Artigo de Shastri Purushotma, publicado no Huffington Post.
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Este sábado, 21 de Maio de 2011, é mais uma data, numa longa lista de dias, em que algumas pessoas previram com confiança ocorrer "o fim dos dias" ou "dia do juízo." Até lemos notícias de um homem em Nova Iorque que usou todas as suas economias e as gastou em cartazes publicitários anunciando iminente Dia do Juízo. Isso já aconteceu muitas vezes antes. Isso vai acontecer novamente.
Inevitavelmente, a data fixada vem e vai. Depois, o sol ainda brilha, os pássaros ainda cantam e muitos dão uma boa gargalhada à custa de quem estava absolutamente convencido de que seriam levados numa torrente de luz, enquanto outros seriam "deixados para trás" para sofrer num eterno pranto e ranger de dentes.
Os Bahá’ís têm uma visão interessante e diferente sobre o cenário do Dia do Juízo. Em vez de esperar que o sonho de um guionista de Hollywood, ocorra nas próximas 24 horas, eles vêem o "fim dos dias", como o fim de uma etapa importante da história e o início de uma nova etapa. Isso é mais difícil de vender para Hollywood, mas é mais fácil de conciliar com o senso comum e com uma compreensão básica da história.
Os Bahá’ís acreditam que a transição está a acontecer agora e que somos participantes vivos na mesma. Em vez de um dia de 24 horas, ocorrerá num "dia" de muitas gerações. O resultado final será uma civilização global em que a "Terra será um só país e a humanidade os seus cidadãos." Será que isso parece disparatado? Que tal tentar dizer às pessoas, em meados da década de 1840 (por sinal, um tempo em que 100 mil "mileritas" nos Estados Unidos esperavam que o "fim dos dias" acontecesse), que em apenas 160 anos seria possível ir à lua e voltar, e que um homem cujo pai nascera no Quénia seria o presidente dos Estados Unidos?
Em resumo: Estou confiante ao prever que todos nós ainda estaremos aqui no dia 22 de Maio de 2011. Também estou confiante que os nossos descendentes ainda estarão aqui em 22 de Maio de 2111. E nessa altura o mundo assemelhar-se-á mais aquela imagem visionária do futuro delineado em 1936 pelo dirigente da Fé Bahá'í naquela época.
Quando o sol nascer no próximo domingo e você ouvir o som melodioso dos pássaros lá fora, não seria inspirador acordar com a convicção de que todos tínhamos sido "deixados para trás" para construir uma civilização mundial, capaz de reflectir o paraíso na terra, dia a dia , de coração para coração e de geração em geração?
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