sábado, 18 de junho de 2022

Os Ensinamentos Bahá’ís e a Homossexualidade



Introdução
 
Os seres humanos pensam de formas diferentes. Têm valores e crenças distintas. Frequentemente, essas diferenças levam à contenda, ao conflito, à injustiça, ao sofrimento, à opressão e à instabilidade social.

Os Bahá'ís acreditam que toda a humanidade é uma só, sob a misericórdia de um Criador todo-amoroso. Ao enfatizar a dignidade espiritual e a liberdade essenciais de cada alma, Bahá'u'lláh afirma que "a fé de um homem não pode ser condicionada por ninguém, salvo por ele próprio". Assim, o nosso desafio é aprender a viver juntos, respeitando os diversos indivíduos e grupos, cada um com as suas próprias perspectivas sobre a realidade, enquanto cultivamos uma unidade na diversidade de pensamento e acção, através da qual o progresso e uma ordem social pacífica podem ser promovidos.

Hoje, em todo o mundo, de várias formas e em diferentes sociedades, a questão da homossexualidade é muitas vezes abordada de forma dicotómica, exigindo afirmação ou rejeição. É encarada como um jogo de soma zero, que exige que a sociedade assuma uma determinada posição, e considera aqueles que têm uma visão diferente como imorais ou intolerantes. Nós, Bahá’ís, não entramos nesse jogo, e consideramos o assunto como sendo mais complexo e tendo várias nuances. Não é correcto coagir ou forçar outras pessoas em matéria de crença. Todos devem ter direito a fazer as suas opções. Qualquer esforço para impor uma determinada perspectiva ou solução a uma parte da humanidade que não a aceita, provavelmente apenas conseguirá libertar forças que se opõem e resistem à mudança, prolongando assim o conflito, o sofrimento e a desordem.

No centro do desacordo está uma diferença de perspectiva sobre a estrutura da ética sexual. Historicamente, os sistemas de crenças religiosas em todas as culturas têm sido uma fonte primária de percepção e ordem moral. Os textos sagrados ou tradições contêm várias leis e advertências que, de uma forma ou de outra, redirecionam ou restringem comportamentos que surgem de inclinações e desejos que ocorrem naturalmente nos seres humanos. Nos séculos mais recentes, o pensamento ético sobre a sexualidade baseou-se frequentemente na perspectiva fornecida pela lei natural: a sexualidade humana estava ligada à procriação, um dos bens distintivos associados à união conjugal e expressão de um propósito humano inato e, consequentemente, o comportamento sexual apropriado foi considerado confinado aos comportamentos restritos ligados à reprodução. Algumas perspectivas contemporâneas desafiam essa perspectiva, sugerindo que uma estrutura de ética sexual deve estar baseada na psicologia humana, que enfatiza a aspiração e a realização pessoal. Nesta perspectiva, os valores mais importantes para a ética sexual não se devem focar em actos particulares, mas sim no consentimento e na garantia de que um indivíduo não se torna apenas objeto da acção de outro.

O modelo Bahá'í da ética sexual baseia-se nos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Para os Seus seguidores, os preceitos e conselhos que se encontram nesses ensinamentos representam “um sopro de vida para todas as coisas criadas”, “as lâmpadas” da “sabedoria e amorosa providência” de Deus, e assim devem ser observados, como Bahá'u'lláh exorta, “com alegria e satisfação, pois isto é melhor para vós, se apenas o soubésseis.” Este modelo afirma o valor do impulso sexual, rejeita o puritanismo sexual, mas reconhece a necessidade de expressão apropriada e de autocontrole. Está em contraste com os padrões permissivos da era contemporânea, que tendem a colocar a liberdade sexual acima de outros objetivos e valores. Bahá'u'lláh afirma que a família é a base da sociedade e da civilização, que o casamento é entre um homem e uma mulher "para que surja alguém que faça menção a Deus", e que as relações sexuais só são permitidas entre um casal unido pelo matrimónio. Estes ensinamentos estão expostos nas Escrituras de Bahá'u'lláh e nas declarações autorizadas de 'Abdu'l-Bahá e Shoghi Effendi. Eles não podem ser alterados pela Casa Universal de Justiça, o corpo governante da Fé Bahá'í.

Uma das verdades fundamentais da Fé Bahá'í é que a consciência não pode ser coagida. Todo ser humano tem direito à liberdade de consciência e de crença. Cada um é, em última análise, responsável perante Deus pelas suas escolhas. Assim, apesar das suas próprias convicções, os Bahá'ís são instados a serem tolerantes e respeitosos para com aqueles cujos pontos de vista diferem dos seus, a não julgar os outros de acordo com os padrões Bahá'ís e a não tentar impor esses padrões à sociedade. O preconceito de qualquer tipo é inteiramente contra o espírito da Fé; pois embutido no etos da comunidade Bahá'í está o reconhecimento de que “o amor é luz, não importa em que morada ele resida; e o ódio é escuridão, não importa onde faça o seu ninho.” Sejam crentes ou não, Bahá'u'lláh exorta todos os seres humanos a "atravessar este breve período de vida com sinceridade e justiça"; e a mostrar “paciência, misericórdia, compaixão e benevolência para com todos os povos e tribos da terra”.

Ao reconhecer livremente Bahá'u'lláh como o Manifestante de Deus - o Educador divino - para esta era, os Bahá'ís também escolhem livremente seguir os Seus ensinamentos, que acreditam poder despertar o potencial individual, promover o desenvolvimento de qualidades espirituais e contribuir para o bem-estar da sociedade. Assim, a verdadeira liberdade encontra-se no reconhecimento de que os seres humanos são seres espirituais que aspiram a um propósito mais elevado: ir além das compreensões meramente materiais da realidade, usando as capacidades da razão e da fé para enfrentar os desafios da vida.

