quarta-feira, 17 de julho de 2013
Seguindo exemplo do Papa, dissidente Iraniano beija os pés de criança Bahá’í
Em 15 de Julho, o dissidente iraniano Mohammad Nourizad, ex-colunista conservador da linha-dura, beijou os pés de um menino Bahá’í de 4 anos de idade chamado Artin. Nourizad colocou uma foto da cena no seu blog, juntamente com um relato do encontro. "Disse a Artin:" Meu pequeno rapaz: peço-te desculpa, em nome de todos aqueles que, nestes anos islâmicos, foram injustos contigo e com os teus companheiros [Bahá’ís]"
Nourizad, que tem sido acusado por alguns de exibicionismo político, sugeriu que ao beijar os pés da criança, estava a seguir o exemplo do Papa Francisco, que no início deste ano beijou os pés de uma jovem prisioneira muçulmana. "Quando o Papa, o líder dos católicos do mundo, se curva, lava e beija os pés de uma criminosa muçulmana, por que é que eu não deveria beijar os seus pés como representante do gabinete do [líder supremo do Irão Ali Khamenei] e das [muitos] fontes de rivalidade xiita?", escreveu.
Artin está a cargo de uma avó. Os pais da criança estão entre os muitos que foram condenados à prisão por ensinar os estudantes Bahá’ís em universidades clandestinas (os Bahá’ís estão proibidos de ingressar no ensino superior no Irão). Nourizad escreveu que o avô de Artin foi executado há vários anos "muito provavelmente" sob a acusação de espionagem.
No seu blog, Nourizad escreveu: "O pequeno Artin visita [os seus pais] todos os domingos Ele vai à [prisão] Karaj para se encontrar com o seu pai e seu tio e à prisão de Evin para visitar a sua mãe. Os pais de Artin não cometeram qualquer crime, excepto serem Bahá’ís."
A visita de Nourizad é apenas o mais recente acto de dissidência entre os vários que ele cometeu contra as instituições iranianas e o líder supremo Ayatollah Khamenei, que ele outrora admirava. Ele já escreveu mais de uma dúzia de cartas abertas para Khamenei acusando-o de maltratar os iranianos e isolar o país no plano internacional.
Nourizad foi preso em 2009 depois de criticar a brutal repressão governamental daquele ano contra os manifestantes que contestavam a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad, que deixa o cargo no próximo mês.
Os Bahá’ís constituem a maior minoria religiosa não-muçulmana do Irão e enfrentam perseguições e discriminação. A sua fé não é reconhecida oficialmente pelo regime. Alguns muçulmanos consideram os Bahá’ís como hereges porque o fundador da religião, Bahá’u’llah, se declarou um profeta de Deus. Os muçulmanos acreditam que o profeta Maomé é "o fim da profecia."
A Comunidade Internacional Bahá'í divulgou um relatório em 2011 relatórios que documenta os relatos da comunicação social iraniana onde a Fé Bahá’í é descrita como "desviante", um "culto perverso", e os seus seguidores como "satânicos". Nos últimos anos, a pressão do governo [iraniano] sobre os Bahá’ís tem aumentado. Essa pressão surge através de tentativas para demonizar os 300.000 Bahá’ís por parte dos clérigos iranianos de linha-dura e da comunicação social.
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FONTE: Following Pope's Example, Iranian Dissident Kisses Feet Of Baha'i Boy (Radio Free Europe - Persian Letters)
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