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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Adeus, Matilde!

Filmar uma entrevista com a Matilde era um projecto antigo. Acreditava (e acredito) que é importante conservar um registo das memórias dos Bahá’ís mais antigos da nossa comunidade. De certa forma, essas recordações tornam-se parte da memória colectiva e da história da Comunidade Bahá’í.

Há pouco mais de dois anos tive a oportunidade de filmar uma entrevista com a Matilde e partilhei-a aqui neste blog. Nessa entrevista, a Matilde contou como se tornou Bahá’í e recordou vários episódios da sua vida como Bahá'í durante o tempo em que residiu em Angola (1964-1975). Particularmente tocante é a descrição do episódio com inspector da PIDE (2º vídeo), assim como a história da outra Matilde (3º vídeo).

A Matilde faleceu hoje, em Viana.

Adeus, Matilde. Encontrar-nos-emos no Reino de Abhá!





sexta-feira, 22 de março de 2013

No Ano Novo, Bahá'ís lembram "irmãos" perseguidos

Texto publicado ontem no blogue Actualidade Religiosa, de Filipe Avilez.
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Transcrição na íntegra da entrevista a Marco Oliveira, da comunidade Bahá’í de Portugal. Notícia original aqui.

Como é que surgiu o calendário Baha’í?
O calendário Baha’í inicia-se no dia 21 de Março. Coincide com o início da Primavera. É um calendário que se baseia no ano solar e tem 19 meses de 19 dias cada, e ainda alguns dias intercalares. Este mês que termina hoje, é de jejum, um mês de preparação para o ano novo em que vamos entrar.

Há aqui uma analogia com o que acontece no Cristianismo, com a Quaresma e com a Páscoa, há um período de preparação e depois um renascimento.

O ano novo é celebrado por todas as comunidades baha’í e em Portugal há diversas comemorações.

Mas não há também uma razão teológica?
Bahá'u'lláh era persa e na Pérsia o ano novo é sempre no 21 de Março e são essas raízes culturais que levaram a que se celebrasse o ano novo nesse dia.

Todas as comunidades celebram nesta altura, mas nalguns países há limitações à acção. Quais são os focos de maior preocupação? 
As zonas de maior preocupação são alguns países do médio-oriente, nomeadamente o Irão e o Egipto, onde os Baha’í vêem a sua actividade e até as suas vidas pessoais profundamente condicionadas devido a preconceito religioso. Naturalmente também nos lembramos desses crentes que estão a sofrer essas pressões.

No Egipto houve melhorias com a primavera árabe?
O Egipto é como uma panela de pressão que se abriu. Se se proporcionaram mais algumas liberdades aos cidadãos, essas liberdades foram aproveitadas para dar espaço a uma série de preconceitos contra os baha’í. Neste momento temos conhecimento de alguns grupos fundamentalistas que pedem que os baha’í sejam hostilizados de uma forma ainda mais ostensiva do que são actualmente.

Em Portugal como é a comunidade?
Em Portugal há cerca de 4000 baha’í, a maioria são portugueses. Costumo dizer que a comunidade é uma espécie de amostra da sociedade portuguesa, temos pessoas de todo o género, desde o engenheiro doutorado ao trabalhador das obras, os médicos e os universitários, os empresários e os desempregados, jovens e reformados. Temos pessoas de todos os extractos e grupos em Portugal. Também há algumas famílias de origem persa que surgiram sobretudo depois da revolução iraniana, que chegaram como refugiados e depois se instalaram em Portugal e que deram o seu contributo para o desenvolvimento da comunidade.

No seu caso particular, como chegou ao conhecimento da religião Baha’í?
Nasci numa família católica, os meus pais são católicos praticantes. Em 1984 conheci a fé baha’í, no Bairro dos Olivais, em Lisboa. Percebi que o meu barbeiro era baha’í e estava a falar dessa religião a outra pessoa. Achei interessante, entrei na conversa, coloquei questões, investiguei e passados cinco meses aceitei a fé baha’í. A família não gostou muito mas também não aceitou mal. A minha mãe disse que preferia ter um filho com alguma espiritualidade e sentido do divino e do sagrado, mesmo não sendo católico, que ter um filho que se diz católico mas na prática não seria nada disso.

