quarta-feira, 21 de março de 2007

Os Media e o tratamento do Fenómeno Religioso (3)

O que se segue são os meus apontamentos da intervenção de António Marujo numa mesa redonda dedicada ao tema "Os Media e o tratamento do Fenómeno Religioso", realizada durante o colóquio "A Religião fora dos Templos". Tratam-se de apontamentos pessoais que podem não representar fielmente as palavras deste jornalista.
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António Marujo

Como é que as religiões olham os media?

Nos últimos anos, alguns media passaram a ter uma atitude mais profissional em relação às religiões; simultaneamente as religiões também se abriram mais aos media. Mas o jornalismo português ainda revela muito preconceito e ignorância em relação à religião; e as religiões também mostram desconfiança em relação aos media.

O jornalismo talvez já não seja o 4º Poder; o jornalismo português é crítico em relação ao poder político, mas não é igualmente crítico em relação ao poder económico ou ao poder do dirigismo desportivo. Hoje temos claramente uma menor capacidade crítica.

Há acontecimentos que por serem religiosos têm menor peso nos media. Mas também não existe um equilíbrio na atenção dada aos acontecimentos religiosos. Por exemplo, a cobertura dada à morte do Papa João Paulo II foi claramente excessiva; em contrapartida, a primeira visita oficial de Bento XVI (a Colónia), quando existia uma grande expectativa sobre o novo Papa, foi quase ignorada pelos media portugueses; e, no entanto, essa visita foi acompanhada por mais de 7000 jornalistas estrangeiros (e apenas 2 portugueses).

Qualquer acontecimento tem a sua relevância, independentemente de ser religioso ou não. Quando um Bispo ou o Papa diz que é contra o aborto, tocam as campainhas de alarme nas redacções será que isto ainda é notícia? Mas as posições de João Paulo II sobre a guerra no Iraque foram quase ignoradas, assim como as posições de Bento XVI sobre as crises nucleares na Coreia do Norte e no Irão.

Temos um jornalismo muito mimetista; por vezes vamos atrás de propaganda sem darmos conta disso. Veja-se por exemplo a campanha de promoção de um livro sobre a morte de João Paulo I. As redacções foram inundadas com emails e faxes que anunciavam que faltavam x dias para a revelação de um segredo. E quando o livro foi publicado, muitos jornalistas deram-lhe um relevância excessiva.

A exposição de Amadeu Sousa Cardoso na Gulbenkian teve uma enorme cobertura e divulgação nos media; Mas uma exposição de arte sacra com maior duração e igual número de visitantes é praticamente ignorada

O 11 de Setembro fez aumentar a curiosidade sobre o Islão. Houve uma revista que fez um dossier especial sobre o Islão. Este continha variadas análises sociais, políticas, geo-estratégicas... e nem uma análise religiosa do islão.

Ao construirmos o relato de um evento estamos a condicionar acontecimentos. Exemplo: pouco depois de Bento XVI ter concluído a sua viagem a Auschwitz, a AFP publicou um texto em que num parágrafo se dava conta do desagrado de “várias fontes judaicas” pelo facto do Papa ter referido os “seis milhões de polacos mortos durante a guerra” sem que tivesse mencionado que desses seis milhões, metade eram judeus. Essa parágrafo causou polémica e suscitou variadíssimos comentários. Mais tarde veio-se a saber que afinal as “várias fontes judaicas” eram apenas o grão-rabino da Polónia que tinha dito que estava emocionado com as palavras do Papa, apesar de pensar que ele podia ter ido ainda mais longe nas suas afirmações.

A religião (seja fenómeno ou opinião de uma pessoa/instituição) não deve estar isenta de críticas. Já lá vai o tempo em que as religiões controlavam opiniões e comportamentos da opinião pública.
A internet e os blogs têm sido factores de mudança no jornalismo. É possível encontrar interessantes iniciativas individuais feitas fora da alçada das hierarquias religiosas

13 comentários:

Ricardo Alves disse...

