quarta-feira, 11 de junho de 2008

E agora, José?



Foi fácil anunciar a construção de um novo aeroporto (se bem que ainda não tenhamos percebido a sua necessidade), um TGV ou mais auto-estradas. Foi ambiciosa a declaração sobre o desejo de importar o "modelo finlandês". E muito bem intencionadas foram as iniciativas no âmbito do plano tecnológico.

Mas agora o assunto é mais sério: a paralisação dos camionistas ameaça asfixiar a economia do país nos próximos dias. É verdade que a greve é um direito de qualquer trabalhador; mas ninguém deve ser impedido de trabalhar. Por esse motivo, considero inadmissível que centenas de camionistas sejam impedidas de trabalhar devido à actuação de "piquetes de greve".

Os aumentos de preços (sejam combustíveis ou alimentos) afectam todos os portugueses. Se o Governo ceder às exigências de um grupo profissional, então terá de ceder às exigências de todos. Desta forma, exige-se coragem a este Governo. Para o bem e para o mal, esta é a hora de José Sócrates. Afinal, um bom governante revela-se nos momentos difíceis.

6 comentários:

Anónimo disse...

Ó meu caro Marco, a greve é dos patrões, embora desta vez os trabalhadores estejam a ombrear com eles.

Já quebrei o jejum no Elfo Verde.

Um abraço.

Anónimo disse...

Bom já quebrei o jejum do blogue, só para mandar umas flechadas a alguém..., só é pena que o gajo que está ao leme da jangada de pedra seja um filho adoptivo da Covilhã... é pena, mas é verdade!

Anónimo disse...

nunca ninguém quer acreditar, pelo menos eu, que afinal não vivo num País democrata e pelos vistos o primeiro-ministro também não.
quando o descobriu mandou as forças policiais para a rua, como bem dizes, para deixar trabalhar quem o quer fazer.
porque neste momento as greves são tudo menos manifestações de democracia

Marco Oliveira disse...

Elfo,

Isto é uma greve dos patrões em que os trabalhadores alinharam.
Mas se há alguém que se pode queixar do aumento do gasóleo, são os taxistas. Esses têm a bandeirada fixa e com estes aumentos têm cada vez menos rendimentos.

Ora os serviços de camionagem não têm “bandeiradas fixas”; além disso, as empresas de camionagem não querem aumentar as tarifas com receio de perder clientes, e por isso lançaram esta greve chantagista para exigir subsídios.

Note-se ainda que para os táxis existem quotas (o mercado comporta apenas um número limitados de operadores). Para a camionagem isso não existe. Porque razão é que os patrões da camionagem não exigem o estabelecimento de quotas em vez dos subsídios que são pagos com os impostos de todos nós?

Anónimo disse...

...parece que o José até nem se saiu mal!

Marco Oliveira disse...

João,

É verdade. Pelo que li, parece ele não cedeu no essencial (o imposto aos combustíveis); apenas cedeu no acessório (forma de cobrança do IVA, a obrigação de aumentar os fretes consoante o aumento dos combustíveis, e pequenos apoios ao abate das frotas).