domingo, 7 de novembro de 2004

Palestra

Hoje fui o palestrante no Centro Bahá'í, em Lisboa. Sala quase cheia, caras conhecidas e caras novas, pessoas de todas as idades e diferentes raças. Apresento uma perspectiva bahá’ís sobre o Verbo de Deus, o Seu poder criativo e a forma como este se revela à humanidade. Segundo as escrituras bahá’ís, o Verbo foi a primeira coisa que emanou de Deus e é a causa de toda a criação. Tem um enorme poder criativo e regenerador sobre a humanidade; é-nos revelado ciclicamente através de profetas que fundam as grandes religiões mundiais. Questiono a minha audiência se a fé será um dom de Deus ou se todos temos capacidade para reconhecer a revelação divina. Dá-se um debate animado. Prossigo dando exemplos de como o Verbo revelado reflecte a cultura dos povos a quem é revelado, as respectivas necessidades e capacidades de entendimento. Termino mostrando como a compreensão das Sagradas Escrituras não depende da formação académica de cada pessoa.

Chega o intervalo e toma-se um chá e uma fatia de bolo. Alguém pergunta se já li um novo livro que acabou de ser publicado. "Não, nem sabia que já o tinham traduzido..." O meu filho passeia entre todas aquelas pessoas crescidas; já lhe passou a timidez que tinha à chegada. Tem uma bolacha na mão e vai espalhando migalhas.

Começam a formar-se pequenos grupos que debatem diversos temas: uma língua auxiliar internacional, a revelação progressiva, a necessidade de uma nova ordem mundial… Um crente iraniano, que viveu 30 anos nos Estados Unidos confessa-me que percebeu praticamente tudo o que eu disse, mas ainda não domina bem o português; prefere falar em inglês. Outro crente, que não conhecia, apresenta-se; ao ouvir o seu nome percebi que era um dos primeiros bahá'ís de Portugal. Perguntam-me se vou aparecer na comemoração do Aniversário de Bahá'u'lláh. "Não sei… com o miúdo fica complicado sair à noite". No meio das despedidas agradecem-me o tema e a minha palestra.

Foram algumas horas que parecem ter passado depressa. Gostava de ter falado mais com algumas das pessoas que lá estavam. Para a próxima, talvez.

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