É uma religião muito conhecida pela sua tolerância…
Exacto. O fundador encorajou-nos com as seguintes palavras: “Associai-vos com os seguidores de todas as religiões num espírito de fraternidade e união”, é isso que tentamos fazer.

quinta-feira, 21 de março de 2013

RENASCENÇA: Comunidade Bahá’í entra hoje no ano 170



Começa hoje o ano 170 da Era Bahá’í, segundo o calendário utilizado pelos seguidores de Bahá'u'lláh, considerado um profeta.

A religião tem as suas raízes no Islão e, culturalmente, na Pérsia, de onde era originário o seu fundador. O dia 21 de Março é, nesta antiga cultura, a data em que se assinala a passagem de ano, que assim coincide com o início da Primavera.

Marco Oliveira, um português que segue esta fé, explica que com o começo do ano chega ao fim um mês de jejum, que se assemelha à Quaresma para os cristãos: “É um calendário que se baseia no ano solar e tem 19 meses de 19 dias cada, e ainda alguns dias intercalares. Este mês que termina foi de jejum, de preparação para o ano novo em que vamos entrar. Há aqui uma analogia com o que acontece no Cristianismo, com a Quaresma e com a Páscoa, há um período de preparação e depois um renascimento.”

A data é, portanto, de celebração, o que vai acontecer em Portugal mas noutros países vai ser mais comedido: “As zonas de maior preocupação são alguns países do médio-oriente, nomeadamente o Irão e o Egipto, onde os Bahá’í vêem a sua actividade e até as suas vidas pessoais profundamente condicionadas devido a preconceito religioso. Naturalmente também nos lembramos desses crentes que estão a sofrer essas pressões”, diz Marco Oliveira.

A comunidade portuguesa é relativamente recente e composta por cerca de 4.000 pessoas, a maioria dos quais portugueses: “Costumo dizer que a comunidade é uma espécie de amostra da sociedade portuguesa, temos pessoas de todo o género, desde o engenheiro doutorado ao trabalhador das obras, os médicos e os universitários, os empresários e os desempregados, jovens e reformados.”

“Temos pessoas de todos os extractos e grupos em Portugal. Também há algumas famílias de origem persa que surgiram sobretudo depois da revolução iraniana, que chegaram como refugiados e depois se instalaram em Portugal e que deram o seu contributo para o desenvolvimento da comunidade”, explica Marco Oliveira.

A religião, cujo membro português mais famoso será Nelson Évora, é conhecida pela tolerância e abertura ao diálogo: “O nosso fundador encorajou-nos com as seguintes palavras: ‘Associai-vos com os seguidores de todas as religiões num espírito de fraternidade e união’, é isso que tentamos fazer.”

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Fonte: Comunidade Bahá’í entra hoje no ano 170 (Rádio Renascença)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Censos 2011, Religião

Resumo dos resultados do Censos 2011 relativos à questão sobre Religião:

Zona Geográfica         
TOTAL
População que não respondeu
RELIGIÃO
Sem religião
Católica
Ortodoxa
Protestante
Outra cristã
Judaica
Muçulmana
Outra não cristã
  Portugal
8.989.849
744.874
7.281.887
56.550
75.571
163.338
3.061
20.640
28.596
615.332
    Continente
8.563.501
725.711
6.893.708
55.665
73.731
158.768
2.886
20.337
27.844
604.851
      Norte
3.132.449
178.602
2.772.730
6.323
11.070
42.524
676
2.263
5.946
112.315
      Centro
2.008.497
145.151
1.715.105
10.651
13.792
27.454
567
1.611
3.687
90.479
      Lisboa
2.383.995
289.338
1.642.916
22.203
34.639
67.457
1.149
14.202
14.469
297.622
      Alentejo
654.528
69.358
499.428
5.252
5.787
9.961
149
552
1.641
62.400
      Algarve
384.032
43.262
263.529
11.236
8.443
11.372
345
1.709
2.101
42.035
    Açores
202.575
9.382
184.696
225
823
1.959
129
136
332
4.893
    Madeira
223.773
9.781
203.483
660
1.017
2.611
46
167
420
5.588


NOTA: Esta questão aplica-se apenas à população residente em território português, com 15 ou mais anos de idade.