Este António Marujo é o autor da «campanha anti-campanha-anti-natal». É significativo que a Comissão de Liberdade Religiosa tenha convidado para falar do modo como os media vêem a religião um indivíduo que tentou convencer as pessoas de que os laicistas queriam proibir o Natal.

Deve ser difícil encontrar um pior exemplo de falta de rigor jornalístico do que o António Marujo. Que a CLR o convide diz muito sobre os seus objectivos.

Marco Oliveira disse...

Ricardo,
Eu considero o António Marujo um bom jornalista e gosto do que ele escreve.
Certamente que não foi por acaso que, no ano passado, ele recebeu o prémio de melhor jornalista europeu no tema de religião.

Na sessão em que o António Marujo participou, estiveram também o Mário Robalo e o Jorge Wemans e as ideias apresentadas por estes foram diferentes das do António Marujo. Ainda bem que houve diversidade de ideias; não acredito que concordes que as pessoas que têm opiniões diferentes da nossa não as possa expressar.

Penso que a Comissão da Liberdade Religiosa fez uma boa escolha de intervenientes nas diferentes sessões e debates. Claro que eu não concordo com tudo o que cada um deles pensa; por exemplo, o Dr. Jonatas Machado apresentou a sua perspectiva sobre “A religião fora dos templos na jurisprudência dos tribunais portugueses”; achei bastante interessante. Mas se ele falasse sobre criacionismo a minha opinião seria outra.

Entre a assistência esteve presente uma pessoa (creio que se chama Sandro) da ARL. Colocou várias questões e sugestões; um dessas sugestões (que me pareceu interessante) era que nos media deveria haver debates entre os membros das diferentes confissões religiosas. Infelizmente, quando o Jorge Wemans lhe respondeu a uma questão, esta pessoa da ARL interrompeu-o sucessivamente; claramente a tua intervenção, no ano passado, foi mais serena e equilibrada.

O que eu estranhei foi a reacção da ARL a este colóquio. Tratou-se de uma visão parcial e distorcida sobre o que se passou. Como é possível reduzir aquele colóquio de dois dias a uma sessão sobre manuais escolares? E mesmo sobre este assunto, o que se defende é que o ensino da religião nas escolas deva ser feito de forma objectiva, clara e sem as distorções grosseiras que se encontram actualmente em diversos manuais escolares. E esse ensino deve abordar as perspectivas históricas e sociais do fenómeno religioso; não pode ser proselitismo.

A CLR existe como órgão consultivo do Governo e da Assembleia da Republica. Não devemos esquecer que os órgãos de soberania do Estado Português possuem diversos órgãos que lhe permitem acompanhar diversos fenómenos sociais e políticos: a economia, as relações internacionais, o desporto, etc. Por que motivo deveria o Estado ignorar o fenómeno religioso? Se o Estado Ignorasse o fenómeno religioso, isso seria ateísmo e não laicidade.

Anónimo disse...

O comunicado da Associação Republica e Laicidade é revelador sobre a natureza desta organização. Parece que eles são os únicos defensores da laicidade. É como se a laicidade fosse apenas aquilo que eles idealizam! Mas a verdade é que mais parecem ateus disfarçados de laicistas. Como diz o povo: gato escondido com o rabo de fora...

Que laicismo é esse que só parece ser feito de anti-clericalismo?

Aliás o Ricardo Alves ao insinuar que a CLR não devia convidar o António Marujo só porque ele não gosta deste jornalista, também diz muito do conceito de democracia destes pseudo-laicistas.

Ricardo Alves disse...

Marco,
em primeiro lugar, a ARL reagiu ao projecto Mucznick porque foi a única proposta concreta que saiu dali. E porque se trata de uma proposta gravíssima, quer por pretender impôr uma disciplina obrigatória de religião, quer por pretender criar uma comissão para tornar os manuais escolares «religiosamente correctos». Não vivemos num Estado confessional ou multi-confessional, por muito que isso custe a grande parte dos membros da Comissão de Liberdade Religiosa.

