sábado, 10 de março de 2007

A Religião fora dos Templos

Vai ter lugar, nos próximos dias 16 e 17 de Março, uma conferência dedicada ao tema "A Religião fora dos Templos". Trata-se de uma iniciativa da Comissão da Liberdade Religiosa , que decorrerá em Lisboa, no Centro Ismaili (Av. Lusíada)

A entrada neste evento é livre, sendo limitado o número de inscrições.

Mais informações sobre esta conferência podem ser solicitadas à Comissão da Liberdade Religiosa (Telefone: 21 324 23 43; Email: clr@clr.mj.pt)

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PROGRAMA


Sexta-feira, 16 de Março de 2007

09:30h Abertura
Comendador Nazim Ahmad
Conselheiro Menéres Pimentel
Presidente da Assembleia da República

Intervalo

10.15 Apresentação
A religião no estado democrático” colectânea de trabalhos apresentados no 1º colóquio
Deputado José Vera Jardim
10:45h Mesa redonda
Religião e Educação
Dr.ª Esther Mucznik , Cons. Guilherme Oliveira Martins, Prof. Doutor Alfredo Teixeira
Moderador: Prof. Doutor Saturino Gomes

12:30h Almoço

14:30h Conferência
A religião fora dos templos na jurisprudência do Supremo Tribunal de Israel
Dr. Marvin Kramer
Moderador: Dr. André Folque

Coffee break

15:45h Conferência
A religião fora dos templos na jurisprudência dos tribunais islâmicos
Professor Moncef Ben-Abdeljalil
Moderador: Deputado Vitalino Canas

Sábado, 17 de Março

10h Conferência
A religião fora dos templos na jurisprudência dos tribunais portugueses
Prof. Doutor Jónatas Machado
Moderador: Desemb . Teles Pereira

Coffee break

11.15h Conferência
"A religião fora dos templos na jurisprudência do Supremo Tribunal dos Estados Unidos"
Professor Samuel Ericsson
Moderador: Dr. Soares Loja

12:30h Almoço

14:30h Mesa redonda
Os media e o tratamento do fenómeno religioso
António Marujo, Mário Robalo
Moderador: Dr. António de Araújo

16:30 Encerramento
Sua Excelência o Ministro da Justiça

17h Visita guiada ao Centro Ismaili

13 comentários:

Pedro Fontela disse...

A tal comissão é a mesma que não tem razão para existir num estado livre? A mesma que se reserva o direito de admissão de novos membros?

Marco Oliveira disse...

Pedro,

Na minha opinião, esta Comissão razão de existir enquanto órgão consultivo do Governo e da Assembleia da República em assuntos religiosos. Além disso, esta Comissão deve estar na primeira linha da defesa da laicidade do Estado Português.

Segundo a Lei da Liberdade Religiosa, esta Comissão "tem funções de estudo, informação, parecer e proposta em todas as matérias relacionadas com a aplicação da Lei de Liberdade Religiosa, com o desenvolvimento, melhoria e eventual revisão da mesma lei e, em geral, com o direito das religiões em Portugal."

Quanto à reserva de direito de admissão, creio que te referes a uma das competências da Comissão: "Emitir parecer sobre a radicação no País de igrejas ou comunidades religiosas". Nota que isto é apenas um parecer.

Nos últimos anos introduziu-se em Portugal o conceito de "radicação das igrejas e comunidades religiosas". Isto significa, que para uma comunidade religiosa poder usufruir de alguns direitos deve fazer prova da sua presença em território nacional durante os últimos 60 anos.

Sei que algumas comunidades já o conseguiram o reconhecimento da sua radicação; os bahá'ís ainda não o conseguiram; não sei se há problemas burocráticos ou se falta apenas a assinatura do Ministro.

Pedro Fontela disse...

A questão está em saber porque raios é que o parlamento ou o governo precisariam de opiniões religiosas para a gestão do país. Ou se é para legislar porque não falar com um orgão que seja verdadeiramente representativo da diversidade religiosa (ou com cada um em separado) e não um clube privado onde o preço à entrada é dizer amém à confissão dominante.