Respostas a Perguntas Frequentes

Qual a perspectiva Bahá’í sobre a identidade?


A questão da identidade - o que é, e quem a define - vai ao cerne de como os ensinamentos Bahá'ís sobre a homossexualidade podem ser entendidos. Para aqueles que acreditam em Bahá'u'lláh, é a essência espiritual da pessoa, a alma humana, que constitui a sua verdadeira identidade; e o Manifestante de Deus é a fonte da verdade em cada época, é Ele que ilumina a nossa compreensão desta realidade e nos apresenta os ensinamentos que permitem que a alma se aproxime do seu Criador e alcance a verdadeira felicidade. Sobre este assunto, Bahá'u'lláh ensina que a alma não tem género, raça ou outras identidades relacionadas com características físicas. Trata-se de uma realidade espiritual que transcende todas essas distinções. Deste ponto de vista, os Bahá'ís entendem que a autonomia e o bem-estar dos seres humanos não são apenas definidos pelas leis e condicionalismos do mundo natural, mas também por uma existência espiritual objetiva. À medida que os seres humanos evoluem, compreendendo e aplicando as leis da física, também progridem assimilando conceitos e princípios espirituais nas suas vidas.

Em essência, os ensinamentos Bahá'ís apresentam um conceito de identidade humana onde as ambições interiores de cada pessoa estão alinhadas com os objetivos de uma realidade social justa, empática e criativa, propondo assim um sentido mais alargado de identidade humana, que defende a nobreza inata de todos, onde cada ser humano “nasce no mundo como uma esperança do todo”. Conforme proclamado por Bahá'u'lláh: "Deixai que a vossa visão seja de âmbito mundial, em vez de se confinar ao vosso próprio ser".

Qualquer pessoa pode ser Bahá’í?

As portas da comunidade Bahá'í estão abertas a todos; isso aplica-se igualmente àqueles com orientação homossexual. No final da década de 1940, Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, foi informado e questionado sobre a situação de um grupo de jovens com orientação homossexual que estavam profundamente interessados na Fé Bahá'í e alguns deles desejavam tornar-se Bahá'ís. Na sua resposta, ele aconselhou que os jovens “devem ser tratados como quaisquer outras pessoas que pretendem aderir à Fé Bahá'í e ser aceites nas mesmas condições”. Essa abordagem mantém-se até hoje. Associada à condição de membro da comunidade Bahá'í está a expectativa de que todos aqueles que aceitam Bahá'u'lláh como Manifestante de Deus farão um esforço sincero e persistente para alinhar a sua conduta com os Seus ensinamentos. Esta é a própria definição do que significa ser Bahá'í. Os crentes que experienciam um atracção pelo mesmo sexo escolhem livremente esse caminho de observar os “conselhos” de Deus, por amor à “Sua beleza”, pois isso realiza o propósito espiritual essencial da alma. Se alguém não deseja aderir formalmente à comunidade Bahá'í, ele ou ela ainda é bem-vindo para participar nas actividades Bahá'ís. É de salientar que em muitos locais em todo o mundo, aqueles que não são membros da comunidade desempenham um papel activo no enriquecimento de iniciativas devocionais, educativas e sociais inspiradas nos princípios Bahá'ís.

Que tipo de orientação é dada aos Bahá’ís que se esforçam por ter um comportamento de acordo com os padrões Bahá’ís?

Há uma diferença entre a atração por pessoas do mesmo sexo e a prática da homossexualidade. Quando uma pessoa reconhece Bahá'u'lláh como o Manifestante de Deus, então, como qualquer outro crente, ela esforça-se para seguir os Seus ensinamentos, independentemente dos desafios pessoais que possa enfrentar. Todos os crentes se esforçam de maneiras diferentes para viver uma vida Bahá'í, e não há razão para que o desafio da atracção por pessoas do mesmo sexo seja destacado dos outros. A vida apresenta desafios diferentes a cada alma, e o desafio que algumas almas têm com os ensinamentos Bahá'ís relativos à homossexualidade não é essencialmente diferente daquele que outras enfrentam ao tentar aceitar outros ensinamentos. Uma abordagem compreensiva à questão da homossexualidade tem certamente justificação e os esforços daqueles que têm orientação homossexual e se esforçam para viver uma vida Bahá'í são dignos de admiração. Eles são livres de participar no serviço à comunidade e devem saber que as instituições da Fé Bahá'í não se intrometem na vida privada dos crentes.

Os ensinamentos Bahá'ís sobre a homossexualidade estão de acordo com as descobertas da ciência?

Embora a ciência possa fornecer compreensão sobre o que é natural – isto é, o que aparece na natureza – ela não declara se um comportamento “natural” deve ou não ser expresso. A perspectiva estritamente material que considera a natureza como perfeita não é aceite pelos Bahá'ís. Existe uma distinção nos ensinamentos Bahá'ís entre aquilo que os seres humanos podem estar inclinados a fazer e aquilo que, em última análise, melhor representa o seu propósito espiritual. A compreensão Bahá'í da homossexualidade é, portanto, vista como uma questão de compreensão e acção moral, em vez de uma questão científica.

Os Bahá'ís acreditam que a homossexualidade é uma condição que possa ser alvo de uma intervenção médica?

A perspectiva da comunidade médica sobre a homossexualidade mudou significativamente ao longo dos anos. No entanto, a questão não é se a orientação sexual pode ser mudada, mas se, como Bahá'í, a pessoa se esforça para seguir os ensinamentos de Bahá'u'lláh. Cabe ao crente individual determinar se, nesse assunto, o aconselhamento ou alguma outra abordagem o pode ajudar.

Qual deve ser a atitude de um Bahá'í em relação a um filho que tem orientação homossexual?


