de Deus serem frequentemente contrários aos desejos dos seres humanos. Esses desígnios são verdadeiras provações que o Criador coloca à humanidade:

...como são múltiplas e estranhas as provações com que Ele experimenta Seus servos. Considera tu como Ele escolheu subitamente dentre Seus servos e Lhe confiou a exaltada missão de ser um Guia divino, Àquele conhecido como homicida, que confessara, Ele mesmo, a Sua crueldade e que por quase trinta anos fora, aos olhos do mundo, criado na casa de Faraó e alimentado à sua mesa. Não poderia Deus, o Rei Omnipotente, ter impedido a mão de Moisés de cometer assassínio para que isso não Lhe fosse atribuído, facto este que tanta perplexidade e aversão causou entre o povo?"[58]
A Sarça Ardente / A Revelação

É extremamente difícil perceber o momento em que o Manifestante de Deus toma consciência da Sua missão. Esse momento de íntima ligação entre Deus e o Manifestante é frequentemente descrito com metáforas e simbolismos que nos permitem apenas um vislumbre da intensidade espiritual desse momento. Os Livros Sagrados do passado afirmam que durante o exílio em Midian, Moisés recebeu a revelação de Deus e tomou conhecimento da Sua missão.

Segundo Bahá'u'lláh, "Moisés entrou no vale santo, na solidão do Sinai, e aí, da «Árvore que não pertence nem ao Este nem ao Oeste», teve a visão do Rei da glória. Ai Ele ouviu a Voz comovedora do Espírito, que Lhe falava do Fogo ardente..." [42]. Noutras epístolas reveladas anos mais tarde, Bahá'u'lláh apresentou descrições das palavras que Moisés ouviu de Deus noutras ocasiões:

Recorda tu os dias em que Aquele que conversou com Deus vigiava no deserto, as ovelhas de Jetro, Seu sogro. Escutou Ele a Voz do Senhor do género humano proveniente da Sarça Ardente que fora erguida na Terra Santa - Voz essa que exclamava: «Ó Moisés! Verdadeiramente, sou Deus, teu Senhor e o Senhor de teus antepassados, Abraão, Isaac e Jacob». (b) (cf. Ex 3:6)
Na Epístola ao Filho do Lobo, Bahá'u'lláh apresenta outras descrições dos momentos em que Moisés recebeu revelações divinas:

E quando Ele subiu até o fogo, uma Voz clamou-Lhe da Sarça, à direita do Vale, no Local sagrado: «Ó Moisés, eu, verdadeiramente, sou Deus, o Senhor dos mundos!» (c)
E ainda:
E quando chegou até o fogo, Ele foi chamado: «Ó Moisés! Verdadeiramente Eu sou Teu Senhor; tira portanto, Tuas sandálias, pois está no vale sagrado de Towa(d). E Eu escolhi-Te: dá ouvidos, então ao que Te será revelado. Verdadeiramente, Eu sou Deus, não há outro Deus além de Mim, Portanto, adora-Me.»(e) (cf. Ex 3:5)


O Monte Serbal, no Sinai.
Ilustração de J.D.Woodward, 1875.

Um Episódio Final

Um episódio ocorrido no final da vida de Moisés é mencionado por 'Abdu'l-Bahá no livro Respostas a Algumas Perguntas. Numa entrevista com uma das primeiras crentes ocidentais, o filho de Bahá'u'lláh esclarece que nos livros sagrados as repreensões dirigidas por Deus aos Seus Manifestantes são na verdade dirigidas ao povo. E entre os exemplos apresentados cita o Antigo Testamento:
... todo Profeta é a expressão do povo inteiro. Portanto, as promessas e as palavras que Deus Lhe dirige são dirigidas a todos. A linguagem da repreensão é, geralmente, muito severa para o povo, e também seria arrasadora. Assim, a Perfeita Sabedoria adopta esse modo de falar, como se encontra na Bíblia, por exemplo, quando os filhos de Israel se revoltaram e disseram a Moisés: «Nós não podemos lutar contra os amalecitas, porque eles são poderosos, fortes e corajosos.» Então, Deus repreendeu Moisés e Aarão, embora a obediência de Moisés fosse completa e Ele jamais se revoltasse. De certo que um tão grande homem – o mediador da Graça de Deus, incumbido de transmitir a Sua Lei – há necessariamente de obedecer aos mandamentos de Deus. (…)

