segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em Shiraz, circulam listas com nomes e moradas...



Enquanto se anuncia para muito breve o julgamento encenado dos sete dirigentes Bahá’ís detidos em Teerão, e dezenas de baha’is continuam detidos sob acusações dúbias, o regime de fundamentalista iraniano continua a orquestrar os seus ataques seguindo duas tácticas distintas.

A primeira é feita de forma ostensiva consiste na detenção de membros da Comunidade Bahá’í, alegando questões de segurança nacional, e impedindo os detidos de ter acesso a um advogado ou qualquer forma de defesa legal. Shirin Ebadi que tinha concordado em defender os Baha’is, está agora ocupada em defender-se contra as acusações que lhe são feitas e a impedem de praticar a advocacia.

A segunda tem um carácter mais sinistro e é feita de forma mais discreta. Em Shiraz, têm circulado listas com nomes de Bahá’ís, as suas moradas, as suas profissões e locais de trabalho, assim como as consequências dos contactos com os Bahá’ís e o que deve ser feito em resposta.

Esta segunda táctica sustenta-se da irracionalidade fundamentalista e alimenta todo o tipo de superstição das massas. A lista de nomes, por exemplo, além de classificar os Bahá'ís como infiéis e impuros, adverte sobre as consequências do contacto físico com objectos tocados por Baha’is e aconselha sobre a melhor forma de anular os efeitos da orações dos Bahá’ís.

A situação não é nova e as consequências de actos semelhantes ainda estão na nossa memória. Atiçam-se os ódios contra um grupo indefeso e põem-se as suas vidas e bens em perigo. Resta apenas esperar que entre os iranianos que não sucumbem à propaganda oficial (e que não são poucos!) tenham a coragem de intervir proporcionando a protecção necessária ao grupo religioso mais discriminado da sociedade iraniana. E espera-se também que no Ocidente o coro de protesto se faça ouvir com veemência.

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Fonte: Naming Names and Inciting Fear in Shiraz (Iranian.com)

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