segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Uma ausência notada

Os media relatam hoje a realização da Cerimónia Evocativa do Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto, promovida na Sinagoga de Lisboa pela Comunidade Israelita. Esta data foi proclamada pelas Nações Unidas em 2005 para ser assinalar a 27 de Janeiro, aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia.

Ontem, na Sinagoga Shaaré Tikvá (Portas da Esperança), em Lisboa, a cerimónia contou com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, o Ministro da Justiça, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, diversas entidades políticas e ainda representantes de várias religiões.

Na sua intervenção o Chefe de Estado afirmou que "o trabalho de memória começa por ser um esforço de reconstituição de um passado que não pode ser negado. É mais que um imperativo de justiça. Contra a indiferença, contra o esquecimento, é de uma pedagogia que precisamos: que todos saibam o que aconteceu para que todos sejam levados a agir de modo a que não volte a acontecer."

Se a presença de tantos representantes do Estado conferiu uma dignidade especial à cerimónia e serviu para que o Estado Português manifestasse a sua posição, houve porém uma ausência que se fez notar: Mário Soares, Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa. Uma ausência ainda mais notada, se nos lembrarmos que o ex-Presidente da Republica também já tinha faltado (em Outubro do ano passado) à cerimónia de repúdio pela profanação de campas no Cemitério Israelita de Lisboa.

Nas relações do Estado com as Comunidades Religiosas, há personalidades – devido ao cargo que ocupam – cuja sua presença, ou ausência, em actos oficiais será sempre notada. E passível de muitas interpretações.

2 comentários:

Anónimo disse...

...tantas interpretações quantas a imaginação nos permitir. Nisto resultarão umas tantas especulações, algumas certeiras outras nem por isso, umas mais justas, outras pelo contrário.
Assim, de repente, só me ocorre, não uma interpretação, mas uma simples pergunta, seguida de outras (tipo 6 em 1): este senhor (o faltoso) estará apto a desempenhar o cargo que ocupa? Está lá (no cargo) quando quer, quando pode ou assim-assim? É o espírito de missão, sacrifício ou alguma secreta promessa que tem de cumprir que o prende!?
Só presença em espírito (ou virtual, termo mais utilizado hoje em dia) em determinadas circunstâncias não é suficiente!

Anónimo disse...

O Soares à frente da Comissao da Liberdade religiosa é um bom sinal da pouca importância que este governo dá às religiões.

Aguentem-se!
Eh eh eh eh