Quem desejar saber resultados de recenseamentos de outros anos pode consultar esta página.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Comunidades Bahá'ís na Europa comemoram 50 anos

OSLO, Noruega - Num encontro comemorativo em Oslo, cerca de 100 convidados especiais, foi prestada homenagem à Assembleia Espiritual Nacional da Noruega, pelo 50º aniversário da sua criação.

Entre eles, Shazia Mushtaq - uma representante do Conselho Islâmico da Noruega – elogiou os “maravilhosos elementos” do evento comemorativo, que incluiu discursos de homenagem e apresentações musicais.

Ivar Flaten, um padre da Igreja da Noruega, afirmou que encontrou nos Ensinamentos Bahá'ís, “uma ênfase especial, não só de tolerância, mas também de reconhecimento do outro”. Os seus comentários foram secundados por Lise Were, chefe executiva do Conselho das Comunidades para uma Atitude Religiosa na Vida, da Noruega, que disse que uma coisa que caracteriza os Bahá'ís é o seu “desejo de diálogo”. Na sua intervenção, Thor Henning Lerstad - um jornalista Bahá'í - descreveu o apelo a todos os seres humanos para reconhecerem a unidade da religião como “talvez o desafio mais notável da Fé Bahá'í, numa perspectiva nórdica... “

“A tolerância não é suficiente, é necessário reconhecer também as crenças dos outros povos,” acrescentou.

Hoje, as actividades Bahá'ís na Noruega incluem reuniões devocionais, aulas para crianças, grupos de jovens e círculos de estudo, em que os participantes exploram a aplicação do espiritual nas suas vidas e ensinamentos que desenvolvem capacidades para servirem a comunidade.

“Vivemos num tempo em que é dada pouca atenção ao fortalecimento da natureza espiritual dos seres humanos”, observou Shahla Bahrami, outra Bahá'í norueguesa. As actividades oferecidas pela comunidade Bahá'í ajudam a aperfeiçoar essa natureza, declarou no encontro ocorrido na sexta-feira, 27 de Abril.

Este ano comemoram-se também os 50ºs aniversários da formação de Assembleias Espirituais Nacionais: da Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Suíça. Algumas delas, fizeram as comemorações durante as suas Convenções Nacionais Bahá'ís, que acontecem todos os anos durante o período do Festival de Ridván, entre 21 de abril e 2 de maio.

Para os Bahá'ís da Suíça, o regente de Liechtenstein - Sua Alteza o Príncipe Herdeiro Alois - escreveu: “Ao saber que a Assembleia Espiritual Nacional da Suíça que, atualmente, é responsável pela comunidade Bahá'í do Liechtenstein, vai comemorar 50 anos de existência, gostaria de aproveitar esta oportunidade para felicitar a comunidade neste aniversário e expressar os meus melhores votos e bênçãos de Deus para o futuro”.

Por sua vez, a Assembleia Nacional da Suíça, enviou saudações para a comunidade Bahá'í da vizinha Itália. A Convenção Nacional italiana, ouviu Mario Piarulli, um membro sobrevivente da primeira Assembleia Espiritual Nacional, falar das memórias que contam a história do início da comunidade.

O Sr. Piarulli expressou o seu sincero desejo de que “os jovens hoje aqui presentes possam - daqui a 50 anos, por ocasião da comemoração do centenário - olhar para estes nossos anos, como cruciais na aceleração do crescimento de uma civilização espiritual no mundo...”

Na Holanda, antigos e actuais membros da Assembleia Nacional Espiritual, marcaram o seu 50 º aniversário lendo os nomes de cada um dos 51 bahá'ís que serviram na instituição durante estes anos.

A nova AEN dos Bahá'ís de Portugal

O aniversário da Assembleia Espiritual Nacional de Portugal foi comemorado na convenção nacional, realizada pela primeira vez no novo centro nacional Bahá’í. “O espaço físico que sediou a Convenção foi, assim, um símbolo material do crescimento e do progresso da Fé no meio século anterior”, disse a Assembleia Espiritual Nacional de Portugal.