Nessa situação, um pai ou uma mãe continuariam naturalmente a expressar amor profundo e constante para com o seu filho. Se o(a) filho(a) atingiu a idade da maturidade e não se considera Bahá'í, então a lei Bahá'í, obviamente, não se aplica ao filho(a). Os pais devem estar cientes de que os Bahá'ís são instruídos a respeitar aqueles cujos pontos de vista diferem dos seus, e eles não julgam os outros de acordo com os seus próprios padrões. Se o(a) filho(a) é Bahá'í, o pai e/ou a mãe irão certamente encorajar o(a) filho(a) a reflectir sobre os princípios discutidos anteriormente sobre identidade e o esforço de cada crente para seguir os ensinamentos do Manifestante de Deus.

O que deve fazer um Bahá'í com orientação homossexual se for alvo preconceito na comunidade Bahá'í?

Os ensinamentos Bahá'ís contêm a crença de que toda alma humana está indelevelmente marcada com a imagem de Deus; isso confere-lhe a derradeira dignidade que todas as pessoas desejam. Bahá'u'lláh apela aos Seus seguidores para que se concentrem e promovam a unidade no mundo: "aderi tenazmente àquilo que promova a amizade, a bondade e a unidade", e "sede como os dedos de uma mão, os membros de um único corpo." Para este fim, os Bahá'ís esforçam-se para manifestar “amor abrangente” e respeito por todos os membros da comunidade, para criar ambientes sociais de capacitação individual e desenvolvimento mútuo. Não há lugar para atitudes críticas e sobranceria. Portanto, considerar aqueles com orientação homossexual com preconceito ou desdém seria totalmente contra o espírito da Fé Bahá'í. Nos seus esforços para construir comunidades unidas, é inevitável que os Bahá'ís encontrem irmãos de fé cujo comportamento não esteja totalmente de acordo com os padrões da sua Causa. Ao enfrentar essas situações, muitas vezes podemos afectar positivamente os outros demonstrando paciência e tolerância. No entanto, se o comportamento prejudicial do membro da comunidade persistir e estiver a corroer a unidade, então as instituições Bahá'ís têm a responsabilidade de resolver o assunto.

Porque é que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não existe nem é reconhecido na comunidade Bahá'í?

À luz dos ensinamentos de Bahá'u'lláh sobre casamento e conduta sexual, na comunidade Bahá’í não é possível reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ser um Bahá'í significa reconhecer que Bahá'u'lláh é a fonte divinamente inspirada da verdade para esta era. Seria uma contradição alguém afirmar que aceita Bahá'u'lláh, mas conscientemente rejeitar, desconsiderar ou contestar dos ensinamentos ou leis estabelecidas por Ele. Se um indivíduo casado com uma pessoa do mesmo sexo desejasse aderir formalmente à comunidade Bahá'í, seria sensato que essa pessoa, por si própria, resolvesse qualquer contradição fundamental antes de decidir se deve assumir o compromisso de se tornar Bahá'í. Nenhuma pressão seria exercida pela comunidade Bahá'í sobre qualquer pessoa nesta situação; é essa pessoa que deve escolher em oração o caminho a seguir. Embora possa não ser possível para algumas pessoas aderir formalmente à comunidade Bahá'ís, elas podem, se quiserem, continuar o seu estudo dos ensinamentos Bahá'ís e esforçar-se para colocá-los em prática nas suas vidas.

A comunidade Bahá'í tem alguma posição em relação ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo?

A Fé Bahá'í não assume uma posição em relação às práticas sexuais daqueles que não são membros da Comunidade. A comunidade Bahá'í não se considera como um grupo ou organização social que pretende estabelecer uma agenda social específica. A sua abordagem para efectuar mudanças sociais positivas evita o confronto e a disputa pelo poder; o seu objectivo é unir as pessoas na busca de princípios fundamentais e medidas significativas que possam levar à resolução justa dos problemas que afligem a sociedade. Como Bahá'u'lláh afirmou: "O progresso do mundo, o desenvolvimento das nações, a tranquilidade dos povos e a paz de todos os que habitam na terra estão entre os princípios e as leis de Deus". Ao trabalhar pela justiça social e bem-estar, os Bahá'ís distinguem entre as dimensões das questões públicas que estão de acordo com os ensinamentos Bahá'ís (que eles podem apoiar activamente) e aquelas que não estão (que eles não promovem, nem necessariamente se opõem). Em relação à questão da homossexualidade, os Bahá'ís esforçam-se para acabar com a discriminação e proteger os direitos humanos fundamentais de todas as pessoas, sem defender ou opor-se ao casamento civil.

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FONTE: The Baha’i Teachings and Homosexuality (site oficial dos Bahá’ís dos EUA)

18 comentários:

Anónimo disse...

Muito esclarecedor!

Anónimo disse...

Ótimo texto, mas que deixou muito a desejar no tópico sobre ciência. Deu a entender que a Fé Bahá'í se opõe a ciência, que obedece unicamente à Baha'u'lláh e que este ensinou algo contra a ciência.

Marco Oliveira disse...

Onde é que o texto deixa a entender que a Fé Bahá'í se opõe à ciência ou que Baha'u'lláh ensinou alguma coisa contra a ciência?

Cori Correa disse...

Para muitos indivíduos ser homosexual é algo genético, ou seja, que nem sempre é uma questão de escolha pessoal ou influência do meio. Não é fácil contra-argumentar isso, pois há pessoas que, desde a infância, parecem ter nascido no corpo errado.

Marco Oliveira disse...

Cori Correa,
Este outro artigo aborda essa questão.
https://povodebaha.blogspot.com/2017/06/as-pessoas-transgenero-podem-ser-bahais.html

Anónimo disse...