E mais; em Números, capítulo XX, versículo 23: "E falou o Senhor a Moisés e a Aarão no monte de Hor, na costa da terra de Edom, dizendo: Aarão juntar-se-á ao seu povo, porque não entrará na terra que doei aos filhos de Israel,pois tende-vos revoltado contra a Minha Palavra nas águas de Meriba"(f); e no versículo 13: "Estas são as águas de Meriba, porque os filhos de Israel discutiram com o Senhor, Ele santificou-Se nelas".
Vejamos: o povo de Israel revoltou-se, mas aparentemente a repreensão foi dirigida a Moisés e Aarão. No Livro de Deuteronómio, capítulo III, versículo 26, está escrito: "Mas o Senhor indignou-se comigo por vossa causa, e não me ouviu. Em vez disso, disse-me: Baste-te, não Me fales mais nisto."

Ora, essas palavras e essas repreensões eram realmente para os filhos de Israel que, por se terem revoltado contra os mandamentos de Deus, tinham permanecido durante muito tempo, cativos no deserto árido, do outro lado Jordão, até o tempo de Josué – bendito seja! Essas repreensões, pois, destinavam-se ao povo de Israel, embora parecessem ser para Moisés e Aarão.(g)
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REFERÊNCIAS

(a) – Bahá'u'lláh refere que quando os Livros Sagrados mencionam a estrela que surge no céu anunciando o aparecimento de um Manifestante esses trechos podem ter uma leitura literal ou simbólica [68-73]. No sentido literal, tratar-se-á de um fenómeno físico; no sentido simbólico refere-se a figuras proféticas que anunciam o aparecimento do novo Manifestante (semelhante a João Baptista). Na religião baha'i, essas figuras foram Sheik Ahmad e Siyyid Kazim.
(b) – Epistolas de Bahá'u'lláh, pag. 292
(c) – Epistle to the Son of the Wolf, pag. 118
(d) – Alcorão 20:12. Também mencionado como o "Vale Sagrado"
(e) – Epistle to the Son of the Wolf, 117

(f) – 1 Num 20:2-13
(g) – Respostas a Algumas Perguntas, cap. 44

16 comentários:

João Moutinho disse...

Os filhos de Israel mais uma vez retornam à Terra Santa.
Numa análise imparcial há de ser fácil de entender porquê.
Quando foram expulsos, tê-lo-ão sido porque Moisés "acusou-os". Desta vez a Misericórdia do Senhor protege-os.

Anónimo disse...

Joao Moutinho,

Tu acreditas num Deus temperamental que hoje gosta mais de um povo e amanhã gosta mais de outro?
Qual é o pai justo que tem preferências entre os seus filhos? O normal é que ele trate todos com igual afecto.

Mikolik disse...

Olá,

A pergunta do GH tem lógica, e embora pense que o João Moutinho tenha razão, o ponto de vista do GH também é correcto, a meu ver.

Tenho a acrescentar que; há que não esquecer que a JUSTIÇA é um dos atributos Divinos, além do mais no plano espiritual não há filhos, pais, mães, etc, nem raças, tampouco género, por isso a associação que o GH faz também não é totalmente correcta. No fundo a analogia que se faz entre a relação de Deus para o homem com a de um pai e os seus filhos, é apenas uma analogia, é uma explicação redutora que se utiliza para tentar perceber melhor a nossa relação com Deus, mas não quer dizer que seja em tudo igual.

