O que é espiritualidade? Como pode a educação religiosa incentivá-la? E qual o papel da religião e da espiritualidade na promoção do bem-estar da humanidade?
Estas foram algumas das questões consideradas pelos educadores, académicos e teólogos das religiões mundiais - incluindo a Fé Bahá'í - no "Simpósio Internacional sobre Religião, Espiritualidade e Educação para o Desenvolvimento do Ser Humano", realizado nos passados dias 24 a 26 de Fevereiro, em Marrakech, Marrocos.
O evento - convocado pela Fundação Guerrand-Hermès, para a Paz (GHFP) e a Aliança das Civilizações das Nações Unidas - fomentou a discussão sobre como os jovens podem aprender mais sobre religião e espiritualidade, de modo a poderem abordar questões actuais, tais como a injustiça económica e a degradação ambiental.
"O mundo de hoje enfrenta uma série de desafios sem precedentes", declarou Scherto Gill, secretário-geral da GHFP e organizador do simpósio. "Ao mesmo tempo, também estamos confrontados com tremendas oportunidades, onde os seres humanos se podem unir e viver juntos, uns com os outros, numa solidariedade global, dentro de uma grande comunidade global que trabalha para o bem comum."
Para enfrentar esses desafios e maximizar as oportunidades, prosseguiu, o mundo precisa de redefinir o seu conceito de "desenvolvimento humano" longe de um modelo de crescimento puramente económico e de forma a incluir conceitos de justiça, espiritualidade e uma compreensão mais ampla de comunidade.
"Conectividade, ética e moral derivam da dimensão espiritual do ser humano", disse a Dra. Gill. "Portanto, há uma necessidade urgente de educar a fim de desenvolver uma consciência mais profunda das dimensões espirituais nas nossas vidas."
Os participantes descreveram o simpósio como estimulante e inspirador. Entre eles, Jocelyn Armstrong - uma educadora neozelandesa - afirmou que este simpósio a ajudou a compreender a importância de uma abordagem holística da educação religiosa.
"Pode-se discutir questões como a honestidade e a integridade, na sala de aula, e depois ver como as religiões encorajam essas virtudes", declarou, "ou como as religiões valorizam o meio ambiente."
Diane Evans, uma capelã de Hereford Sixth Form College, no Reino Unido, defendeu que muitas vezes nem existe o conhecimento correto sobre as crenças religiosas. "Quanto mais nos pudermos juntar para falar sobre como melhorar a educação religiosa, mais podemos esperar que possa vir a ser incluída nos programas, podendo assim acabar com muitas tensões", afirmou.
As deliberações foram inspiradas em vinte trabalhos apresentados pelos participantes, incluindo um documento de trabalho da Comunidade Internacional Bahá'í (BIC), que demonstrou como os conceitos de religião e "desenvolvimento humano" podem ser mais bem integrados na educação.
"Isto levou a uma discussão sobre a diferença entre educação religiosa e educação espiritual", disse o representante da BIC, Ming Hwee Chong.
"É somente através da educação", disse ele, "que o potencial latente em cada ser humano se pode desenvolver, ser expresso e, finalmente, servir para beneficiar o indivíduo e a sua comunidade."
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FONTE: In Morocco, symposium explores religion, spirituality and education (BWNS)
"Povo de Bahá" é uma expressão frequentemente utilizada nas Escrituras Bahá'ís para designar os crentes em Bahá'u'lláh, i.e., os Bahá’ís.
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domingo, 4 de março de 2012
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Aliança de Civilizações
Decorre actualmente em Madrid, 1º Fórum da Aliança das Civilizações, onde mais de 350 participantes, 30 empresários de relevo mundial, líderes religiosos, políticos e cívicos analisam a partir de hoje o diálogo inter-cultural.
Dando o mote, o primeiro ministro espanhol afirmou na abertura deste encontro que “a Aliança de Civilizações propõe-se demonstrar que existem vias práticas de colaboração positiva, entre o mundo islâmico e o mundo ocidental que desmintam o paradigma supostamente inexorável de confrontos entre civilizações e culturas", afirmou José Luis Rodríguez Zapatero.
Ainda segundo o chefe do governo espanhol, a AdC deve ser vista como “um compromisso activo, uma aposta pela iniciativa e pela acção, contra a intolerância, o radicalismo, o fundamentalismo, e a favor do entendimento, pelo respeito, pelo reconhecimento do que não pensa como nos, para o encontro, para a paz que é o desejo mais amplamente sentido por todos".
Estas palavras são bonitas. Mas a prática política de algumas personalidades que apoiam a AdC é bem diferente.
Veja-se por exemplo o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan; este homem defendeu que os princípios essenciais para responder ao “problema global” dos conflitos internacionais e da crispação religiosa e cultural são a luta contra o fanatismo, a promoção da tolerância e o respeito inter-cultural pela via da lei, justiça e amizade. Mas é a Turquia um oásis de tolerância e um exemplo de uma pacífica sociedade multi-cultural? Que podemos pensar dele ser nos recordarmos que o governo turco criou uma série de procedimentos legais que impedem uma minoria religiosa como os baha’is de obter bilhetes de identidade?
E que pensar de Khatami, esse Ayatollah "moderado e reformador", que sempre foi fechando os olhos às perseguições de que os baha’is iranianos foram vítimas? Que pensar deste clérigo que nunca fez nada para libertar o Irão dos seus preconceitos contra os baha’is e tem agora a ousadia de falar em reconciliação com outras nações?