Os Baha'is do Luxemburgo comemoraram o jubileu de ouro da sua Assembleia Espiritual Nacional, com uma homenagem à primeira Bahá'í, que se estabeleceu no país, Honor Kempton, de origem britânica. “A Convenção foi fortalecida pelos sacrifícios dos Bahá'ís durante as décadas anteriores”, disse o membro da Assembleia, Amir Saberin, e focou em como a instituição construída no último meio século se pode tornar a maior plataforma de realizações, ainda maiores, no próximo”.


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FONTE: Fifty years on, European Baha'i communities recall landmark elections (BWNS)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Como me tornei Bahá'í



Programa Caminhos, transmitido na RTP2, em 01-Abril-2012
Bruno Silvestre, Ivone Correia e eu próprio descrevemos a forma como conhecemos a Fé Bahá'í, o que mais os atraiu nos ensinamentos Bahá'ís e o que mudou nas nossas vidas depois de aceitarmos a Fé Bahá'í.
Entrevista conduzida por Pedro Marques.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Religiões mostram ser possível viver em harmonia

Texto de Nuno Abreu, publicado no jornal A Bola.

Um grupo de escuteiros irrompeu para o palco para cantar uma canção e muitos ficaram surpresos. Notou-se que a maioria das pessoas não pensava existir escuteiros de outros credos, mas no agrupamento 36 existem e são muçulmanos ismailitas. Não podia haver melhor metáfora para o encontro que ocorreu este sábado de manhã, no Mercado de Santa Clara em Lisboa, promovido pela Aliança das Civilizações. Entre 1 e 7 de fevereiro comemora-se a Semana Mundial de Harmonia entre Fés.

Fotos de António Azevedo/ ASF


Mais de 13 credos juntaram-se para partilharem a sua visão de convivência entre religiões. Desde a fé bahá’i, passando pelas comunidades hindus, sikh, muçulmana, muçulmana ismailita, judaica, cristã e até ateia partilharam os seus testemunhos, todos com semelhante objetivo de tolerância e de união, mesmo que caminhando por «estradas diferentes».

Jorge Sampaio, antigo Presidente da República e atual Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, destacou o papel de Portugal como país que vive na multiculturalidade. «Numa semana de eventos violentos temos de nos lembrar que esta é também uma semana de harmonia. Uma semana para aprender a respeitar a diferença, sendo que todos partilhamos a nossa Humanidade. Portugal é um país onde há séculos existe uma aliança entre credos, com os mais diversos templos espalhados por todo o país», disse.

União das fés

Uma plateia multicultural, à imagem da celebração que decorria, ouviu atenta as palavras dos mais diversos representantes dos credos presentes em Portugal que, como objetivo da celebração, iam encontrando «harmonia» entre si, apesar de professarem credos diferentes. Como Marco Oliveira, da comunidade bahá’i, que destacou a iniciativa como forma de «refletir os diversos caminhos da verdade que permitem a construção da paz», opinião que Shree Trivedi, da comunidade hindu portuguesa, veio corroborar ao citar Gandhi, afirmando que «cada religião é um caminho diferente para atingir o mesmo ponto».

A comunidade hindu é um exemplo de integração que começou ainda fora de Portugal. «Moçambique foi o primeiro país a dar exemplo de convivência com os hindus e essa convivência amena foi trazida para a Europa, onde ainda se mantém», disse Trivedi.

Abdool Karim Vakil, presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, ilustrou a convivência inter-religiosa dando o exemplo da Península Ibérica, quando três religiões (cristã, judaica e islâmica) trabalharam lado a lado no Al-Andaluz, numa época de grande evolução. O líder islâmico apelou também a que «seja incutido nas crianças a solidariedade e compaixão entre povos».

Os representantes da comunidade islâmica ismaili, da comunidade israelita, da comunidade de Santo Egídio, dos Sikh, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, da Igreja Lusitana da Comunhão Anglicana, Sagrado Coração de Maria e do Templo de Shiva foram cada um falando sobre união entre credos, partilhando votos de paz mundial.

