segunda-feira, 19 de abril de 2004

A Ressurreição de Cristo

Falemos sobre o tema fulcral do Cristianismo: a ressurreição. Pessoalmente acredito na ressurreição de Jesus, apesar de não a interpretar no seu sentido literal ou corpóreo.

Na perspectiva bahá'í, após a crucificação, a ressurreição consiste no facto dos discípulos compreendem grandeza espiritual de Cristo, e perceberem que Ele era eterno na Sua existência. É isto que é descrito simbolicamente no Novo Testamento e tem sido mal compreendido. Esta ressurreição espiritual dos primeiros discípulos, este fortalecimento da sua fé tornou-se o dínamo impulsionador da vitalidade de uma igreja que influenciaria a história da humanidade durante muitos séculos.

Temos de ter presente que os Evangelhos não são um relato histórico fidedigno da vida de Jesus; devem ser visto como um testemunho de uma vivência de fé registado por pessoas com mentalidade e cultura totalmente diferente das nossas. Assim se compreende que nas narrativas dos Evangelhos sobre a ressurreição (ver Mt 27:57ss; Mc 15:42ss; Lc 23:54ss; Jo 19:38ss;) não exista qualquer descrição directa da ressurreição de Jesus, nem se apresente um relato global consistente dos acontecimentos que levaram à ressurreição da fé entre os discípulos de Jesus.

Várias tradições cristãs foram utilizadas de um modo único por cada um dos autores dos quatro Evangelhos. A convicção essencial de que a mensagem de Cristo não havia sido aniquilada na morte mas que permanecia uma Realidade viva, foi exposta na linguagem da ressurreição.

Com a disseminação do Cristianismo, e o alargamento desta fé a povos de culturas e mentalidades diferentes, as narrativas da ressurreição foram cada vez mais assumidas no sentido literal, esquecendo quase o significado da ressurreição do "corpo" místico de Jesus, que é a Igreja. O verdadeiro sentido espiritual da ressurreição quase foi eclipsado pela fé no significado literal das narrativas do Evangelho.

Para uma explicação das escrituras bahá’ís sobre ressurreição, ver este link (em inglês).

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