Um dia um velho índio Cherokee falou ao seu neto sobre uma luta que existia dentro das pessoas. Disse:
"Há uma luta entre dois lobos que existem dentro de cada um de nós. Um é o Mal. É a raiva, a inveja, a ganância, a arrogância, a mentira, o orgulho e o ego. O outro é o Bem. É a alegria, o amor, a humildade, a esperança, a serenidade, a benevolência, a generosidade, a verdade e a fé."
O neto ficou calado por uns instante. E então perguntou:
"Qual dos lobos vence a luta?"
A resposta do velho Cherokee foi simples:
"Aquele que tu alimentares."
1 comentário:
É interessante esta dialética que existe em quase todas as religiões e culturas ao longo da História.
Uma das primeiras referência sobre o nosso conflito interior foi escrito há cerca de cinco mil anos BagavGita, por Krisna a um Seu seguidor. Altura em que na península europeia, com excepção de terras helénicas, pouco mais fazíamos que caçar e lutar com paus e pedras.
Mesmo aquilo a que erroneamente se chama de jihad, ou Guerra Santa, na sua génese significa aquele conflito que o velho índio explicou, em oposição aquele significado que tão injustamente lhe é atribuída.
O velho índio não diz que somos um lobo ou o outro, não somos só bons ou só maus, nem iz que a nossa escolha é abrupta e definitiva. Fala de um processo gradual em que a responsabilidade recai sobre nós.
Os contos índios são considerados como sendo cheios de sabedoria, às vezes ficamos na dúvida se os contos e provérbios são mesmo deles, ou se são os "cára-palidas" que forçam um pouco a situação. Em todo o caso são civilizações e culturas que fazem parte do património da humanidade, e portanto deverão ser respeitadas e protegidas.
Resumindo, não nascemos naturalmente bons ou maus, somos aquilo, e cada vez mais nesta sociedade de informação, que pretendermos ser. Já não vale a explicação de que a culpa é dos maus concelhos e más companhias.
Pedro e Judas não acompanharam o Mestre? Não terão ouvido o mesmo?
João Moutinho
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