Veremos algum dirigente ocidental lembrar as este tipo de dirigentes políticos que as diferenças entre os povos não existem apenas para lá das fronteiras de cada país? As diferenças existem no interior de cada país, na diversidade cultural, religiosa, étnica…E países como a Turquia ou o Irão têm poucas lições a dar ao mundo no que toca ao respeito pela diversidade humana.
Será que este fórum serve para algo mais do que declarações de boas intenções? Será que se vão falar de problemas concretos, ou vamos apenas ouvir declarações genéricas e palavras de cortesia entre os participantes?
Se os dirigentes ocidentais optarem pelo silêncio ou a indiferença perante a situação dos direitos humanos em países como a Turquia e o Irão, isso só poderá ser entendido como sinal de cinismo e de cobardia. Será a prova definitiva da inutilidade da actual ordem política mundial.
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Sobre este assunto:
Aliança Civilizações: Iniciativa pode ser resposta aos "augúrios" sobre choque civilizações - Zapatero (Expresso)
Civilizações: Líderes mundiais em diálogo intercultural (Diário Digital)
Aliança de Civilizações é "antídoto para terrorismo" (DN)
Apelo ao diálogo entre civilizações (Correio da Manhã)
"Una Alianza para movilizar a las grandes mayorías de paz en el mundo" (ElPais)
Dando o mote, o primeiro ministro espanhol afirmou na abertura deste encontro que “a Aliança de Civilizações propõe-se demonstrar que existem vias práticas de colaboração positiva, entre o mundo islâmico e o mundo ocidental que desmintam o paradigma supostamente inexorável de confrontos entre civilizações e culturas", afirmou José Luis Rodríguez Zapatero.
Ainda segundo o chefe do governo espanhol, a AdC deve ser vista como “um compromisso activo, uma aposta pela iniciativa e pela acção, contra a intolerância, o radicalismo, o fundamentalismo, e a favor do entendimento, pelo respeito, pelo reconhecimento do que não pensa como nos, para o encontro, para a paz que é o desejo mais amplamente sentido por todos".
Estas palavras são bonitas. Mas a prática política de algumas personalidades que apoiam a AdC é bem diferente.
Veja-se por exemplo o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan; este homem defendeu que os princípios essenciais para responder ao “problema global” dos conflitos internacionais e da crispação religiosa e cultural são a luta contra o fanatismo, a promoção da tolerância e o respeito inter-cultural pela via da lei, justiça e amizade. Mas é a Turquia um oásis de tolerância e um exemplo de uma pacífica sociedade multi-cultural? Que podemos pensar dele ser nos recordarmos que o governo turco criou uma série de procedimentos legais que impedem uma minoria religiosa como os baha’is de obter bilhetes de identidade?
E que pensar de Khatami, esse Ayatollah "moderado e reformador", que sempre foi fechando os olhos às perseguições de que os baha’is iranianos foram vítimas? Que pensar deste clérigo que nunca fez nada para libertar o Irão dos seus preconceitos contra os baha’is e tem agora a ousadia de falar em reconciliação com outras nações?
Veremos algum dirigente ocidental lembrar as este tipo de dirigentes políticos que as diferenças entre os povos não existem apenas para lá das fronteiras de cada país? As diferenças existem no interior de cada país, na diversidade cultural, religiosa, étnica…E países como a Turquia ou o Irão têm poucas lições a dar ao mundo no que toca ao respeito pela diversidade humana.
Será que este fórum serve para algo mais do que declarações de boas intenções? Será que se vão falar de problemas concretos, ou vamos apenas ouvir declarações genéricas e palavras de cortesia entre os participantes?
Se os dirigentes ocidentais optarem pelo silêncio ou a indiferença perante a situação dos direitos humanos em países como a Turquia e o Irão, isso só poderá ser entendido como sinal de cinismo e de cobardia. Será a prova definitiva da inutilidade da actual ordem política mundial.
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Sobre este assunto:
Aliança Civilizações: Iniciativa pode ser resposta aos "augúrios" sobre choque civilizações - Zapatero (Expresso)
Civilizações: Líderes mundiais em diálogo intercultural (Diário Digital)
Aliança de Civilizações é "antídoto para terrorismo" (DN)
Apelo ao diálogo entre civilizações (Correio da Manhã)
"Una Alianza para movilizar a las grandes mayorías de paz en el mundo" (ElPais)
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Jorge Sampaio

Former Portuguese president chosen as UN envoy to Alliance of Civilizations
Secretary-General Ban Ki-moon today appointed the former Portuguese president Jorge Sampaio as the first United Nations High Representative for the Alliance of Civilizations, the international initiative set up in 2005 to promote reconciliation between religions, cultures and nations.
Mr. Sampaio, 67, served as Portuguese president from March 1996 to March 2006. He served also as former UN Secretary-General Kofi Annan’s Special Envoy to Stop Tuberculosis (TB). Mr. Sampaio previously held numerous public offices, including Mayor of Lisbon in 1989, Member of Parliament and member of the European Human Rights Commission of the Council of Europe.
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou ontem a nomeação do antigo presidente português Jorge Sampaio como primeiro Alto Representante para a Aliança das Civilizações, uma iniciativa sob os auspícios das Nações Unidas.
Oxalá seja bem sucedido nesta missão!
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