Li algures que a evolução do Cristianismo e do Islão teriam sido diferentes se existisse algum registo histórico do sentido de humor dos seus Profetas fundadores. De facto, é comum associar a austeridade e a seriedade ao fenómeno religioso, e há mesmo quem considere que todo o tipo de humor como falta de respeito.
Na religião Bahá'í, o primeiros crentes que tiveram contacto directo com as figuras centrais, deixaram alguns relatos interessantes sobre o seu sentido de humor.
Sobre Bahá'u'lláh conta-se a seguinte história que se teria passado durante o exílio em Adrianópolis (1863-1868). Um crente chamado Nabil tinha chegado de uma longa viagem e juntou-se ao pequeno grupo de exilados persas; assim que chegou foi visitar Bahá'u'lláh. Este cumprimentou-o calorosamente mas notou como ele estava magro e com olheiras. Disse para todos os presentes: "A mão do poder divino pegou nele e trouxe-o para aqui. Mas ele perdeu peso e tem um aspecto muito cansado. Deves comer e beber para que possas recuperar algum peso."
Alguns dias mais tarde, Bahá'u'lláh visitava uns amigos quando notou que Nabil estava presente. Sorriu e disse: "Excelente! Nabil ganhou mais peso – bastante mais do que tínhamos recomendado". [1]
Também sobre 'Abdu'l-Bahá ficaram registos de vários episódios em que o Mestre revelava um grande sentido de humor. Um dia na Terra Santa, 'Abdu'l-Bahá disse a um crente americano que ele devia viajar para a Índia para divulgar os ensinamentos bahá’ís. Esse crente já tinha viajado muito, mas naquele momento não lhe apetecia fazer outra viagem. Passados alguns dias 'Abdu'l-Bahá disse-lhe que devia ir para a América. "Pensei que ia para a Índia" respondeu o crente. O Mestre sorriu e replicou: "Cristóvão Colombo também". [2]
A este tipo de histórias podem-se acrescentar testemunhos de crentes que gostavam de relatar a Bahá'u'lláh situações engraçadas que iam tendo conhecimento. Para eles era uma enorme satisfação vê-Lo rir.
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[1] – 'Abdu'l-Bahá, The Centre of the Covenant of Bahá'u'lláh, H.M. Balyuzi, pag. 155
[2] – Stories of Bahá'u'lláh, Furutan, pag. 37-38
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