No mundo material, e mesmo no espiritual, acho que a lei da causa-consequência é incontornável, é nisso que consiste a justiça divina, o cumprimento das leis universais que regem todo o universo em todos os "Reinos de Deus".

"Reinos de Deus" é mais uma expressão, muito comum nas Escrituras Bahá'ís, com sentido metafórico que se refere aos vários planos de existência humana, por isso em geral aparece - o reino da terra e dos céus - ou seja, o mundo material e os vários níveis de vida espiritual que se lhe seguem.

João Moutinho disse...

Antes de mais quero explicar que o que vou dizer é uma interpretação meramente pessoal.

Não estamos a falar de um Deus temperamental que haja de forma discricionária.

Quando Jesus anunciou a Sua missão os Judeus rejeitarm-No e só posteriormente foram expulsos da Palestina. Mas também estava profetizado que quando Ele voltasse os Judeus retornariam e assim acontece.

Se os locais sagrados Bahá'ís estivessem sob a guarida de uma governo muçulmano era natural que fossem alvo de acções negativas. Até porque os muçulmanos mataram O Báb e agrilhoaram Bahá'u'lláh durante 40 anos. Assim, foram estes que se autoexcluíram - tal como os Judeus há 2000 anos.

As oportunidades são dadas a todos. O livre arbítrio é que conduz à tomada de decisão de cada um - embora neste caso estejamos a falar de um povo.

Anónimo disse...

Mikolik (que raio de nick!)

Eu chamo a isso a posição do equilibrista: não cai para um lado nem para outro, mas depois acaba por cair em contradição.

Justiça significa isso mesmo: justiça. E o que o Joao Moutinho deu a entender é que Deus é “temperamental” (e não justo) na Sua relação com a humanidade. Deus ontem gostava dos muçulmanos, hoje gosta dos judeus... Que raio de Deus é esse????

Portanto, aquilo que eu escrevi não é compatível, ou complementar, com aquilo que o Joao Moutinho escreveu.

Por outro lado, dizer que a justiça divina está num plano superior aos humanos, que há leis incontornáveis, e mais os “Reinos de Deus” é apenas um mero jogo de palavras para baralhar a conversa.

A minha questão é muito simples: na vossa perspectiva há, ou não, justiça na relação de Deus com a humanidade? E isso tem de ter uma resposta clara, directa e sem floreados de linguagem. O João Moutinho já deu a entender que não há justiça (sim, eu sei que é a opinião dele é meramente pessoal, como todas as outras que aqui aparecem).

Mikolik disse...

Epá GH, que nome é este? :-)

Mikolik é um grande nick, resulta da junção dos nomes dos meus dois filhos, Miguel e Oiver, a quem chamo Miko e Olik, para mim tem imenso significado. Já agora, mikolik é o nick do teu "conhecido" Pedro Reis.

GH, eu confesso que deveria fundamentar melhor as minhas ideias e explicações, mas acredito que tu não as percebas porque não queres perceber, e o mesmo é verdade para o que em geral o João Moutinho e o Elfo têm escrito.

O que o João disse no último comentário, para mim não leva a nenhuma das tuas novas conclusões, nomeadamente quando dizes: - "o Joao Moutinho deu a entender é que Deus é “temperamental” (e não justo) na Sua relação com a humanidade " - eu acho que o João não disse nada disso, tu é que pensas que ele disse, se calhar porque TU próprio pensas dessa maneira.

Qualquer pessoa verdadeiramente crente, acredita que Deus significa a suprema perfeição, ora não é suposto o Ser Perfeito, ser injusto! A não ser que entendas a injustiça como uma coisa boa.

Eu acredito que Deus é justo, com a mesma convicção que acredito que tu só vais perceber isso se quiseres, independente de A, B ou C te virem aqui ou em qualquer lado explica-lo da melhor forma possível.

A injustiça divina existe da mesma forma, que costumamos designar a natureza por injusta, quando somos vitimas de catástrofes naturais. Ora, não há nada de injusto numa e noutra. O homem é que formula essa sua percepção sob pontos de vista condicionados pelo seu estado particulr e ignorância perante essas entidades maiores que não consegue compreender. É a minha opinião!

