sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quantas outras Nedas e Monas serão necessárias?

(lembrando Mona Mahmudnizhad que foi martirizada em 18 de Junho de1983)

Há um ano atrás, a morte de Neda Agha-Soltan, a jovem iraniana assassinada durante os motins que se seguiram às eleições presidenciais no Irão, chocou o mundo. Aquele crime podia ser uma novidade para alguns. Mas para os baha’is iranianos a repressão não era novidade. Desde o seu surgimento no século XIX, na Pérsia que os Baha’is têm sido vítimas de perseguições; com a fundação da República Islâmica, a repressão tornou-se oficial e sistemática.

Um dos momentos mais dramáticos das perseguições que se seguiram à revolução, deu-se em Junho de 1983, quando as autoridade iranianas prenderam dez mulheres que leccionavam aulas bahá’ís para crianças. Estas mulheres foram sujeitas a intensos abusos físicos e mentais, sempre com o objectivo de as forçar a negar a sua fé. Tal como a maioria dos Bahá’ís que tinham sido presos, mantiveram-se firmes.



No dia 18 desse mês, essas dez mulheres bahá’ís foram enforcadas. Este acto foi particularmente chocante para os Bahá’ís, pois vulgarmente apenas os homens eram alvo de execuções. A mais nova dessas mulheres era uma adolescente de 16 anos; chamava-se Mona Mahmudnizhad. A história de Mona mereceu alguma atenção mediática: vários livros publicados, foram publicados muitos artigos em revistas e jornais e até um videoclip descrevendo o seu martírio foi lançado.

As mortes de Neda Agha-Soltan e Mona Mahmudnizhad estão separadas por 26 anos. Com elas, o regime teocrático iraniano revelou a sua faceta mais brutal e cruel. Quantas outras Nedas e Monas serão necessárias?

1 comentário:

Sağlık haberleri disse...

Un très bel article. Merci aux contributeurs.