Esperemos que o Ministério da Educação tenha o bom senso de travar o projecto Mucznick, que, para além de ser inconstitucional, poderia descambar no ensino do criacionismo na escola pública, como se viu na sexta-feira antes do almoço, quando os membros da Comissão de Liberdade Religiosa não criticaram uma senhora que defendeu o ensino do criacionismo nas aulas de ciência. E o Vera Jardim favoreceu a ideia de tornar os manuais de biologia religiosamente correctos, como deves ter ouvido.

Quanto às pessoas que a CLR convida para os colóquios, tem sido uma perfeita vergonha. O ano passado, convidaram académicos para discutir as relações entre igreja e Estado na Alemanha, no Reino Unido, e em mais um Estado europeu de que não me recordo. Quando lhes perguntei porque não tinham convidado alguém que apresentasse o que se passa na França ou nos EUA, responderam-me que o laicismo desses países «não interessava». Consequentemente, e dada a parcialidade e clericalismo dos oradores, houve quem saísse de lá convencido de que ateísmo de Estado e laicidade de Estado são uma e a mesma coisa. Talvez interesse a alguém passar essa impressão, mas não deve ser esse o papel de uma comissão estatal.

Quanto à «diversidade» que referes no colóquio deste ano: o Mário Robalo, o Wemans e o Marujo, são de três confissões religiosas diferentes? Este é um exemplo.

Finalmente, quanto ao António Marujo, deves saber que chegou a escrever um artigo com o título «Quando festejar o Natal é proibido». Nesse artigo, incluía uns factos desconexos, desde um rabino de Seattle que ficou triste por não ver um símbolo judaico, até uma escola espanhola que não teve espaço para fazer a festa de natal (o Marujo nunca explicou que o problema foi a falta de espaço, e tentou fazer do caso uma «perseguição laicista»; em Espanha, o jornal que se atreveu a lançar o boato que ele usou acabou em tribunal...), e finalmente incluiu nessas «proibições do natal» a publicação de um post no site da ARL. A publicação de um post na internete proíbe alguém de celebrar o natal? Se essa campanha do Marujo não foi um exemplo de distorção dos factos, não sei o que será distorção.

E quanto ao prémio que ele recebeu, dada a fundação que lho atribuiu, não abona nada em favor dele.

Ricardo Alves disse...

«o Ricardo Alves ao insinuar que a CLR não devia convidar o António Marujo só porque ele não gosta deste jornalista»

Caro «gh»,
aconselho-o a ler outra vez o que esse Ricardo Alves escreveu. O que foi dito foi que é significativo que a CLR o tenha convidado. Aliás, há outros convites e não convites que são significativos do fechamento/enquistamento da CLR. Na mensagem que acabo de enviar dou um exemplo do ano passado: os modelos de laicidade dos EUA e da França foram deliberadamente ignorados. Posso dar ainda outros, se quiser.

Ah, e quanto ao comunicado da ARL, diga-me lá: defende a obrigatoriedade do ensino da religião na escola pública? E defende o ensino do criacionismo nas aulas de ciência?

Anónimo disse...

Ricardo,
Pois a mim parece-me que tu estás é lixado por não ter sido convidado para falar...
E a tua resposta continua a ser reveladora de certos tiques totalitários. Quem não concorda contigo é logo colocado no saco dos criacionistas, não é verdade?

Conheces algum documento da CLR que defenda o ensino do criacionismo? Nunca vi a CLR a defender o ensino do criacionismo; não imagino que fizessem uma burrice dessas. Quanto ao ensino da religião, deve continuar a ser facultativo. Quando o ensino da religião é feito numa perspectiva histórica ou social, então deve ser rigoroso e não tendencioso como acontece em alguns livros escolares.

