quarta-feira, 4 de maio de 2005

Infância perdida

No Chade, nos campos de refugiados junto à fronteira sudanesa, elementos da organização Human Rights Watch deram às crianças cadernos e lápis para os manter ocupados enquanto falavam com os pais. Sem qualquer sugestão ou orientação, algumas das crianças desenharam cenas que retratam as suas experiências dramáticas vividas no Sudão.

Salah, Age 13
"There were soldiers from Sudan, Janjaweed, and planes and bombs. I saw the Janjaweed take girls and women. The women were screaming. They seized them, they took them by force. The pretty ones were taken away…Girls were taken, small girls too, I think 5 and 7 and 14. Some came back after four or five hours... some we haven’t seen again."



A ler e ver: The Conflict in Darfur Through the Chidren's Eyes

É impossível não sentir revolta, raiva e ódio.
É impossível não ficar a pensar "O que posso fazer por esta gente?"

9 comentários:

Anónimo disse...

Pois é Marco, a isto chama-se "desolação".
Mas enquanto for do outro lado do Mediterrâneo, a "desolação" não é tão grande...

João Moutinho

Marco Oliveira disse...

Joao,

Infelizmente essa é a postura dos dirigentes políticos mundiais. Para qualquer cidadão do mundo, isto é uma “desolação” que existe no nosso planeta e por isso urge uma resposta da comunidade internacional.

Agora pensa bem que sentido faz o Sudão - cujo governo tem encorajado, de forma mais ou menos explicita, estes massacres - ser membro da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Que raio de ordem mundial vem a ser esta? Um país que fosse condenado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU devia estar vários anos sem poder ocupar um lugar naquele organismo.

Confesso que os desenhos destes miúdos me incomodaram profundamente.

Elfo disse...

Adora tu a Deus de tal modo que, se tua adoração te levasse ao fogo, isso não te faria alterar tua adoração, e tão pouco a alterarias se o paraíso te fosse a recompensa. Assim - e somente assim - deveria ser a adoração digna do Deus Uno e Verdadeiro. Se por causa de medo tu O adorasses, isto não seria próprio na santificada Corte de Sua presença, e não se julgaria este um acto que fosse dedicado por ti à Unicidade de Seu Ser. Ou se a Deus adorasses mirando o paraíso, nutrindo a esperança de atingi-lo, estarias fazendo da criação de Deus Seu companheiro, apesar do fato de ser o paraíso desejado pelos homens.
Tanto o fogo como o paraíso se curvam e prostram diante de Deus. O que é digno de Sua Essência é adorá-Lo por amor a Ele, sem medo do fogo, nem esperança do Paraíso.
Quando é oferecida a adoração verdadeira, quem adora é salvo do fogo e entra no paraíso do beneplácito de Deus, mas não deve ser este, entretanto, o motivo de seu acto. O favor e a graça de Deus, porém, manam sempre de acordo com as exigências de Sua inescrutável sabedoria.
A oração mais aceitável é aquela oferecida com a máxima espiritualidade e ardor; prolongá-la não tem sido, nem é estimado por Deus. Quanto mais desprendida e pura a oração, mais aceitável é na presença de Deus.
- O Báb, Seleções dos Escritos do Báb, p. 83, 84.

Anónimo disse...

Acredito no homem e não em Deus, assim, básico. E quando sei que homens de fé perguntam "porquê?" quase se percebendo um vacilar na fé, eu, vacilando a minha fé nos homens, pergunto "porquê?".
filinto

Anónimo disse...

"Agora pensa bem que sentido faz o Sudão - cujo governo tem encorajado, de forma mais ou menos explicita, estes massacres - ser membro da Comissão de Direitos Humanos da ONU."

Marco, tens toda a razao. Infelizmente, a ONU "herda" todos os defeitos dos paises membros. Segundo O "Los Angeles Times", os EUA teem uma "close intelligence partnership with Sudan despite the government's role in the mass killings in Darfur". Ken Silverstein, o jornalista que descreve esta historia, tambem refere que a China tem numerosos interesses economicos no Sudao...

Marco Oliveira disse...

Filinto,

Uma das coisas que já percebi é que durante a minha vida vou encontrar muitos “porquês” que ficarão por responder. É uma chatice, pois há imensa coisa que gostaria de perceber. Pode ser que essas respostas sejam claras quando morrer...

Mas a minha fé em Deus não vacila. No meu entendimento, estes actos são fruto do livre arbítrio que nos foi concedido. É assim que o ser humano se torna capaz de actos heróicos e louváveis, ou de actos bárbaros e execráveis.

Alguém disse uma vez que "quem salva uma vida, salva toda a humanidade". E quando se perde uma vida desta maneira, não morre um pouco da humanidade? Quanto da humanidade se tem perdido no Darfur?

Quando se mistura guerra e crianças fico perturbado. Sejam os meninos do Darfur, os meninos-soldados do Uganda, os amputados da Serra Leoa, os filhos de povos indígenas expulsos das suas terras e que vêem o seu modo de vida ameaçado. ...

Se todos os putos deste planeta pudessem ter uma infância parecida com a que eu tive...

Português desiludido disse...

Lembrar e comemorar e nunca esquecer!

Anónimo disse...

Era bom que mais gente houvesse como nós em que neste momento apenas festejamos a vitória do Sporting!
também faz falta desde que seja com "moderação".

João Moutinho

Anónimo disse...

Não quero fugir ao essencial, junto a minha revolta e a minha tristeza à vossa.
Filinto