sábado, 21 de abril de 2007

Ridvan (1)

Inicia-se hoje o Festival de Ridvan (em português, "Rizvan"). Trata-se de um período de 12 dias em que os bahá'ís celebram o momento em que Bahá'u'lláh anunciou pela primeira vez a Sua missão divina. O evento ocorreu em Bagdade, em 1863, imediatamente antes de Bahá'u'lláh, Sua família e alguns companheiros partirem para um novo exílio em Istambul.

O primeiro, o nono e o último dia deste Festival são dias sagrados; actualmente, os baha’is aproveitam este Festival para eleger as suas Assembleias Espirituais (os órgãos que administram as comunidades locais e nacionais).

O FIM DO EXÍLIO EM BAGDADE

Ao longo de dez anos de exílio em Bagdade, Bahá'u'lláh foi estabelecendo relações cordiais e de amizade com muitas e diversificadas pessoas daquela capital provincial otomana. Funcionários do governo, clérigos, peregrinos persas e muitos cidadãos comuns. Também se tinha tornado um líder da comunidade Babí (os seguidores do Báb).

Bagdade (Ilustação do Séc. XIX)

Mas Bagdade, tão perto da fronteira iraniana e de santuários xiitas (Najaf e Kerbala), residência de exilados políticos iranianos e local de passagem de peregrinos persas era um antro de intriga política. Temendo que Bahá'u'lláh usasse a Sua influência e prestigio para ameaçar o governo persa, o Embaixador em Istambul (Mushiru'd-Dawlih) começou a pressionar o Governo Otomano para que aquele Exilado fosse levado para um local mais distante. Como fruto dessas pressões, o Grão Vizir ('Ali Pasha) e o Ministro dos Negócios Estrangeiros (Fu'ad Pasha) decidiram convocar Bahá'u'lláh à capital do Império. A convocação foi feita na forma de um convite cordial.

Ao receber o documento de convocação, o governador do Iraque (Namiq Pasha) ficou relutante em entregá-lo a Bahá'u'lláh; também ele não escondia a sua simpatia e admiração por aquele Exilado. Por fim, o peso da autoridade do governo imperial levou-o a chamar Bahá'u'lláh à sede do governo provincial; dois dias mais tarde, encontrou-se com Bahá'u'lláh; o líder Babí concordou imediatamente em viajar para Istambul, com a família e alguns companheiros.

As semanas seguintes foram muito atarefadas. Enquanto se faziam os preparativos para a viagem, Bahá'u'lláh ia recebendo muitos visitantes (por vezes, revelando epístolas para alguns deles). Foi então que Bahá'u'lláh decidiu instalar-se no jardim de Najibiyyih (que ficaria conhecido como Ridvan), do outro lado do rio, recebendo aí os visitantes e dando à Sua família a tranquilidade necessária para preparar a viagem.

O Jardim de Ridvan (foto início Séc. XX)

Em 22 de Abril de 1863, Bahá'u'lláh abandonou definitivamente a Sua casa em Bagdade. Caminhou pelas ruas acompanhado pelos Seus filhos, pelo Seu secretário (Mirza Aqa Jan), uma multidão de amigos, simpatizantes e curiosos e dirigiu-Se ao rio Tigre, onde um pequeno barco O levou até ao jardim. Chegou ao jardim a meio da tarde e durante os 11 dias seguintes ali recebeu as despedidas de vários amigos a simpatizantes, incluindo do próprio Governador.

Doze dias após a chegada ao jardim, chegara o momento da partida. Nesse dia, o jardim estava apinhado de gente para as despedidas finais. Ao final da tarde a comitiva pôs-se em movimento, entre manifestações de afecto e dor. Começaram por fazer uma pequena viagem de cinco quilómetros ao longo do rio, até Firayjat. Aí aguardaram durante uma semana que Mirza Musa, o irmão de Bahá'u'lláh se juntasse a eles. Também durante esses dias, as visitas eram constantes.

Finalmente, no dia 9 de Maio, iniciaram uma viagem de três meses que os levaria a Istambul.

3 comentários:

Dad disse...

Vai ao Momentos de Luar. Tens lá uma surpresa.

Feliz Ridvan!

Beijinhos,

Stephen disse...

Happy Ridvan!

from your Baha'i friend in Albuquerque, New Mexico, USA

Allah'u'Abha!

Phillipe Copeland disse...

Happy Ridvan Marco! Prince of Baha'i Bloggers.