O texto como um todo mostra que o único motivo para alguém resistir aos seus desejos homossexuais, não se envolvendo em práticas homossexuais, é o ensinamento de Bahá'ú'lláh que proíbe tal prática. Não apresenta um motivo científico, sendo que o próprio Bahá'ú'lláh ensina também a unidade entre ciência e religião, como todos nós sabemos. O tópico que fala sobre ciência dá a entender que não há harmonia entre religião e ciência neste tema, devendo a pessoa ter que seguir o que a religião prescreve, apenas. Pois o próprio tópico dá a entender que a homossexualidade é "natural", mas não deve ser ouvida. E conclui dizendo que é "uma questão de compreensão e acção moral, em vez de uma questão científica". Então quer dizer que o homossexual que se torna bahá'í vai escolher não praticar a homossexualidade, mas continuar sentindo desejos homossexuais pelo resto da vida? Isso é digno? Pois algum bahá'í lhe disse que a homossexualidade é natural. Sugiro reformular este tópico. Pois a homossexualidade não é natural, apesar de ser involuntária. É uma alteração biológica na formação intra-uterina do sistema reprodutor, que quando não chega a alterar a anatomia sexual, altera apenas os hormônios sexuais e a libido. A função da existência da libido é garantir o sexo. A função da existência do sexo é garantir a reprodução. Se libido e sexo podem servir para outra coisa, é efeito colateral, não justifica a sua existência. Homossexuais chegam a alterar a sua anatomia sexual com hormônios e cirurgias para se tornarem heterossexuais do sexo oposto, o que é um procedimento muito agressivo, e para sempre imperfeito. Não é muito mais suave e inteligente tentar mudar apenas sua libido? E se tornar um heterossexual do mesmo sexo? Isso não se faz com hormônios também? Se hormônios conseguem alterar a anatomia, muito mais a libido. Eu entendo que o autor do texto quis suavizar e proporcionar uma leitura suave para o leitor homossexual. Mas a custo de que? De querer convencê-lo que a heterossexualidade é apenas um ensinamento religioso sem respaldo científico? Acho que não convence uma pessoa inteligente.

Anónimo disse...

Mas a homossexualidade não é mesmo uma questão de escolha ou de influência do meio, isso pouquíssimo à determina. É uma questão de hormônios, que determinam a libido da pessoa. E isso também não é genético, mas é desenvolvido em sua formação fetal. A pessoa não é concebida com uma orientação sexual, mas apenas com um sexo. Este sexo, determinado geneticamente, precisa ser desenvolvido, tanto anatomicamente quanto em questão de libido, e isso ocorre quando feto. A homossexualidade é uma alteração deste desenvolvimento, a pessoa não tem culpa. Mas tudo que é desenvolvido pode ser alterado. Porém não adianta apenas a pessoa decidir não praticar a homossexualidade, ela precisa deixar de sentir a libido homossexual, o que se consegue apenas com alteração hormonal. Assim como os hormônios conseguem fazer uma pessoa desenvolver anatomia do outro sexo, seja quando feto, seja depois de adulto, com muito menos, conseguem alterar apenas a libido. Mas existe muito preconceito por parte de homossexuais.

Anónimo disse...

Mas aqui ele está falando apenas de pessoas que tiveram um desenvolvimento fetal ambíguo na questão da anatomia sexual, que nasceram com anatomia em parte masculina e em parte feminina, por conta de uma alteração de desenvolvimento. Isso não é natural, é desenvolvido, assim como a cegueira não é natural, mas desenvolvida. O humano nasceu para enxergar, se não enxerga, é porque houve uma alteração no seu desenvolvimento natural. Da mesma forma, a pessoa é por natureza (genética) macho ou fêmea. Mas pode haver uma alteração no desenvolvimento. Neste caso, é natural que a pessoa passe por cirurgia para definir seu sexo. Mas creio que quando se fala de transsexualidade, não se fala disso, se fala de pessoas homossexuais com desenvolvimento anatômico perfeito, e que depois de adultas alteram sua anatomia perfeita. Era isso que o autor deveria responder no artigo, como a Fé Bahai vê esta situação. Mas já percebi que em assuntos delicados como estes, os autores meio que desconversam, para mostrar apenas que aceitam qualquer pessoa. Isso é outra questão. Não convence uma pessoa inteligente. Uma coisa é nós humanos sermos folhas do mesmo ramo e a Fé Bahá'í aceitar qualquer pessoa. Outra coisa é considerar qualquer atitude como aceitável, ou desconversar e não julgar uma atitude contrária aos ensinamentos. Não somos nós bahais quem devemos julgar o comportamento de uma pessoa, mas ela mesma. Mas se ela nos pede um julgamento, não podemos desconversar, precisamos falar a verdade. É a própria pessoa quem decide o que fazer com tal julgamento. Estamos apenas a transmitir um ensinamento (que é sempre um julgamento), e a pedido da própria pessoa. São questões que, para mim, são claras. É óbvio que os ensinamentos baha'is proíbem a homossexualidade e a cirurgia para mudança de sexo em uma pessoa com anatomia perfeita, pois isso nada mais seria que condenar a pessoa à homossexualidade para o resto da vida. Quanto a pessoa que nasce com a anatomia indefinida é outra história, a cirurgia é para definir um dos dois sexos, que deve ser o genético. Os genes definem um de dois sexos, macho ou fêmea. Isso é a genética, a natureza que Deus criou. Agora o desenvolvimento desta essência criada por Deus não depende de Deus, mas das próprias criaturas. E todas as criaturas estão interligadas, ou seja, sujeitas a muitas influências, então muita coisa pode acontecer no desenvolvimento dos seres que desvie da sua natureza, da sua genética. Os genes são dados no momento da concepção e tudo o que o zigoto possui no exato momento da concepção é a sua natureza (seu inato), porém depois de alguns minutos algo indesejável pode acontecer que afete o seu desenvolvimento. O sistema reprodutor começa a se desenvolver depois de meses. Muita coisa pode acontecer que impeça que o feto desenvolva as informações inscritas em seus genes. Os genes podem determinar que é macho, mas algo não permite que seu sistema reprodutor se desenvolva naturalmente. Fora o fato (daí eu não estudei) de que os gametas dos pais já vem com alguma alteração, ou mesmo venham perfeitos mas ocorra alguma alteração antes dele se unirem num zigoto. Mas a natureza (genética) é clara, ela produz apenas macho (XY) ou fêmea (XX). Qualquer alteração não é natural, não foi produzida pela natureza, mas algum fator externo que interveio e impediu que a natureza se manifestasse. Portanto, o problema não está na genética, mas no fenótipo (manifestação dos genes), ou seja, algo impede que seja desenvolvido o que os genes informam. E se há alguma alteração nos genes, não é determinada pelos próprios genes, mas por um influencia externa.

