segunda-feira, 9 de julho de 2007
Buda
«Supõe tu, Mâlunkyaputta, que um homem tenha sido ferido por uma flecha fortemente envenenada. Os seus amigos e parentes chamam um cirurgião. E o homem diz: “Não deixarei que me retirem esta flecha sem primeiro saber quem me feriu: qual é a sua casta; qual é o seu nome, qual a sua família; se é grande, pequeno ou de média estatura; de que aldeia, vila ou cidade veio ele; não deixarei que me retirem esta flecha antes de saber com que espécie de arco me alvejaram; antes de saber que espécie corda foi usada nesse arco; antes de saber que pluma enfeitou a flecha; antes de saber de que material foi talhada a sua ponta."
Mâlunkyaputta, este homem homem morreu sem saber aquelas coisas. Da mesma forma, se algum de nós disser "não seguirei uma vida virtuosa, na direcção do Bem-aventurado, sem que possua respostas a perguntas sobre se o universo é ou não eterno, etc.", ele morrerá e esses problemas serão deixados sem resposta.
Qualquer que seja a opinião que possamos deter a respeito de tais questões, existem o nascimento, a velhice, a decrepitude, a morte, a infelicidade, as lamentações, a dor, a aflição, pelo que eu afirmo que deveremos ser capazes, nesta vida, de nem tudo pretender saber.»
Buda, séc. VI a.n.e. (Cûla Mâlunkiya Sutta)
(Tradução de Rui Bebiano)
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NOTA: Buda é considerado na religião bahá'í como um Manifestante de Deus, isto é, um Fundador de uma religião divinamente inspirada.
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3 comentários:
A respeito deste post do Marco, que muito gostei, queria apresentar “uma versão” das Escrituras Sagradas bahá’ís da mesma mensagem:
"Nem tudo o que um homem sabe, pode ser revelado, nem tudo o que lhe é possível revelar deverá ser julgado oportuno, nem todo dizer oportuno pode ser considerado adaptável à capacidade dos que o ouvem." - Bahá'u'lláh
Sempre apreciei o estilo filosófico Budista. Deverá ter a ver com o estilo oriental, quiçá mesmo Chinês de abordagem filosófica e estilo de escrita, digo eu!
Estas palavras de Buda são citadas por Moojan Momen para explicar o conceito de existência ou não de Deus. Ele explica que há prioridades na revelação divina e eu, pessoalmente, entendo que Buda, surgindo no seio de uma religião que estima a presença de mais de 33 mil deuses, não poderia fazer mais do que dizer "tratemos dos probelmas sociais e depois, quando o tempo vier, trataremos da metafísica".
Por isso o budismo é tido como religião teísta por muitos, apesar de nunca dizer se concorda ou não com a existência de Deus.
deixarei aqui o que passou pela minha cabeça mal acabei de ler o post:
"brutalíssimo!!"
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