Anónimo disse...

“confesso que deveria fundamentar melhor as minhas ideias”
“acredito que tu não as percebas porque não queres perceber”

Na primeira frase confessas uma certa incapacidade para expor um ponto de vista; na segunda, achas que quem não compreende o teu ponto de vista é porque não quer. Afinal como é? Explicas-te mal e a culpa é dos outros? E que história é essa dos outros não quererem compreender? Até parece que estás num pedestal de conhecimento superior! Não te falta um pouquinho de modéstia?

E depois acho engraçada essa história do “se calhar porque TU próprio pensas dessa maneira”. Mas tu sabes em que é que eu acredito? Deu-te para imaginações ou andas armado em psicólogo?

E essa de identificar as catástrofes naturais com a injustiça divina… deixa muito a desejar.

Já agora: GH são as iniciais do meu nome.

Elfo disse...

"... Por Tua, perdoa-me pelas coisas que tenho cometido em Tua santa presença e não me dirijas o olhar da justiça, mas sim, salva-me através de Tua graça, trata-me com Tua mesericórdia e de acordo com Teus generosos favores, assim como é digno de Tua glória. ..."
- O Báb

Elfo disse...

"... Por Tua graça, perdoa-me pelas coisas que tenho cometido em Tua santa presença e não me dirijas o olhar da justiça, mas sim, salva-me através de Tua graça, trata-me com Tua mesericórdia e de acordo com Teus generosos favores, assim como é digno de Tua glória. ..."
- O Báb

Elfo disse...

Ó meu caro GH, se o Pedros Reis tivesse de fundamentar tudo que escreve teria de te escrever um livro inteiro só para tu perceberes metade do que ele diz. Quando escrevemos aqui, às vezes julgamos que falamos todos a mesma linguagem e que lemos os mesmos livros, mas isso infelizmente não é assim.

O Pedro nunca se armou em sabichão nem nunca se pôs em cima de nenhum pedestal, como tu dizes. Na verdade, ele até fala numa linguagem que quer que seja acessível a todos..., mas ainda há sempre quem não queira ver o óbvio e teime em atribuir aos outros o que nos vai no nosso próprio pensamento.

O Pedro Reis não precisa de advogados que o defendam, muito menos de mim, pois tem uma craveira intelectual muito acima da média dos que aqui escrevem nos quais me incluo.

Marco Oliveira disse...

Só um comentário:

As catástrofes naturais nada têm a ver com justiça divina. Fazem parte da natureza. E a natureza não é justa ou injusta; é como é.Ser vítima de uma catástrofe natural é um risco inerente à nossa condição humana. A vida é mesmo assim.

Acontece, com frequência, que quem é vítima, ou está próximo, dessas catástrofes, se questiona sobre o porquê das mesmas. Na incapacidade de conseguir uma resposta, imagina que se trata de um "castigo divino".

Na vida há muitas coisas para as quais não conseguimos uma explicação; podemos perceber o "como", mas nem sempre entendemos o "porquê". Mas a vida é assim. Inevitavelmente há respostas que ficam por responder. Não me parece correcto endossar à Divindade todas as questões que ficam sem resposta.

Anónimo disse...