Marco Oliveira disse...

O texto não aborda o tema numa perspectiva científica. É muito claro quando diz “A compreensão Bahá'í da homossexualidade é, portanto, vista como uma questão de compreensão e acção moral, em vez de uma questão científica.”
Por outro lado, a palavra “natural” é claramente usada como significando “o que aparece na natureza”, e não como o que segue as regras predominantes na natureza.
Querer ver aqui uma contradição entre ciência e religião é distorcer o que está escrito.
Por outro lado, não há aqui um “desconversar”; o texto deixa claro no início que “a questão da homossexualidade é muitas vezes abordada de forma dicotómica, exigindo afirmação ou rejeição.” E acrescenta que “Nós, Bahá’ís, não entramos nesse jogo, e consideramos o assunto como sendo mais complexo e tendo várias nuances.”

Anónimo disse...

Desculpe amigo, não quero bater de frente, como pode parecer, apenas estou mostrando a impressão que tenho. A pessoa que escreveu o texto não é perfeita, não podemos achar que um texto escrito por algum amigo represente perfeitamente os Ensinamentos, ainda mais um tema complexo como este que exige domínio em tantas áreas. Um outro amigo pode ter uma percepção melhor em algum aspecto do tema, perceber alguma dissonância no texto, apresentar argumentos e sugerir reformulação. Aqui, a postura defensiva não se justifica, pois não se está defendendo os Escritos, mas um artigo de um amigo, que pode ser mais imperfeito que a compreensão de um leitor.

Desculpe, mas preciso insistir. Os temas em geral precisam ser pesados na balança da religião e da ciência, ainda mais o tema da homossexualidade, que tem base essencialmente biológica, a base moral tem menor peso aqui, pois não é tanto uma questão da pessoa entender os Ensinamentos e decidir não praticar a homossexualidade, isso é a parte mais simples desta história. Quantos homossexuais que já possuem este entendimento, mas não resistem à libido homossexual? É uma questão essencialmente científica, pois o organismo da pessoa tem desejos homossexuais involuntários. Os cientistas estão cheios de preconceitos, nem tudo que eles afirmam é ciência verdadeiramente, ainda mais em temas que envolvem mais subjetividade. E quantas conclusões “cientificas” sobre a homossexualidade não devem ser pronunciadas justamente por homossexuais?

Em algum lugar Abdul-Bahá afirma que os seres são criados aos pares (macho e fêmea). E esta, a reprodução sexuada, é uma das formas de reprodução, presente em quase toda a natureza, inclusive nós humanos, não existindo outra para nós. Esta é a criação de Deus, é isso que Deus inscreveu na essência dos seres. Deus não cria nada pronto, mas apenas a essência/semente dos seres, devendo estes passarem por um processo de acabamento/desenvolvimento. Neste processo, sujeito a influência de todo o universo a sua volta, a toda sorte de eventos, um evento extraordinário pode interferir no desenvolvimento natural da essência/semente de um ser.

Anónimo disse...

Portanto, qualquer desenvolvimento que esteja em desacordo com a essência da reprodução sexuada (macho e fêmea) do homem é uma alteração deste desenvolvimento, e não o ideal. A natureza não evoluiu perfeitamente em todos os detalhes, segundo a essência criada por Deus. Não, existem várias imperfeições, que levarão o seu tempo para se aperfeiçoarem. Por isso, existem tantas imperfeições biológicas em alguns seres de cada espécie, que são imperfeições de “desenvolvimento” na espécie. Mas os humanos hoje com sua ciência podem corrigir algumas delas. A homossexualidade não se trata de algo inato e irreversível como muitos cientistas sugerem. Mas algo desenvolvido, uma alteração de desenvolvimento.

Este tema é realmente complexo e delicado, principalmente porque envolve a libido dos homossexuais, coisa muito difícil de controlar. Também porque os homossexuais têm preconceito em relação à homossexualidade, então se sentem ofendidos quando se dirige à eles o “conceito” de homossexualidade, que contradiz o vosso “preconceito”.

Quanto à forma dicotômica de se abordar a questão, isso é fruto de uma compreensão superficial, pois não existe dicotomia nenhuma na abordagem correta, mesmo sendo complexa e delicada. Existem dois temas independentes que são confundidos por quase todos que tratam da questão, por causa de uma compreensão superficial. Um tema é o conceito de “homossexualidade” que é essencialmente biológico/cientifico (claro que está ligado também com o psicológico/social). Outro tema é o tratamento dado ao “homossexual” que é essencialmente ético/moral (claro que está ligado também com o biológico/científico).

