terça-feira, 24 de julho de 2007

Boutros-Ghali preocupado com a imagem do Egipto

Boutros Boutros-Ghali, antigo Secretário-Geral das Nações Unidas, foi recentemente entrevistado pela revista Al-Mussawar - uma publicação propriedade do Governo Egípcio - tendo revelado a sua profunda preocupação pela situação dos Bahá’ís no Egipto.

Nessa entrevista, Ghali recordou que o Governo reconhece apenas três religiões: o Islão, o Cristianismo e o Judaísmo; e no entanto 51% da população mundial não pertence a nenhuma destas três religiões. Isto cria um enorme problema para o Egipto quando é confrontado com assuntos relacionados com alguns dos cidadãos Egípcios, nomeadamente os Bahá’ís; mas a situação também tem gerado problemas com residentes chineses e até com turistas japoneses.

Boutros-Ghali também indicou que os Bahá’ís enfrentam tremendos desafios, devido à impossibilidade de obterem cartões de identidade, e acrescentou que tem estado em contacto com em contacto com três advogados da Califórnia que têm trabalhado consigo para resolver o problema Bahá’í. Têm decorrido negociações com o Ministro Egípcio do Interior, Habib El-Adly; uma solução que tem sido negociada é a eliminação da classificação religiosa nos documentos de identidade.

Segundo Ghali, a imagem do Egipto no mundo tem sido prejudicada pelo tratamento dado aos Bahá’ís, cujo "largo número de crentes nos EUA não pode ser ignorado". Aparentemente a revista citou-o incorrectamente, afirmando existirem "cerca de 6 milhões de Bahá’ís em Chicago".

O Conselho Nacional Egípcio para os Direitos Humanos - de que Boutros-Ghali é presidente - é um órgão consultivo do Governo Egípcio. Tem por missão aconselhar o Governo e o Presidente em assuntos relacionados com Direitos Humanos. Se pensarmos no prestígio internacional de Boutros-Ghali, e o facto desta entrevista ter sido publicado numa revista oficial, é de admitir que isto se pode ser um sinal de que algo vai mudar no Egipto. Esperamos para ver.

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