Marco Oliveira disse...

Ricardo,
O Estado Português não é confessional; felizmente, a nossa Constituição consagra a separação entre Estado e Religião (apesar de nunca usar a palavra “laicidade”). Mas a sociedade portuguesa é confessional. Isso é um facto inegável. As características dessa confessionalidade podem ser discutidas, mas isso é outra conversa.

A senhora que defendeu o ensino do criacionismo também o fez no ano passado. Confesso que não tenho presente o que o Vera Jardim respondeu, mas lembro-me da resposta que no ano passado o Conselheiro Sousa Brito lhe deu uma resposta curta e clara: "O ensino da Ciência não se pode condicionar por convicções religiosas."

O projecto da Esther Muckznic apenas visa tornar mais rigoroso o ensino do fenómeno religioso nas escolas. Asneiras do tipo “Aos trinta anos, Jesus começou a pregar uma nova doutrina baseada na crença num único Deus (monoteísmo)...” ou “O cristianismo conservou do judaísmo uma característica fundamental: a sua intolerância, o fanatismo e o sentido totalitário da sua doutrina” são distorções inaceitáveis da realidade.

Corrigir este tipo de disparates nada tem a ver com ensino do criacionismo; isso é misturar alhos com bugalhos. O ensino do criacionismo em aulas de ciências das escolas públicas seria inaceitável.Aliás considerar que a proposta da Ester abre a porta ao ensino do criacionismo é tão absurdo como considerar que a laicidade abre as portas para o comunismo.

Os modelos de laicidade francês e americano foram referidos no ano passado pelo Jorge Bacelar Gouveia e por um inglês (que não me lembro o nome). Aliás foram referidos vários modelos de relacionamento Estado-Religião que existem na Europa. É verdade que era importante ter lá algum francês; não por o modelo francês ser melhor ou pior, mas por ser diferente. Este ano esteve lá um americano, mas não achei grande coisa (é uma opinião pessoal, claro).

Aliás publiquei aqui alguns post sobre o colóquio do ano passado:
- Modelos de Laicidade
- Alguns problemas recentes na relação entre o Estado e a Religião
- A Religião no Estado Democrático
Mensagem de Manuel Alegre

Quanto à diversidade dos três jornalistas, ela existiu nas suas opiniões. E existiu nos convidados: Marvin Kramer (judeu israelita), Moncef Ben-Abdeljalil (muçulmano), Jonatas Machado (evangélico). Claro que não é uma diversidade suficiente; faltam Budistas, hindus... baha'is e ateus (houve um senhor que interpelou a mesa neste sentido)!

Quanto à história da celebração do Natal, esse é um problema que existe mesmo em alguns países europeus; em Inglaterra, a preocupação com o politicamente correcto, levou várias organizações a não realizar festejos de Natal com receio de ferir a susceptibilidade dos funcionários não cristãos. Lembro-me mesmo de ter lido um reportagem sobre uma escola em Inglaterra onde os alunos muçulmanos que eram cerca de metade se opuseram às decorações de Natal. Para satisfazer todos optaram por decorar apenas metade das salas de aula.

O Natal, independentemente de se tratar de uma festa religiosa ou de uma festa de família, faz parte da cultura europeia; o "politicamente correcto" não deve atacar a nossa cultura.

Já agora outro assunto que te interessa: a revista "Le Monde des Religions" tem na sua edição de Março/Abril alguns textos sobre a possível revisão da lei francesa da separação Estado-Igreja (1905). Como boa revista que é, apresenta opiniões a favor e contra. Se não encontrares a revista, posso fazer o scan dos textos e enviar-tos.

Pedro Fontela disse...

Marco,

Qualquer argumento que tenha por base a luta (corajosa não haja dúvida...) contra o "politicamente correcto" é por natureza defeituoso. É uma etiqueta que se põe em alguns conceitos de forma a não ter que os discutir.