Então existem dois temas diferentes: o do comportamento e o do ser. Estão interligados, eis porque a questão é delicada, mas cada tema é um. O juízo que fizemos a um, não precisamos fazer a outro. A dicotomia surge porque as pessoas não fazem esta distinção e emitem um único juízo para o par ser/comportamento, quando o certo é emitir dois juízos independentes, um para cada. As Escrituras julgam as duas coisas separadamente. “Todo ser humano deve ser amado e integrado na mesma família” (incluindo o “homossexual”). E também que “existem inúmeros desenvolvimentos/comportamentos que não são naturais ao homem, mas adquiridos, sejam eles involuntários/biológicos ou voluntários/sociais” (incluindo a “homossexualidade”).

Anónimo disse...

Concluindo, apesar de ser um ótimo texto, que eu mesmo não teria capacidade de redigi-lo, existe sim a omissão do lado científico, o que gera mal entendido. Pois a questão da “homossexualidade” é essencialmente científica, e existe base nos Ensinamentos para distinguir a verdade do erro nesta questão. Simplesmente tolerar os preconceitos de muitos cientistas e omitir o argumento científico bahá’í, não cola bem. E o texto diz que é uma questão apenas moral, ou seja, trata apenas do “homossexual”. Oras, ser e comportamento estão ligados, homossexual e homossexualidade estão ligados, e neste caso, moral e ciência estão ligados. Portanto é preciso tratar da “homossexualidade” cientificamente também, para não parecer que é apenas uma questão religiosa sem base científica.

Cada lado desta questão possui um julgamento em um sentido. Julgamento positivo para o homossexual, e julgamento negativo para a homossexualidade. Negar um dos dois lados e emitir um único juízo para os dois, além de gerar dicotomia entre “aceitar homossexual e homossexualidade ou rejeitar homossexual e homossexualidade”, da margem para outra dicotomia também. Entre ciência e religião, pois aceitou o preceito religioso e omitiu a discussão científica, que é a essência da questão. Todos já sabem que as religiões reveladas reprovam a homossexualidade, precisa-se mostrar a base científica de tal reprovação, e com isso, mostrar a harmonia entre religião e ciência, e não dar margem para equívocos neste sentido. Eis a credibilidade de um texto.

E mostrar que a reprovação da homossexualidade nada tem a ver com a reprovação do homossexual. Que isso é uma confusão que os seguidores das religiões antigas fazem por não compreenderem as próprias Escrituras, mas que a Fé não comete. Não entrar nesta discussão não é evitar a dicotomia, é não saber discutir sem entrar na dicotomia (de aceitar tudo ou de rejeitar tudo).

O fato da questão ser complexa e delicada, e ser tratada, em geral, de forma dicotômica proíbe o bahá’í de entrar na dicotomia (aceitar tudo ou rejeitar tudo), mas não de entrar na questão de forma completa (moral e científica), distinguir dois temas independentes ali e emitir juízos independentes para cada tema, um de aceitação outro de rejeição, conforme os Ensinamentos. Claro, que tudo isso feito de forma sutil, para não impactar demais os homossexuais, com seus preconceitos sobre sua própria condição. Mas dizer que não é uma questão científica e dar a entender que os “cientistas” estão certos em todas as suas conclusões sobre a homossexualidade, dá margem sim para se pensar que o texto está dando ouvidos apenas para a religião e não para a “ciência”. E como o texto fala em nome da Fé...

Bom, esta crítica é para melhorar aquele tópico do texto, o que faz, com algumas distinções sutis, e lógicas. Não para discordar da nossa Fé. Devo deixar a modéstia de lado, pois não posso deixar de contribuir em tema como este.

Não me leve a mal. Abraço amigo!

coriolano correa disse...

BOM DIA!

Acho extremamente importante que as pessoas se sintam livres e à vontade para debater quaisquer assuntos aqui publicados, ou seja, manifestar o seu senso crítico sem constrangimentos. Tenho apreciado bastante os comentários do "amigo anónimo"; só que eu prefiro não ficar anónimo, uma vez que, apesar de baha'i, me considero um livre pensador.

Trago à baila o facto de que tenho alguns amigos baha'is que criaram seu filhos dentro do seio da Fé e que, mesmo assim, alguns deles passaram a ter um comportamento homossexual( e pro isso deixaram de se considerar oficialmente baha'is.).

Coriolano Corrêa(Ilha da Madeira, Portugal)

Fábio Lamim disse...

Obrigado pelo incentivo, Coriolano Corrêa. Olha o textão abaixo (risos). Creio que aqui estou trazendo mais uma contribuição ao tema.

O método da ciência natural é bem definido. Combina dois dos quatro métodos apontados pelo Mestre. Sentidos e razão. Sentidos coletam dados do mundo material, assim como fazem os animais também. Razão dá um processamento transcendental (interpretação) ao dados dos sentidos, extrapolando enormemente o conhecimento puramente sensorial/animal.
A primeira parte do método está suficientemente aperfeiçoada na ciência natural. Mas a segunda, vai de mal a pior em toda a ciência contemporânea, pois a razão do homem contemporâneo (uma faculdade espiritual) está doente assim com o restante do seu espírito, resultando no materialismo generalizado e em muitos preconceitos (conceitos contrários à Revelação). Tal razão faz bem seu trabalho apenas nas ciências bem objetivas: matemática, física, química, geologia, etc. Mas na biologia já tem mais dificuldades. Tais dificuldades são enormes mesmo nas ciências bem subjetivas: psicologia, antropologia, filosofia, etc.
No caso da biologia, eu percebo preconceito e ineficiência da razão do cientista quando o objeto de estudo está ligado à questões subjetivas, percebo isso quando se trata da biologia da sexualidade e da biologia das substâncias psicoativas. Por exemplo, as Escrituras são claras na avaliação que fazem da prática homossexual e da prática recreativa da cannabis. Porém os cientistas, querendo defender cientificamente tais práticas, fazem interpretações preconceituosas e irracionais sobre os dados da pesquisa. Isso é muito evidente para mim há muitos anos.
Apesar de pouco ter estudado biologia, isso não me impede de identificar os prováveis erros dos biólogos na questão da biologia da homossexualidade. Eles não se contentam com a explicação de que existe uma alteração hormonal na formação fetal, que pode tanto resultar em hermafrodita, ou em apenas homossexual, dependendo da intensidade. Eles precisam “provar” que é genético, inato, ou seja, de acordo com a Lei Natural. É claro para todos que alterações como Síndrome de Down não estão de acordo com a Lei Natural, pois esta não criou humanos para serem Downs. Se isso acontece, é uma alteração no desenvolvimento daquela programação da Natureza.
Algo interfere nos genes que os altera, produzindo por exemplo, acréscimo/ausência de cromossomos X ou Y. Porém a sua natureza é clara, ambos continuam tendo suas funções para determinar macho ou fêmea, não existindo terceira opção sexual. É uma questão lógica.

