sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Canadá: Senadora muçulmana em defesa dos Bahá’ís do Irão

No Senado do Canadá, no decorrer de uma reunião sobre as perseguições aos Bahá’ís no Irão, Mobina Jaffer - assunto a primeira senadora muçulmana do Canadá - criticou fortemente o Irão pelo julgamento e prisão dos educadores Bahá'ís, afirmando que a atitude do governo iraniano ao criminalizar a educação de jovens Baha’is é um acto sem precedentes. "Que crueldade é esta, em que um Governo prende os seus cidadãos por educar outros e transforma o processo de aprendizagem num crime?", questionou.

A Senadora Jaffer iniciou o inquérito em Junho deste ano, um mês depois das autoridades iranianas terem invadido cerca de 39 residências de Bahá'ís associados a uma iniciativa informal da comunidade - conhecida como BIHE (Baha’i Institute for Higher Education) - criada para ensinar jovens Bahá'ís impedidos de entrarem nas universidades.

Dirigindo-se à comissão de inquérito, a senadora Jaffer afirmou que a sua preocupação de momento era sobre os sete educadores Bahá'ís, que foram condenados a quatro e cinco anos de prisão. "Entre os condenados a quatro anos de prisão encontra-se Nooshin Khadem, uma residente permanente do Canadá com uma pós-graduação MBA da Universidade de Carleton," acrescentou

"Nooshin veio para o Canadá porque a Universidade Carleton reconheceu os seus estudos do Instituto Bahá'í como equivalentes a uma pós-graduação, tendo ela, a seguir voltado para o Irão, para ensinar os outros. Agora ela está na prisão por cometer o «crime» de transmitir a sua educação."

Entre outros Bahá’ís, que foram recentemente detidos e presos, dois deles também receberam concluíram a licenciatura no Canadá - qualificações que o Irão agora considera "ilegais", observou a Senadora Jaffer.

O casal Kamran Rahimian e Faran Hessami concluiu o mestrado em “Aconselhamento psicológico” da Universidade de Ottawa. A Comunidade Internacional Bahá'í soube recentemente que a Sra. Hessami foi libertada sob fiança, em 28 de Novembro. Tanto ela como o marido ainda estão a aguardar julgamento. O seu filho, de dois anos de idade, teve que viver com parentes enquanto ambos os pais estavam na prisão.

"Como uma nação que respeita os direitos humanos e os valores do pluralismo religioso, devemos continuar a levantar-nos e a enfrentar directamente a ameaça apresentada pelo Irão ao seu próprio povo", continuou. "O Irão pode não querer ouvir hoje, mas o povo iraniano está a ouvir. Eles têm de saber que o Canadá está com eles e continuará a lutar pelos seus direitos e liberdades fundamentais."

Também na semana passada, o senador Romeo Dallaire - o ex-comandante da força de paz da ONU, que tentou parar com o genocídio em Ruanda, em 1990 - disse no inquérito do Senado que as actuais acções do Irão contra os Bahá’ís, faz lembrar-lhe o que ele presenciou em África.

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FONTE: Concerns for imprisoned Baha'i educators voiced in Senate (BWNS)

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