Para o fim ficou o pequeno-almoço de sabores do mundo, onde em cima da mesa, e como foi pedido pelos oradores, se reuniram em harmonia iguarias de todo o Mundo, desde África à Turquia, passado pela Croácia, Marrocos ou Sudeste Asiático.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ser Baha'i em Angola - Fernando Mesquita

Fernando Mesquita, membro da Comunidade Baha'i, partilha algumas memórias sobre o tempo em que viveu em Angola (1970-1975).

sábado, 22 de outubro de 2011

Nora Goldeberger Buda (1923-2011)

Nora, na Escola de Verão, em Santarém (Agosto, 2011)
Nora Goldeberger Buda, nasceu em Budapeste (Hungria) em 1923, numa família de ascendência israelita. Em 1938 mudou-se com a mãe Elisabeth Goldberger Buda e a sua irmã Ilma para Copenhaga (Dinamarca). As duas irmãs estudaram francês na Escola do Convento das Irmãs Assunção, da Igreja Luterana Alemã. Converteu-se à Igreja Luterana após um ano de estudos.

Em 1949, Nora veio para Portugal, viveu em Lisboa e posteriormente, em S. João do Estoril, com o seu pai, André Goldberger Buda.

Em Portugal, Nora trabalhou como professora de línguas. E foi no “Centro Internacional de Línguas”, em Lisboa, no ano de 1960 que conheceu duas pioneiras Baha’is, Jan Coppen e Irene Benet, que também eram professoras de línguas. A amizade foi-se desenvolvendo e as conversas sobre religião sucederam com alguma naturalidade.

Em 1962, Nora aceitou a Fé Bahá’í.

Durante vários anos serviu na Assembleia Espiritual Local dos Baha’is de Lisboa, e posteriormente na Assembleia Espiritual Local dos Baha’is do Estoril. A sua constância ao serviço da Comunidade Bahá’í foi a sua característica distintiva. Foi através dela que muitos membros da Comunidade Bahá’í tiveram o primeiro contacto com a Mensagem de Bahá'u'lláh.

Faleceu hoje no Hospital de Cascais.

Que Deus Misericordioso lhe abra as portas do Reino de Abhá!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os últimos dias do antigo Centro Bahá'í de Lisboa

Fotos tiradas no Domingo passado, no Centro Baha'i, em Lisboa.
São um pequeno testemunho dos últimos dias na Avenida Ventura Terra.
Caixotes prontos a serem transportados, estantes desmontadas, salas quase irreconhecíveis...
A última reunião da AEN teve lugar na sala do piso de baixo.













domingo, 21 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

História de um Projecto

Programa "A Fé dos Homens" transmitido no dia 08 de Agosto de 2011.
Entrevista com Maryam Sanai, sobre o projecto de Aulas Bahá'ís para Crianças, em Portimão.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gracias a la Vida

Filmado por Armindo Pedro, na primeira Escola de Verão em que tive oportunidade de participar (Coimbra, 1984).

É curioso como num DVD foi feito a partir de um filme com mais de 25 anos, este pequeno excerto manteve uma certa qualidade.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Filmagens em Paris

Fazer um programa de TV sobre a presença do Mestre na capital francesa...

A "nossa" Avenida
Esta ideia surgiu há alguns meses, durante uma viagem a Paris, quando visitei a residência de 'Abdu'l-Bahá na cidade luz. E havia bons motivos: Paris é considerada o berço da Fé Bahá’í na Europa; foi ali que surgiu a primeira comunidade Bahá’í europeia; e aquela foi a cidade em que 'Abdu'l-Bahá Se demorou mais tempo durante as Suas viagens no Ocidente (1911-1913). Em Dezembro do ano passado esta ideia era já um projecto na minha cabeça.

Em França, os Baha’is têm vindo a preparar a celebração deste Centenário com diversas iniciativas. A possibilidade de fazer um programa de TV sobre esta visita foi acolhida com grande entusiasmo. Ocorreu-nos também que poderíamos fazer outros programas (de 7 minutos) sobre os livros “Palestras em Paris” (associado à visita de 'Abdu'l-Bahá) e “Respostas a Algumas Perguntas” (elaborado por Laura Clifford Barney, uma das primeiras Bahá’ís de França). Não podemos esquecer que são livros muito populares entre Bahá’ís e pessoas que querem conhecer a Fé Bahá’í.

