Nos últimos meses o governo iraniano deu garantias públicas (nos media e junto de organismos internacionais) que os estudantes bahá'ís não seriam impedidos de entrar nas universidades por causa da sua religião. As garantias dadas pelo governo iraniano de nada valeram; os candidatos à universidade apenas podem professar uma das religiões reconhecidas.
Há vinte anos que os bahá'ís vêem negado o acesso à universidade, apenas devido às suas convicções religiosas. O processo era simples: um dos impressos a preencher pelos candidatos continha uma zona de identificação da filiação religiosa onde apenas se podia colocar apenas uma das quatro religiões oficialmente reconhecidas no Irão: Islão, Cristianismo, Judaísmo e Zoroastrianismo. Não era permitido preencher outra religião; e assim se impedia o acesso dos bahá’ís à universidade.
Durante o último ano, o governo iraniano prometeu que seriam retirados os obstáculos à entrada dos bahá'ís nas universidades.
Na realidade, esse impresso desapareceu; é unicamente solicitado aos estudantes que identifiquem a religião que será matéria de exame no conjunto de exames de admissão. Só que apenas as quatro religiões reconhecidas são objecto de exame. Primeiramente, as autoridades informaram que os bahá'ís deviam escolher o Islão como matéria de exame, e isso não teria qualquer implicações para os estudantes; agora afirmam que essa escolha foi uma conversão.
Mas na prática, o que o governo iraniano diz é: Podem entrar na universidade, mas têm de fingir que são muçulmanos. Os bahá'is não fingem; e o governo iraniano sabe isso muito bem. Desta forma, existem cerca de 1000 estudantes a quem é pedido que neguem a sua fé para poderem frequentar a universidade.
Talvez seja um episódio irrelevante a história da maior minoria religiosa do Irão. Já houve coisas muito mais graves contra os bahá'ís; desde a fundação da República Islâmica, mais de 200 bahá’ís foram executados, centenas foram presos, milhares foram expulsos de empregos, escolas e viram os seus direitos negados.
Talvez este caso pareça de pouca importância, quando comparado com outras tragédias que se sucedem no próprio Irão, ou noutros países. Mas é o futuro de cerca de 1000 jovens que está em jogo. É apenas mais um atropelo aos direitos humanos.
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