Fábio Lamim disse...

“Síndromes decorrentes de falhas no conjunto cromossômico
• Síndrome de Turner: a mulher apresenta apenas 1 cromossomo X ao invés de 2 (X0).[3]
• Síndrome de insensibilidade aos andrógenos: podendo ser completa, parcial ou moderada, a pessoa é geneticamente homem (XY), mas tem aparência parcial ou total de mulher[4].
• Síndrome do triplo X: também conhecida como síndrome da super-fêmea, a mulher possui, pelo menos, 3 cromossomos X (XXX), mas existem casos onde ela possui 4 ou até 5.[5]
• Síndrome XYY: também conhecida como síndrome do super-macho, ocorre quando um homem possui 2 cromossomos Y (XYY).[6]
• Síndrome de Klinefelter: quando o homem apresenta 1 ou mais cópias do cromossomo X (XXY).”

(Wikipédia)

Conforme exposto na citação, só existe macho e fêmea. Mas tais “síndromes” acarretam em algum caso o “desenvolvimento” alterado do sistema reprodutor e da libido, quando chega o seu momento, meses depois. Uma que uma síndrome é uma alteração (aquisição), não a natureza (o inato). Bem como todos os seus efeitos colaterais na posterior formação do sistema reprodutor, são todas alterações (aquisições).
A orientação sexual tem a ver unicamente com o desenvolvimento na sua relação com cromossomos sexuais. Mas os biólogos procuram encontrar a causa da homossexualidade em outro lugar do código genético. A orientação sexual é totalmente dependente do sexo (determinado pelos cromossomos X e Y), pois é apenas uma adaptação biológica maior ou menor da libido à anatomia sexual. Fatores psicossociais podem influenciar apenas minimamente.
Creio que este raciocínio prova a harmonia entre religião e ciência, desconsiderando a minha falta de conhecimento sobre os detalhes biológicos da questão, o que não me impede de entender a essência do funcionamento biológico.
Agora, apresento o fundamento filosófico (aperfeiçoei-o baseado nas Escrituras), para toda esta questão e que prova definitivamente a harmonia entre religião e ciência, ou seja, de que a prática homossexual é reprovada pela religião e, ao mesmo tempo, demonstrada pela ciência que não é algo natural/inato, não obedece às leis naturais, mas sim ocorre por um desenvolvimento que se desvia desta leis, por conta da interferência de algo não programado pela natureza, mas que surgiu durante o rumo que a natureza “concretamente” seguiu, não sendo necessariamente um rumo ideal e definitivo, mas sujeito ao acaso provocado pela coexistência de infinitos seres se movendo em um mesmo universo.

Fábio Lamim disse...

O princípio filosófico. A realidade em sua estrutura se divide em ser e devir. Deus cria apenas o ser, devendo o ser, por sua própria natureza e esforço, produzir o seu devir. Caso contrário, os seres seriam “robôs” sem existência real, enfim, não seriam seres. A única coisa que Deus faz para ajudar no devir do ser é enviando uma “revelação” que ensina como deve ser o devir ideal. Cabe ao próprio ser “reconhecer” e “obedecer” a tal revelação (deveres gêmeos), cumprindo assim com o seu devir. Apesar de existir um único devir ideal (que realmente devém para o seu destino – retornar à Deus) e que é ditado por Deus, é o ser quem deve endossar e realizar tal devir. Isso ocorre com todos os seres (minerais, vegetais, animais, humanos, angélicos), desde o começo sem começo. Portanto todos os seres possuem algum grau de “vontade” (apesar da vontade do mineral nada ser, comparada à humana). Por exemplo, se empurro a pedra, ela precisa reagir e fazer a sua parte, que é sofrer a minha ação. Ela não é uma nada, é um ser, vai reagir conforme sua natureza. Então existe uma grau de liberdade maior ou menor em toda a natureza, ela nunca vai reagir perfeitamente às leis de Deus, pois Deus lhe deu um grau de ser. No caso dos minerais este grau de liberdade em se desviar das Leis é extremamente pequeno. É preciso uma força oposta muito forte para desviar um Planeta do curso que a Lei Natural lhe imprime. Vegetais possuem um pouquinho mais de liberdade em seu devir. Os animais um pouquinho mais, e os humanos muito mais. O corpo humano é um animal, seu devir tem uma grau de predeterminação bem alto, mas não impede de que ele se desvie do curso imprimido pela Lei Natural, se alguma força fortuita maior agir contra. Então este universo é um devir imperfeito, e tais imperfeições podem se instalar no ambiente do ser, nos seus genes, etc, por muito tempo, até que a evolução (devir) consiga superar tais imperfeições. Este Devir (o universo) é imperfeito, mas em constante aperfeiçoamento, ou seja, não segue perfeitamente a Lei, mas está eternamente aprendendo a segui-La. Tais imperfeições são pequenas no universo mineral, vegetal e animal, pois possuem pouca liberdade, mas elas existem, justamente porque existe alguma liberdade ali. E, concluído, toda imperfeição pode, quando existirem os recursos, se tornar perfeição. A imperfeição não está na “essência” criada por Deus, mas porque a “existência” não seguiu a Lei de Deus, que está continuamente agindo sobre esta essência e “tentando” guiar a sua existência. Isso porque Deus dotou, em maior ou menor grau, todos os seres com seus atributos, e um dele é a “vontade”. Significa que Deus respeita até o menor dos átomos, e espera dele uma reação real.

