Falemos sobre o tema fulcral do Cristianismo: a ressurreição. Pessoalmente acredito na ressurreição de Jesus, apesar de não a interpretar no seu sentido literal ou corpóreo.
Na perspectiva bahá'í, após a crucificação, a ressurreição consiste no facto dos discípulos compreendem grandeza espiritual de Cristo, e perceberem que Ele era eterno na Sua existência. É isto que é descrito simbolicamente no Novo Testamento e tem sido mal compreendido. Esta ressurreição espiritual dos primeiros discípulos, este fortalecimento da sua fé tornou-se o dínamo impulsionador da vitalidade de uma igreja que influenciaria a história da humanidade durante muitos séculos.
Temos de ter presente que os Evangelhos não são um relato histórico fidedigno da vida de Jesus; devem ser visto como um testemunho de uma vivência de fé registado por pessoas com mentalidade e cultura totalmente diferente das nossas. Assim se compreende que nas narrativas dos Evangelhos sobre a ressurreição (ver Mt 27:57ss; Mc 15:42ss; Lc 23:54ss; Jo 19:38ss;) não exista qualquer descrição directa da ressurreição de Jesus, nem se apresente um relato global consistente dos acontecimentos que levaram à ressurreição da fé entre os discípulos de Jesus.
Várias tradições cristãs foram utilizadas de um modo único por cada um dos autores dos quatro Evangelhos. A convicção essencial de que a mensagem de Cristo não havia sido aniquilada na morte mas que permanecia uma Realidade viva, foi exposta na linguagem da ressurreição.
Com a disseminação do Cristianismo, e o alargamento desta fé a povos de culturas e mentalidades diferentes, as narrativas da ressurreição foram cada vez mais assumidas no sentido literal, esquecendo quase o significado da ressurreição do "corpo" místico de Jesus, que é a Igreja. O verdadeiro sentido espiritual da ressurreição quase foi eclipsado pela fé no significado literal das narrativas do Evangelho.
Para uma explicação das escrituras bahá’ís sobre ressurreição, ver este link (em inglês).
Sem comentários:
Enviar um comentário