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sábado, 10 de setembro de 2022

Charlie Chaplin, o Grande Ditador e a Liberdade Humana

Por Rodney Richards.


Os filmes, agora omnipresentes nas salas de cinema, nas TVs, nos computadores e nos telefones, eram desconhecidos antes de 1895. Essa invenção mudou literalmente o mundo em pouco mais de um século.

É extraordinário o que nós, seres humanos, podemos descobrir e criar. Numa ocasião, 'Abdu'l-Bahá explicou:

Assim, o telégrafo, a fotografia, o fonógrafo – todas essas grandes invenções e engenhos já foram mistérios ocultos que a realidade humana descobriu e trouxe do invisível para o reino visível. Houve até um tempo em que este pedaço de ferro diante de você, e de facto todo o mineral, era um mistério oculto. A realidade humana descobriu este minério e forjou o seu metal nesta forma acabada. O mesmo é verdade para todas as outras descobertas e invenções do homem, que são incontáveis. (Respostas a Algumas Perguntas, cap. 48)

Com a exibição pública e comercial de curtas-metragens dos irmãos Lumière em Paris, em 22 de Março de 1895, surgiram as projeções cinematográficas.

Desde então, o seu efeito sobre crianças, jovens e adultos só pode ser descrito como gigantesco. Sem estarmos limitados às nossas próprias culturas e países, podemos agora ver o mundo inteiro, diariamente, em filmes, programas de TV, vídeos nas redes sociais, no YouTube e noutras plataformas.

Numa noite recente, após um dia de trabalho no jardim, vi o filme Chaplin (um filme de 1992) com Robert Downey Jr. no papel de Charlie Chaplin - ou Sir Charles Spencer Chaplin Jr. KBE - um dos grandes pioneiros da primeira explosão cinematográfica. Inicialmente, pensei no filme como uma biografia adaptada por Hollywood sobre a conhecida fama de Chaplin como actor cómico em filmes mudos da década de 1920. Mal sabia eu, enquanto via Downey e outras estrelas, incluindo Anthony Hopkins, que Chaplin criou o seu próprio estúdio de cinema; escreveu, editou, dirigiu e compôs música para mais de 80 filmes; foi co-fundador da United Artists; foi cavaleiro do império britânico; e escreveu, dirigiu, compôs e participou num dos filmes mais importantes alguma vez feitos.

Esse filme satírico, O Grande Ditador, de 1940, foi mais do que uma comédia, tendo abordado todo o tema do autoritarismo ao satirizar o fascismo, a ditadura, o antissemitismo e os nazis. Nesse filme, Chaplin interpretou duas personagens – o protagonista do filme, um barbeiro judeu do gueto; e o vilão Adenoid Hynkel, um ditador como Adolf Hitler. O Grande Ditador começou a ser filmado em Setembro de 1939, seis dias após a invasão da Polónia por Hitler.

Perto do final do filme, o humilde barbeiro judeu, que nunca falou em público, é confundido com o ditador assassino Hynkel. No seu discurso culminante perante uma grande multidão, representando o ditador, ele anuncia que mudou de ideias e faz um discurso apaixonado pela unidade da humanidade, pela boa vontade, pela liberdade e pela democracia.

O filme que vi mostrava apenas um excerto daquele famoso discurso; mas depois quis ouvir o discurso completo de Chaplin como personagem do filme “O Grande Ditador”. Encontrei no YouTube. Ainda hoje é actual, especialmente quando o mundo produziu tantas figuras ditatoriais e ainda existe uma luta entre o autoritarismo e a liberdade.


Quando foi lançado, nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial, o New York Times descreveu “O Grande Ditador” como “uma realização verdadeiramente soberba de um artista verdadeiramente grande” e “talvez o filme mais significativo alguma vez produzido”. Chaplin deu instruções para que o filme fosse enviado para Hitler, e uma testemunha confirmou que ele o viu.

Como Bahá'í e cidadão do mundo, considero o monólogo de Chaplin inspirador, especialmente estas duas frases: "Queremos viver pela felicidade um do outro - não pela miséria um do outro"; e: “Gostaria de ajudar todos... Judeus, gentios, negros, brancos. Todos nós queremos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim."

Isto fez-me lembrar um excerto de uma carta de 1974 da Casa Universal de Justiça, o corpo de dirigente global eleito dos Bahá'ís do mundo:

... não devemos permitir-nos esquecer o contínuo e aterrador fardo de sofrimento sob o qual milhões de seres humanos estão sempre a padecer - um fardo que eles suportam século após século, e que é a missão de Bahá'u'lláh finalmente levantá-los.

Também me lembrou muito uma das advertências de 'Abdu'l-Bahá ao mundo, numa palestra que Ele deu em Brooklyn, em 1912:

Considerem a grande diferença que existe entre a democracia moderna e as velhas formas de despotismo. Sob um governo autocrático, as opiniões dos homens não são livres e o desenvolvimento é sufocado, enquanto na democracia, porque o pensamento e a fala não são limitados, testemunha-se maior progresso.

Os contributos de Chaplin para a indústria cinematográfica com os seus múltiplos talentos foram um enorme sucesso, reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em 1972. O seu Prémio Honorário referiu “o efeito incalculável que ele teve ao tornar o cinema a forma de arte deste século.” No palco, aos 83 anos, Chaplin foi aplaudido de pé durante 12 minutos, a mais longa ovação da história da Academia. Faleceu cinco anos depois, na Suíça.

