Recentemente, a minha atenção caiu na
seguinte tradução de um excerto das escrituras Bahá’ís:
Fosse Eu relatar todos os versos que foram revelados com relação a este
tema glorioso, cansaríamos o leitor e desviar-Nos-íamos do Nosso propósito. O
verso seguinte bastar-Nos-á… (Bahá’u’lláh, Jóias dos Mistérios Divinos)
A utilização da palavra “verso” (tradução literal
de “verse”, no inglês) nesta tradução parece-me incorrecta e descontextualizada.
Infelizmente, não é a primeira vez que detecto este erro numa tradução de
escrituras Bahá’ís.
Na literatura religiosa em língua
portuguesa, chamamos versículos às pequenas frases ou parágrafos que constituem
um texto sagrado. O dicionário da Porto-Editora apresenta os seguintes
significados para a palavra “versículo”:
- (RELIGIÃO) cada uma das divisões de um capítulo da Bíblia
- palavras extraídas da Escritura, seguidas de responso, que se rezam ou cantam nos ofícios divinos, verseto
- subdivisão de um artigo, parágrafo, etc.
A palavra “verso”, por seu lado, refere-se
a textos poéticos, cujas linhas tradicionalmente obedecem a certas normas
rítmicas.
Acrescente-se ainda que os dicionários
Inglês-Português da Porto Editora e da Collins sugerem que a palavra “verse” –
num contexto religioso – seja traduzido como “versículo”.
Penso que é óbvio para todos que, no texto acima traduzido, Bahá’u’lláh
refere-Se a excertos das escrituras; por esse motivo, a tradução – respeitando a
língua e cultura portuguesa, e mantendo-se fiel ao sentido original da tradução
em inglês – deveria usar a palavra “versículo”.
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