Marco Oliveira disse...

Pedro,
Se o Governo e/ou um Parlamento necessita de opiniões das comunidades religiosas para a gestão das questões religiosas, tal como necessita de opiniões dos agentes económicos para a gestão das questões económicas e de opiniões de agentes desportivos para a gestão de questões desportivas.

Quanto à representatividade deste órgão isso é outra questão. Esta Comissão foi nomeada pela Ministro da Justiça, Celeste Cardona (que pertence ao CDS-PP); algumas vozes consideraram a composição actual da Comissão como um reflexo do conservadorismo da Ministra. Na verdade não conheço muitos pormenores do que levou à nomeação de cada um dos actuais membros; mas sei que o mandato da Comissão está a terminar; pode ser que haja mudanças.

Pedro Fontela disse...

Marco,

Uma última nota quanto à representatividade: e os ateus e agnósticos? Quem é que os representa? (presumo que devam ser consultados) E os crentes não alinhados? (tipo muçulmanos e cristãos liberais que não se sentem representados pelas organizações que têm um lugar à mesa)

O melhor era mesmo não ter a dita comissão...

Marco Oliveira disse...

Pedro,

Não tenho dúvidas quanto à necessidade de representatividade nesta Comissão; Mas não me parece correcto deduzir que a Comissão não é necessária por não ser suficientemente representativa.

Um raciocínio semelhante poderia levar-nos a considerar que não é necessário Parlamento, porque nem todas as correntes politicas estão ali representadas, ou porque há muita gente que não se identifica com os partidos.

Pedro Fontela disse...

Marco,

No que tu foste pegar :) lol ainda ando a pensar no sistema político que temos mas de desejável não lhe vejo muito...

Marco Oliveira disse...

Tal como o nosso sistema político, também a Comissão de Liberdade Religiosa pode ser alvo de melhoramentos.

Aliás, mal de nós quando nos dermos por satisfeitos e acharmos que já não é preciso melhorar nada.

José Fernandes disse...

Pedro e Marco,
Há aqui algo de errado: "os bahá'ís ainda não o conseguiram; não sei se há problemas burocráticos ou se falta apenas a assinatura do Ministro."
Acontece é que existe um livrinho das Edições Paulistas que considera a "seita bahá'í" como perniciosa e perigosa"
Se calhar isto é que está a justificar que a dita Comissão da santa igreja católica apostólica romana, está a fazer a esta Confissão Religiosa.
Dou-vos o titulo do livreco quando o encontrar. Sei que o comprei no santuário de fátima.

O Ecumenismo é muito bonito se for igualmente partilhado por todos.

Quanto à questão de nem todas as correntes políticas estarem representadas no parlamento, é, e só, porque não se conseguem representar a si próprios junto das populações.

Marco Oliveira disse...

Elfo,
E esse livro representa a posição oficial da Igreja Católica ou das Edições Paulinas?

Lembro que foram as Edições Paulinas que publicaram o livro Religiões: História, Textos e Tradições, onde há vários capítulos sobre a religião Bahá'í.

Pedro Fontela disse...

Elfo,

A representatividade no parlamento sofre de problemas crónicos de abuso de poder por parte de quem é eleito e de falta de proporcionalidade em relação ao número total de votos de cada partido. Cada vez vejo menos interesse em votar em partidos que não oferecem nada. É como votar para escolher um novo rei (balofo, abusador e incopetente) de 4 em 4 anos.


Marco,

Será que não existem 2 posições?... uma face mais tolerante com a modernidade e a concorrência (sem nunca ser oficialmente validada... numca por canais oficiais) e outra mais tradicional que forma o núcleo da doutrina. Tal estratégia permite ter uma "guerra" em várias frentes sem sofrer penalizações. Cuidado com quem lidam Marco... não se iludam quanto à natureza da fera.

Marco Oliveira disse...

Pedro,
Há muitas correntes no interior da Igreja Católica. Até a posição pessoal do Papa difere em alguns aspectos da doutrina apresentada no Catecismo.

Anónimo disse...

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