Eu concordo com a maior parte deste artigo sobre a biologia da homossexualidade. Vale a pena ler, pelo menos o tópico “hormônios”: https://www.saberatualizado.com.br/2016/06/o-homossexualismo-e-biologico-ou-social.html

Fábio Lamim disse...

O princípio filosófico. A realidade em sua estrutura se divide em ser e devir. Deus cria apenas o ser, devendo o ser, por sua própria natureza e esforço, produzir o seu devir. Caso contrário, os seres seriam “robôs” sem existência real, enfim, não seriam seres. A única coisa que Deus faz para ajudar no devir do ser é enviando uma “revelação” que ensina como deve ser o devir ideal. Cabe ao próprio ser “reconhecer” e “obedecer” a tal revelação (deveres gêmeos), cumprindo assim com o seu devir. Apesar de existir um único devir ideal (que realmente devém para o seu destino – retornar à Deus) e que é ditado por Deus, é o ser quem deve endossar e realizar tal devir. Isso ocorre com todos os seres (minerais, vegetais, animais, humanos, angélicos), desde o começo sem começo. Portanto todos os seres possuem algum grau de “vontade” (apesar da vontade do mineral nada ser, comparada à humana). Por exemplo, se empurro a pedra, ela precisa reagir e fazer a sua parte, que é sofrer a minha ação. Ela não é uma nada, é um ser, vai reagir conforme sua natureza. Então existe uma grau de liberdade maior ou menor em toda a natureza, ela nunca vai reagir perfeitamente às leis de Deus, pois Deus lhe deu um grau de ser. No caso dos minerais este grau de liberdade em se desviar das Leis é extremamente pequeno. É preciso uma força oposta muito forte para desviar um Planeta do curso que a Lei Natural lhe imprime. Vegetais possuem um pouquinho mais de liberdade em seu devir. Os animais um pouquinho mais, e os humanos muito mais. O corpo humano é um animal, seu devir tem uma grau de predeterminação bem alto, mas não impede de que ele se desvie do curso imprimido pela Lei Natural, se alguma força fortuita maior agir contra. Então este universo é um devir imperfeito, e tais imperfeições podem se instalar no ambiente do ser, nos seus genes, etc, por muito tempo, até que a evolução (devir) consiga superar tais imperfeições. Este Devir (o universo) é imperfeito, mas em constante aperfeiçoamento, ou seja, não segue perfeitamente a Lei, mas está eternamente aprendendo a segui-La. Tais imperfeições são pequenas no universo mineral, vegetal e animal, pois possuem pouca liberdade, mas elas existem, justamente porque existe alguma liberdade ali. E, concluído, toda imperfeição pode, quando existirem os recursos, se tornar perfeição. A imperfeição não está na “essência” criada por Deus, mas porque a “existência” não seguiu a Lei de Deus, que está continuamente agindo sobre esta essência e “tentando” guiar a sua existência. Isso porque Deus dotou, em maior ou menor grau, todos os seres com seus atributos, e um dele é a “vontade”. Significa que Deus respeita até o menor dos átomos, e espera dele uma reação real.

Eu concordo com a maior parte deste artigo sobre a biologia da homossexualidade. Vale a pena ler, pelo menos o tópico “hormônios”: https://www.saberatualizado.com.br/2016/06/o-homossexualismo-e-biologico-ou-social.html

D'ROSE estética center disse...

Muito bom ler os pontos de vista de cada um. Eu entendo da seguinte forma: todos temos desafios contínuos de seguir as diretrizes de Deus (Sua Vontade). Se Deus envia um Manifestante Supremo para guiar a humanidade no caminho reto, é para nosso benefício e nunca para nosso prejuízo. A escolha obviamente é pessoal, por isso nos foi dado livre arbítrio. Não são os bahá'ís que inventam as leis, ou as instituições bahá'ís, e sim o Manifestante Supremo, diretamente de Deus. Então cabe a nós criaturas que somos, aderir e observar estas leis por amor a Deus e para nosso progresso espiritual, ou não, ninguém é forçado a nada, podemos querer seguir e nos adaptarmos de acordo com os preceitos divinos, ou não. Não é Deus que deve fazer a nossa vontade, somos nós que devemos aceitar a Sua Vontade. Vemos no Pai Nosso, seja feita a Sua Vontade assim na Terra como no céu. Infelizmente há uma tendência de querer que a religião se adapte a vontade do indivíduo e não o contrário. Se assim fosse, Deus não enviaria um Manifestante Supremo de eras em eras para orientar Suas criaturas no caminho reto de acordo com a Sua Vontade. " Sóis uma mina rica de jóias de inestimável valor, a educação somente poderá revelar o tesouro oculto."Se quisermos brilhar como um diamante, devemos passar pela lapidação, ou brilhar como o ouro, passar pelo fogo, ou continuaremos para sempre uma pedra bruta, a escolha é unicamente nossa, só nossa e de ninguém mais.