terça-feira, 27 de março de 2007

A Ambivalência do Sagrado

O texto seguinte apresenta as ideias expostas pelo Padre Peter Stilwell no debate tema “A Religião no Século XXI: Motivo de Conflitos e Construtora de Paz”. Lembro que se tratam de apontamentos pessoais que podem não representar fielmente tudo o que foi dito pelo director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
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Temos diante de nós uma realidade conflitual. Mas nem toda a conflitualidade é violência; pode ser apenas tensão. No meio destes conflitos surge a religião; e pode surgir como fenómeno que alarga ainda mais a fracturas, em vez de as atenuar. Isto faz parte daquilo que designamos como “ambivalência do sagrado”.

Olhando para os tempos modernos encontramos dois pratos da balança onde se manifesta esta ambivalência. Assim de um lado temos:
  • Irmandade Muçulmana
  • A Teologia da Libertação
  • Brigadas Vermelhas
  • ETA
  • IRA
  • Hamas
  • Hezbollah
Do outro lado encontramos
  • Gandhi
  • Oscar Romero
  • Martin Luther King
  • Joao Paulo II
  • Dalai Lama
  • Ayatollah Sistani
Note-se que as origens dos primeiros não se encontram nas classes mais desfavorecidas. Regra geral, os fundadores daqueles movimentos provêem das classes média e média alta; gostam de falar em nome, e a favor, dos mais desfavorecidos. Temos de ter presente que é uma classe média que se sente mal com os desenvolvimentos em curso e considera que isso ataca as suas raízes religiosas.

Os autores do 11 de Setembro estavam convencidos que faziam algo que era desejado e apreciado por Deus. Um deles recitou uma oração de grande devoção momentos antes do impacto do avião onde ele seguia.

Mas como convencer as pessoas que Deus não deseja o sofrimento dos nossos semelhantes?

5 comentários:

Anónimo disse...

A Teologia da Libertação no mesmo saco que os terroristas?
O Peter Stilwell disse mesmo isto?

Marco Oliveira disse...

Disse.

Anónimo disse...

Também me admira que ele tenha dito isso!

Marco Oliveira disse...

Eu ouvi-o mesmo dizer isto.
E estranhei tanto quanto vocês.
Mas a verdade é que conheço poucas coisas sobre a Teologia da Libertação; só li algumas coisas de Leonardo Boff e Gustavo Gutierrez. E como muita gente simpatizo com o que me parecem ser os princípios da Teologia da Libertação, apesar de desconhecer pessoalmente a realidade social da América Latina e a aplicação prática desta Teologia.

Anónimo disse...

Hoje já nada me surpreende.
Mesmo assim, eu prefiro acreditar que tu ouviste mal.