Quanto às propostas... o que vejo é a habitual flexibilidade. Tudo passa a depender da interpretação. É assim possivel ter uma defesa teórica contra qualquer posição laica mas no entanto na aplicação existe amplo espaço para muitas diatribes...

nota quanto ao ensino da história da religião: tenho que dizer que a tal conferência parece apontar num sentido de dizer o que é publicável e o que é incomodo mencionar, passariamos a ter a "alegre história das religiões".

Marco Oliveira disse...

Pedro,
Não vejo a questão do Natal como uma luta contra o “politicamente correcto” mas antes como uma defesa de um aspecto da nossa cultura. Não vamos deixar de ter escolas mistas para rapazes e raparigas para não ofender os muçulmanos conservadores, não vamos deixar de comer carne vaca para não ofender alguns hindus... não vamos deixar de ser nós próprios só porque temos receio de ferir susceptibilidades de terceiros. Na Europa somos europeus e comportamo-nos como tal.

Quanto à proposta da revisão das referências dos manuais escolares à religião, esta não é de forma alguma um pintar o passado de cor-de-rosa ou eliminar o incómodo. Ninguém sugere que se esqueçam as cruzadas, a inquisição, as guerras santas e tantos outros crimes que os seres humanos cometeram invocando Deus; não encontras qualquer sugestão deste tipo na proposta da Esther Mucznick. O que não se pode é reduzir o fenómeno religioso a este tipo de crimes.

Aliás, se esquecêssemos o passado, corríamos o risco de o repetir.

Ricardo Alves disse...

Caro «gh»,
a pergunta era legítima, uma vez que na conferência da CLR ninguém se opôs ao ensino do criacionismo, e o deputado Vera Jardim até se lhe mostrou favorável. Se quer qualificar isso como «burrice», aplaudo.

linfoma_a-escrota disse...

laicismo? ateismo? dou tres gerações para a religião catolica ser um mito que ninguém pratica, esperemos que sim, simbolizam tanta tragédia ainda hj cegamente perpétuada pelos fanáticos dos americanos, devia ser uma disciplina da filosofia, o estudo das religiões é importantissimo como um todo, nao hegemónicamente como esta inquisição clerical ainda sonha em fazer, para salvar os seus semelhantes, de certeza que alguém já anda a trabalhar num testamento novo e modernizado, talvez interactivo para rivalizar com o ipod e os jogos virtuais, the mass-murdering priest available on ebay, seja o que quisermos----

www.motoratasdemarte.blogspot.com

Marco Oliveira disse...

linfoma_a-escrota,

Eu não arriscaria fazer futurologia sobre as confissões religiosas. O interesse pela religião tem vindo a subir em todo o mundo apesar de Deus ter sido declarado morto por muitos pensadores e filósofos dos Sécs. XIX e XX. E não deixa de ser curioso que este interesse aumentou em todo o mundo tal como aumentou o nível médio de escolaridade em todo o mundo.

Viste o numero de Jan/Fev da revista Le Monde des Religions? Tem uma série de artigos muito interessante sob o titulo Quem são os católicos franceses? Podes ver um resumo neste post.

Basicamente esses artigos mostram que a comunidade católica representa apenas 50% da população francesa (há 10 anos atrás esse numero era de 60%). Mas também mostra que o número de conversões (não estamos a falar de baptizados de crianças) ao catolicismo aumentou em França nos últimos 30 anos.
Ou seja a comunidade católica em França apesar de ver o seu numero de crentes decrescer, está a tornar-se mais consciente e mais viva. Por outras palavras está em transformação.

Apesar de não ter visto ainda nenhum estudo semelhante sobre o Catolicismo em Portugal, não me surpreenderia que tivéssemos uma situação semelhante.

Ricardo Alves disse...

Marco,
se não aprovas o comentário que eu coloquei aqui e que não aparece, poderias ao menos enviar-mos por e-mail.