Obrigado, Sir Charles – Charlie para milhões e milhões – que nos deu não apenas risos e emoções, mas também ajudou a mostrar-nos o caminho para nos libertarmos da repressão e da guerra.

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Texto original: Charlie Chaplin, The Great Dictator, and Human Freedom (www.bahaiteachings.org)


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Rodney Richards é escritor técnico de profissão e trabalhou durante 39 anos para o Governo Estadual de New Jersey. Reformou-se em 2009 e dedicou-se à escrita (prosa e poesia), tendo publicado o seu primeiro livro de memórias Episodes: A poetic memoir. É casado, orgulha-se dos seus filhos adultos, e permanece um elemento activo na sua comunidade.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Trailer: A Previsão de Miller


Aos 32 anos, Mark Miller é um veterano da Guerra Civil Americana, perturbado pela experiência da guerra e incomodado pela conhecida previsão do seu tio-avô William Miller, de que o mundo iria acabar em 1844. Após a guerra viaja pelo Médio Oriente, trabalhando para diversas empresas, procurando paz e serenidade. O destino leva-o a encontrar a solução de um mistério que perturbava a sua família e detinha a atenção de estudiosos há muitos séculos.

A Previsão de Miller é um trabalho de ficção. No entanto, o Reverendo Miller existiu e previu o regresso de Cristo em 1844. Anos mais tarde, na Pérsia, os seguidores de Bahá’u’lláh eram perseguidos porque acreditavam que o espírito de Cristo tinha regressado ao mundo.

Legendado em Português.

sábado, 27 de julho de 2013

Entrevista com Mohsen e Maysam Makhmabaf

O cineasta Mohsen Makhmabaf é um dos pioneiros do cinema iraniano pós 1979. Para a apresentar o seu filme 'O Jardineiro' (2012), feito juntamente com seu filho Maysam, esteve presente no 42º Festival Internacional de Cinema de Roterdão. Ali foi entrevistado sobre o seu filme sobre a Fé Bahá’í e que foi filmado nos jardins Bahá’ís, em Haifa.



Biografia: Mohsen Makhmalbaf nasceu em 1957. Foi preso pelo regime do ex-Shah. Tornou-se um defensor da revolução iraniana e foi um dos cineastas eleitos que podiam filmar sob o regime islâmico. É autor de cerca de 30 livros, realizou cerca de 20 filmes aclamados e foi professor na sua própria Escola de Cinema Makhmalbaf de Teerão. Ao longo dos anos, tornou-se cada vez mais crítico do regime. Com a renovação conservadora do ex-presidente Ahmadinejad, em 2005, abandonou o país. Desde então, tem continuado a trabalhar fora do Irão. Também a sua esposa, suas filhas Hana (“Budda desabou de vergonha") e Samira ("The Apple") e seu filho Maysam (“O Jardineiro”) são conhecidos cineastas.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Cineasta Iraniano leva a Fé Bahá'í aos écrans de Jerusalém



NOTA: A Euronews não refere que Eona - o jardineiro da Papua Nova-Guiné - trabalha nos Jardins do Centro Mundial Bahá'í em Haifa. De certa forma, este documentário é uma tentativa de levar a Fé Bahá'í a audiências iranianas (que possui uma visão distorcia baseada em meias verdades e propaganda oficial do regime iraniano).

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O último documentário do exilado realizador iraniano Mohsen Makhmalbaf: “O Jardineiro” é sobre um homem de Papua Nova Guiné. Explora o papel da religião na sociedade moderna e foi apresentado no Festival de Cinema de Jerusalém.

Mohsen Makhmalbaf: “No Médio Oriente, a geração jovem pensa que a religião destruiu o Médio Oriente. E eu tento colocar em perspetiva a minha idade, a minha geração, porque alguns deles acreditam numa religião. Tento focar uma das religiões que é mais pacífica”.

O documentário foi filmado principalmente em Haifa e em Jerusalém.

Um realizador iraniano fazer um filme em Israel é pouco habitual. Os iranianos não são autorizados a viajar para Israel.

Makhmalbaf enfrenta vários anos de prisão se voltar ao Irão: “Acreditamos que, após 33 anos de mau regime que tivemos, estamos prontos para a democracia. O problema do Irão é a América, os países europeus não estão prontos para a nossa democracia. Pensam somente no controle da bomba atómica. Mas acreditamos que se pudéssemos ter um governo democrático, não fariam bombas atómicas.”

Makhmalbaf está a ser homenageado como convidado especial no Festival de Cinema de Jerusalém, com aa exibição de alguns dos seus filmes mais marcantes.

“O Jardineiro” foi calorosamente recebido pelo público.

voxpop: “É um dos filmes mais deliciosos que eu já vi em muito tempo e acho que isso reflete o espírito do cineasta, que é o processo de pa

z em todos os sentidos, mas também expande as ideias sobre a religião.” voxpop:“O filme em si é maravilhoso, muito poético, muito observador, mas acho que o significado de ele estar aqui vai muito além da exibição deste filme específico. Acho que ele é uma pessoa incrivelmente corajosa.”

“O Jardineiro” ganhou o Aleph de Ouro para Melhor Documentário no Festival internacional de Cinema de Beirute em 2012 e tem sido elogiado por críticos de cinema em todo o mundo, como um dos mais importantes filmes iranianos lançados este ano.

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FONTE: Irão no grande ecrã de Jerusalém (Euronews)