A experiência central da religião - a experiência do sagrado - é intensamente privada e pessoal. Não é fácil comunicar o conteúdo desta experiência a outros, apesar de se poder descrever as circunstâncias em que ocorreu. Para alguns, pode ocorrer no meio de uma oração, num processo de meditação ou contemplação; para outros, pode ser conseguido através do realização de rituais, ou através da entoação de versículos, mantras ou cântico de hinos, ou mesmo num momento de completo silêncio; para outros, é a leitura de uma excerto da escritura, ou a experiência de um trabalho de arte ou drama religioso que criam as condições necessárias. Para muitos, é vivida no interior de uma comunidade religiosa ou num local em particular, ou pode até não existir um conjunto de circunstâncias específicas que originem a experiência; em vez disso, esta pode ocorrer várias vezes na vida religiosa de um indivíduo.
Há três características que se aplicam ao fenómeno da experiência religiosa:
1. UNIVERSALIDADE. Numerosas sondagens mostram de forma consistente que mesmo em sociedades altamente secularizadas, como a América do Norte e a Europa, uma larga proporção da população teve aquilo que é descrito como experiências religiosas. A proporção aproxima-se dos cem por cento em sociedades tradicionais.
2. DIVERSIDADE. A experiência religiosa é única para cada indivíduo. As religiões podem tentar impor uma uniformidade de doutrina, ou de acção, sobre os seus seguidores, mas a experiência religiosa de cada pessoa quando considerada como um todo é diferente das experiências de outras pessoas.
3. IMPORTÂNCIA. A experiência religiosa é invariavelmente muito importante para o indivíduo a quem ocorre, de uma forma que outras experiências geralmente não são. A experiência religiosa pode provocar uma mudança na forma como os indivíduo pensam sobre si próprios, uma alteração completa do seu estilo de vida, ou uma reorganização do mundo conceptual do indivíduo.
Moojan Momen, in The Phenomenon of Religion: A Thematic Approach, pag. 87-88
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