Em Janeiro passámos à fase de planeamento do projecto: orçamento, deslocações, estadias, estrutura e guião para os programas. Quantas pessoas são necessárias levar a Paris? Que materiais devemos recolher? Poderemos filmar na Residência? Como descrever o ambiente na Europa (e em França) em 1911? Como transmitir a importância do local de uma forma digna, serena e apelativa?

Centro Bahá'í de Paris
As questões e os problemas sucediam-se; as respostas e as soluções também. Valeu-nos a ajuda de Armindo Pedro (Bahá’í Português residente em França) e de Sophie Menard (do Gabinete de Assuntos Externos da Comunidade Bahá’í de França).

Finalmente, tivemos luz verde de todas as partes. A AEN de Portugal já tinha dado a sua aprovação; a AEN de França concorda. A Artemis (empresa que faz as filmagens) também. Apressámo-nos a marcar viagens e estadias. Em França começaram a avisar algumas pessoas que podiam vir a ser entrevistadas.

O tempo ia passando e as estruturas dos três programas de TV foram assumindo forma. Diversos livros publicados em França e algum material recolhido na Internet inspiraram e orientaram a elaboração dos guiões. O nosso objectivo ficou cada vez mais claro. Decidimos filmar um 4º programa com perguntas genéricas. Dá sempre jeito tem algum material disponível para outros programas.

Chegou o dia da viagem a Paris. Não podia esquecer de nada. Imprimi todos os documentos e emails que troquei. Levei os livros e alguns materiais. Tinha alguma dificuldade em acreditar que isto estava a acontecer. Íamos mesmo filmar uns programas de TV sobre a presença de 'Abdu'l-Bahá em Paris.

Pouco depois de deixarmos bagagens e equipamento no hotel, fomos passear pelas ruas de Paris. A Residência de 'Abdu'l-Bahá ficava ali perto. Encontrámos a "Avenue de Camoens" após alguns minutos de caminhada. Lá estava a estátua (mal-tratada) do poeta português junto à escadaria no topo da avenida. É engraçado pensar que a residência de 'Abdu'l-Bahá em Paris fica numa rua que tem o nome de um poeta Português. É difícil não sorrir perante esta coincidência.

António Malheiro e Pedro Marques
A rua estava deserta e tranquila. No prédio nº 4, não havia luzes acesas no 1º andar. A poucos metros dali a Torre Eiffel estava iluminada. Tirámos umas fotos, pois claro. Dei por mim a explicar algumas das minhas ideias… Era difícil conter o entusiasmo.

No dia seguinte iniciamos o trabalho a sério. Encontrámo-nos na residência à hora marcada. Começámos com um briefing; recordámos o nosso plano de trabalhos para este dia e esclarecemos várias dúvidas. Ficámos a saber que há várias pessoas para ser entrevistadas. Lembrámos que as entrevistas seriam faladas em francês e legendadas em português; a perspectiva de programas bilingues animou todos os presentes.

Antes de sair, fizemos orações no quarto privado de 'Abdu'l-Bahá. Começámos com filmagens no exterior; fomos para o Jardim de Trocadero, ali perto; partilhámos a carrega da mochila com baterias e cassetes, do tripé e da câmara. E não esquecemos os apontamentos.

Sucederam-se os "takes". "Aqui tem um bom enquadramento." "Era importante que vocês se movimentassem enquanto falam..." "O B. está despenteado..." "Espera... não ficou bem. Vamos ter que repetir" "Vamos fazer a abertura depois...". Os Bahá’ís franceses observavam-nos atentamente. Alguns estavam curiosos; outros claramente tentavam a tentar aprender connosco.

