segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sobre os textos sagrados

A propósito do Dia Mundial do Livro, MC citou José Tolentino Mendonça que abordava as características únicas do texto sagrado:
Erasmo dizia que o texto bíblico não nos remete para uma língua unicamente, mas está repleto delas: "a língua dos homens e a dos anjos, a língua da terra e a do céu, a língua dos ínfimos e a língua de Deus". A Bíblia é, em relação ao infinito, um observatório e um reservatório. A sua palavra aspira impacientemente à categoria de não-palavra, ou não-apenas-palavra. Busca o vislumbre. Não quer ser porta, quer transportar. Quer o contínuo do sentido como disseminação acessível e sem fim. A Bíblia foi escrita com palavras que sonham.
...

Scriptura cum legentibus crescit. O texto permanece em aberto não por insuficiência, mas por excesso. Ler a Bíblia, aproximar-se dela na pluralidade das traduções, das tradições, até mesmo das traições, é outra coisa, porventura, que observação de um infinito? Ler será, por isso, ampliar ainda os arquivos do espanto.
É interessante que nas Escrituras Baha’is temos algumas frases que apontam no mesmo sentido. Bahá'u'lláh escreveu:
"Sabe tu com certeza que, assim como crês firmemente que a Palavra de Deus - exaltada seja Sua Glória - perdura para sempre, deves do mesmo modo acreditar, com fé inabalável, que o seu significado jamais se poderá esgotar."
O texto de Erasmo tem ainda a virtude de nos alertar para o facto dos textos sagrados possuírem uma linguagem muito própria, que não é comparável com outras linguagens.

1 comentário:

pedro disse...

Marcos,

Mankind is no island

Este é um must see

http://www.youtube.com/watch?v=ZrDxe9gK8Gk

O Tropfest é o maior festival de curtas-metragens do mundo. Começou há 17 anos em Sydney e no ano passado teve a sua primeira edição em Nova York. O vencedor do ano passado foi este filme que foi totalmente filmado com um telemóvel. O seu orçamento foi de 40 dólares (cerca de 30 euros).