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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Aristóteles e as Escrituras Bahá’ís

Aristóteles foi várias vezes referido em termos elogiosos por Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá.

Além disso, em vários textos das Escrituras Bahá’ís podemos encontrar terminologia aristotélica e ensinamentos que são réplica de alguns ensinamentos aristotélicos.

Quais são as implicações disto?

No entanto, Aristóteles tornou-se desactualizado no que toca à ciência. E actualmente, a filosofia ocidental baseia-se em Kant e Hegel – apesar de haver algumas tentativas para recuperar Aristóteles.

De que forma é que isto representa um desafio para os Bahá’ís?

Este vídeo legendado em português de um curso do prof Mikhail Sergeev aborda estas questões de forma clara e objectiva.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

O Meio-Termo de Aristóteles e o Papel da Moderação

Por Arvin Joshua Diaz.


Aristóteles definiu a virtude como o equilíbrio desejável entre dois extremos, o chamado Meio-Termo. Na filosofia de Aristóteles, a virtude é um estado de ser, “um estado capaz de decidir, que consiste num meio-termo fixado relativamente a nós, determinado de um modo racional, isto é, tal como o determinaria o homem dotado de sabedoria prática”. Aristóteles argumentou que a carência ou o excesso destrói a virtude.

Buda resumiu o Meio-Termo como o Caminho do Meio, um caminho moderado entre a abnegação extrema e a autoindulgência sensual e materialista.

A Bíblia, no Livro de Eclesiastes (cap.7) diz-nos que quem teme a Deus evitará todos os extremos.

O Islão é chamado “Caminho Íntegro” (ou “Caminho do Meio”), porque enfatiza a moderação em vez dos seus extremos opostos como o monasticismo rígido e a ganância.

À semelhança das grandes religiões mundiais, a Fé Bahá’í também nos apresenta um conselho espiritual semelhante. Bahá’u’lláh, o profeta fundador da Fé Bahá’í, escreveu:

A palavra de Deus que a Pena Suprema registou na nona folha do Mais Exaltado Paraíso é esta: Em todos os assuntos é desejável moderação. Se algo for levado ao excesso, tornar-se-á uma fonte de mal. (Kalímát-i-Firdawsíyyih [Palavras do Paraíso])

E 'Abdu'l-Bahá, o intérprete autorizado das Escrituras Bahá'ís e filho de Bahá'u'lláh, escreveu:

Quantas vezes aconteceu que um indivíduo que foi agraciado com todos os atributos da humanidade, e usava a joia da verdadeira compreensão, ainda assim seguiu as suas paixões até que as suas excelentes qualidades ultrapassaram a moderação, e ele foi forçado ao excesso. As suas intenções puras mudaram para más, os seus atributos deixaram de ser usados de forma digna, e o poder dos seus desejos desviou-o da rectidão e das suas recompensas para caminhos perigosos e sombrios. Um bom carácter é aos olhos de Deus e dos Seus eleitos e dos possuidores de discernimento, a mais excelente e louvável de todas as coisas, mas sempre com a condição de que o seu centro de emanação seja a razão e o conhecimento, e a sua base seja a verdadeira moderação. (Secret of Divine Civilization)

Mas as circunstâncias quotidianas, levam-nos por vezes aos excessos e às carências em vez da moderação.

Como podemos regressar a um meio-termo, a um modo de vida moderado e razoável que evita o excesso em favor do tacto, da sabedoria e da delicadeza? Como podemos controlar os nossos desejos, tornar a nossa conduta justa e equilibrada e moderar os nossos actos?

Obviamente, como seres humanos, as nossas circunstâncias e os nossos gostos diferem. Todos nós gostamos de certas coisas – comida, roupas, bens – e não gostamos de outras. Alguns filósofos ocidentais contemporâneos acreditam que tudo está relacionado com os nossos gostos – mas se usarmos o gosto como único critério, isso pode levar ao excesso. Se eu gosto de bolos, por exemplo, posso ficar tentado a comer bolos em todas as refeições, mas esse tipo de excesso não seria saudável nem sensato. Manter uma relatividade de equilíbrio e sabedoria nas nossas circunstâncias requer a força de vontade do indivíduo para superar e moderar os gostos pessoais.

Podemos beneficiar da maioria das coisas quando as usamos com moderação – e, ao mesmo tempo, pedindo a graça de Deus através da oração.

Os ensinamentos da Fé Bahá’í recomendam moderação em todas as coisas. Apenas como exemplo, o princípio Bahá’í da moderação condena os extremos da riqueza e da pobreza, e pede-nos que encontremos uma solução espiritual para os problemas económicos da humanidade. Bahá’u’lláh pronunciou-se contra o ascetismo e o monasticismo, e encorajou os Bahá’ís a apreciarem as bênçãos e a beleza deste mundo com alegria e felicidade.

Na perspectiva de Aristóteles - e na perspectiva Bahá’í - devemos sempre procurar a moderação como o caminho para uma vida virtuosa. Temos de praticar a prudência para praticar a moderação; e a moderação também pode ajudar-nos a desenvolver as nossas características morais. Se a alma humana canalizasse as bênçãos do mundo lembrando-se de Deus, e obedecendo às suas leis, a moderação poderia levar-nos a um mundo mais generoso e agradável.

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Texto original: Aristotle’s Golden Mean and the Role of Moderation (www.bahaiteachings.org)


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Arvin Joshua Diaz é estudante e vive em Manila, nas Filipinas.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Aristóteles



«Dado ser o espírito um atributo divino, uma existência de acordo com este espírito será, na sua relação com a vida humana, verdadeiramente divina. Não devemos, pois, escutar aqueles que nos aconselham, sob o pretexto de sermos homens, a não reflectir senão sobre as coisas humanas, e, sob o pretexto de que somos mortais, a renunciar às coisas imortais.

Contrariamente, devemos fazer todo o possível para nos tornarmos imortais e para vivermos de acordo com a melhor parte de nós mesmos, uma vez que o princípio divino, por mais pequena que possa ser a sua dimensão, se sobrepõe a tudo o mais, tanto pelo seu poder como pelo seu valor.

O mais próprio humano é, de facto, a vida espiritual, uma vez que o espírito constitui o essencial do homem. Uma tal vida é, por esse motivo, inteiramente ditosa.»

(Tradução de Rui Bebiano)

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NOTA: Aristóteles é referido por Bahá'u'lláh como "o famoso homem de sabedoria"