terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mais uma vez, o Irão não cumpriu as suas promessas


Todos os anos, nas sessões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Irão recebe apelos a favor de maior liberdade religiosa e advertências para pôr fim à discriminação religiosa. E todos os anos o Irão nega a realidade, recusa as evidências que são apresentadas, apresenta justificações disparatadas, e até faz algumas promessas.

Este ano não foi diferente.

O Irão continuou a ignorar os apelos que foram feitos em sessões anteriores considerando o interesse pelo fim da discriminação religiosa como “uma preocupação de outros governos”; o representante iraniano considerou que as críticas de que o Irão é alvo são uma tentativa de impor um determinado “estilo de vida sob a capa de direitos humanos”. E quando outros governos questionaram directamente sobre a situação dos Bahá’ís no país, o representante do governo iraniano voltou a distorcer os factos e a garantir que os Bahá’ís gozam de todos os direitos de cidadania.

Se isso fosse verdade, então como se justifica que recentemente tenham sido encerrados 79 estabelecimentos comerciais propriedades de Bahá’ís que fecharam as portas das suas lojas nos dias feriados Bahá’ís? Será que isso é a liberdade de culto para os cidadãos iranianos?

Alem disso, quantos jovens Bahá’ís conseguiram entrar nas universidades iranianas nos últimos 30 anos? Essa negação de acesso ao ensino superior também é uma característica da liberdade de culto no irão?

O representante iraniano queixou-se da “propaganda” e do “ataque mediático” em torno da execução da Sra. Reyhaneh Jabbari (que matara um homem que a tentou violar), ocorrida na semana anterior. Mas diversos grupos de Direitos Humanos acusaram o responsável pelos direitos humanos no Irão, Mohammad Javad Larijani, de distorcer gravemente a verdade sobre este caso.

Num evento paralelo organizado pela UN Watch, Marina Nermat, que agora vive no Canadá afirmou: “Torturaram e violaram-me quando eu tinha 16 anos. Sou cristã. Venho de uma família cristã e cresci no Irão. Forçaram-me a converter-me ao Islão na prisão. Isso é respeito pela liberdade religiosa?” Nemat acrescentou que o Irão mente quando nega que exista tortura nas prisões e que o relatório iraniano de direitos humanos é uma “obra de ficção”. “Só espero que haja alguém nas Nações Unidas que os responsabilize. Se assim não for, então eles podem fazer o que quiserem”

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Sobre este assunto:
- Iran lies about religious freedom, Christian, Baha'i believers say at UN (ecunews.com)
- Iran report on human rights is inaccurate, say rights groups (BIC)
- Iran fails to address calls for greater religious freedom (BWNS)
- Iran hits back after West condemns its human rights record (Reuters)

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