Filmando na Residência
A tarde foi preenchida com filmagens no interior da residência. Começamos as entrevistas. Algumas vozes fraquejaram; outras aceleraram; não faz mal; podíamos repetir. Falhou o flash; aquele candeeiro dava para desenrascar. Precisámos de novos ângulos. Reparei no Junior; era de origem marfinense e tinha um olhar quase magnético. Infelizmente, durante a entrevista, sentiu-se desconfortável e desviou o olhar para o chão. "Parem!..." Delicadamente, chamei-lhe a atenção e ele aceitou o meu comentário. Retomámos a entrevista. Desta vez, o Junior olhou fixamente Pedro Marques durante a entrevista. Estamos de acordo: "O gajo é bom na TV!"

As filmagens previstas para hoje estavam quase a acabar. Ao fim da tarde recebemos um recado: "Já não é necessário ir hoje ao Centro Bahá’í. A pessoa que ia ser entrevistada hoje estará lá amanhã". Foi uma alteração de planos que nos agradou; estávamos cansados. Mas não o suficiente para nos impedir de ir passear até ao Arco do Triunfo, depois de jantar.

No sábado de manhã, tínhamos filmagens no Centro Bahá’í de Paris. Alguns amigos aguardavam-nos. Tínhamos previsto filmar entrevistas sobre os dois livros. Começou o Frederic a falar sobre o livro "Palestras em Paris"; despejou datas, nomes, locais... "Sou um rato de biblioteca", confessou-me mais tarde. Entendi-o e fiquei a pensar em fotos antigas para ilustrar a sua intervenção. Este vai dar trabalho quando fizermos a montagem.

A explicar uns pormenores...
Seguiu-se a Annie. Tinha sessenta anos e aparentava um misto de humildade e elegância. Começou a sua intervenção a dizer que o livro (Respostas a algumas perguntas) era "mágico e é útil para Bahá’ís e não Bahá’ís". Ops! "Corta!" Explico que o que acabou de dizer pode ser mal-entendido. Dizer que um livro Bahá’í é mágico poderia sugerir que somos algum grupo esotérico; além disso, não devemos nunca fazer distinção entre pessoas por serem, ou não serem, Bahá'ís. Annie aceitou os meus comentários com um sorriso. Recomeçámos. Desta vez tudo correu bem.

Chegaram mais pessoas para serem entrevistadas. Responderam a questões de carácter genérico. Algumas tiveram um desempenho muito bom para quem é entrevistado pela primeira vez; parecia que não se intimidavam com a presença da câmara.

Entrevistando a Natalia
Sophie agradeceu-nos e nome da AEN de França e pede para jantar connosco. Queria fazer um balanço do trabalho. Pediu opiniões sinceras sobre o desempenho de todos os participantes. O audiovisual é uma área em que os Baha’is franceses ainda têm que desenvolver. Acham que somos fantásticos. Não é bem assim, mas sabemos que temos mais experiência do que eles.

Comecei os meus comentários: "Alguns pareceram intimidados com a presença da câmara..." "Gostei da maneira de falar da G. Era muito segura." "L. falou demasiado depressa… parecia um apresentador de televendas..." "A. foi magnífica..." "T. era demasiado sexy..." "Foi pena o M. ter aquela roupa. Parecia mal-amanhado..." "O Júnior foi muito bom. Temos poucas pessoas como ele em Portugal".

Sophie tomava nota das minhas observações. "Podemos de avançar para um workshop de Técnicas de Apresentação. A maior parte das pessoas não tem consciência destes problemas. E isto pode-se corrigir com algum treino", concluo.

À porta da Residência
"Seria uma boa ideia. Temos muito a aprender convosco", respondeu-me.

"Temos de aprender uns com os outros. Em Portugal, temos dificuldade em encontrar pessoas disponíveis para os programas. Aqui vocês mobilizaram dez, ou doze, pessoas. Isso é muito bom."

"A vossa presença foi uma bênção..."

"Não gosto de pensar assim. Eu diria que o resultado neste momento é francamente positivo. O nosso objectivo era filmar 4 programas e devemos ter recolhido material para 6 ou 7. É claro que ainda não vimos o resultado final; falta o trabalho da montagem. Mas neste momento estamos muito satisfeitos".

Sophie sorri.

Ficámos com a sensação que este pode ser o início de uma bela colaboração entre Bahá’ís de França e de Portugal.