João Moutinho tu dizes que és bahá’í e obviamente acreditas na Religião que escolheste no entanto falas da opinião meramente pessoal. Não sei como pode ser? Não serás um pouco contraditório? Mas atenção, não digo que és. Será que tens dois modos paralelos de vida? No entanto concordo com a questão que tentaste explicar. Não é Deus que ora prefere um povo e ora prefere outro.
Foram os judeus que ao renegar e crucificar o Jesus obstruíram o canal de receber as iluminações e dádivas de Deus, mais tarde quando os muçulmanos renegaram o Báb e Bahá’u’lláh e martirizaram o Báb e agrilhoaram Bahá’u’lláh a história repetiu-se.
No entanto o GH se vê perdido no meio das palavras caras não concordando, faz-se de ataque pois bem é simples: nós temos uma morada e partimos a sua procura, no meio da jornada, meio perdidos, alguém tenta nos orientar o caminho certo, o qual nos leva ao destino, mas nós como bons seres humanos, teimosos e arrogantes, não seguimos esta orientação, continuamos por onde achamos que está certo e ao longo da jornada enfrentamos perigos e acabamos perdidos.
Será que Deus quis assim ou o nossos inimigos maior foram a nossa teimosia e arrogância?
Quanto às catástrofes naturais, nada têm a ver com justiça divina. Podem, até certo ponto, tenham a ver com as nossas acções. Vejam por exemplo os repetidos incêndios dos últimos anos em Portugal, houve até previsão científica que se continuar assim Portugal vai ficar como norte da Africa? (Saiu na revista Visão)
Anos atrás no Açores água subiu e fez vítimas, houve quem falou do castigo de Deus. Será Deus que mandou aquela gente construir casas em cima de areia a alguns metros do mar?
Não podemos acusar Deus por falhas nossas, por favor.
“Assim se faz assim se paga”

Marco Oliveira disse...

Jô,
Obrigado pela sua visita a este blog.
Creio que quando o Joao Moutinho escreve que apresenta uma opinião meramente pessoal, isso é apenas para que todos percebam que ele não está a apresentar uma opinião oficial da Fé Bahá'í.

Este blog também não é um blog oficial e as minhas opiniões aqui expressas não são opiniões oficiais. Para isso é que existem sites baha'is oficiais.

No entanto, o debate aqui tem sido muito interessante quando alguém apresenta opiniões pessoais e existem diferenças de opinião.

Anónimo disse...

OI, Marco
Não deu sua opinião sobre o meu comentário acerca dos judeus renegarem Jesus e os muçulmanos a Bahá'u'lláh. Gostaria mesmo saber da sua opinião.
E onde está GH que sumiu, dei um passeio pelo o blog inteiro e não vi os seu comentários depois de alguém ter dito que GH gosta de picar (não me lembro onde foi) na minha opinião esta pessoa não quer picar ninguém, mas sim ela quer indagar as coisas, mas a sua maneira. De facto cada um tem uma maneira de viver e de falar que acho que por mais dura que pareça temos que respeitar e não lhe atacar.
Gostaria de pedir ao pessoal que seja mais tolerante com GH ou com qualquer outra pessoa que quer falar, mesmo que a sua opinião seja oposto que da nossa.
Tchau e até próxima

Marco Oliveira disse...

Jô,
Eu não acredito que a história se repita; em vários episódios da história da humanidade podemos encontrar semelhanças, mas dificilmente poderemos falar em história cíclica; isso quase sugeriria que não existe evolução.

Também tenho muita dificuldade em acreditar num Deus cuja justiça passa pela punição colectiva de um ou mais povos, devido ao que algumas pessoas, com quem eles tinham afinidades religiosas, cometeram no passado. Parece o Deus que nos era apresentado nas histórias para crianças. Afinal a Justiça não é a mais amada de todas as coisas aos olhos de Deus?

Só mais um pormenor: na minha opinião, a morte de Cristo foi um processo político-religioso, da responsabilidade das autoridades militares e religiosas da Palestina do Seu tempo. Não podemos atribuir a responsabilidade da Sua morte aos Judeus como um todo.

Anónimo disse...

Atenção, caro Marco!
O que eu não me referia a uma punição colectiva, mas sim ao fazermos mal, somos nós que obstruímos o canal de bênção divina e quando isto acontece desgraçamos a nossa vida e ainda por cima acusamos Deus.
Pois bem, sendo assim não seria, exactamente, Deus que ande a punir, como tu dizes, um ou mais povos por que a Sua justiça passa pela punição colectiva.
Abraço