terça-feira, 21 de março de 2006

Naw-Ruz (Ano Novo)

Ontem foi o último dia de jejum.

No último mês do calendário baha'i, os baha'is adultos devem abster-se de ingerir líquidos e alimentos entre o nascer e o pôr-do-sol. Longe de ser encarado como um sacrifício ou acto penitencial, o jejum deve ser um período de meditação, oração e preparação de um novo ano; é um acto profundamente espiritual, em que a abstinência de alimentos simboliza o controle sobre o ego; pessoalmente, sinto-o sempre como um teste ao meu desprendimento: levantar muito cedo, alterar horários de refeições e ter muito tempo disponível à hora de almoço, constituem uma mudança de hábitos significativa.

E hoje, é dia de Naw-Ruz (a palavra persa para "Ano Novo"). É um dia festivo que assinala o início do ano 163 do calendário baha’i. Curiosamente, é o único feriado baha'i que não está associada a algum evento ocorrido com a vida do Báb ou de Bahá'u'lláh.

Será estranho um calendário em que o ano se inicia com a primavera? A julgar por um calendário inter-religioso que encontrei recentemente, diria que não é assim tão estranho; o equinócio de primavera sempre teve um significado especial em muitas culturas e religiões do mundo.

O Naw-Ruz, propriamente dito, não é uma criação baha'i. Na antiga Pérsia esta data assinalava o início do ano Zoroastriano (e o dia em que Zoroastro recebeu a revelação de Deus). Mas alguns historiadores dizem que o Naw-Ruz tem origens anteriores a Zoroastro. Também é interessante notar que apesar do Naw-Ruz nunca ter sido uma festividade islâmica, manteve-se na Pérsia após esta ter caído sob domínio muçulmano. Na religião baha'i, tanto o Báb como Bahá'u'lláh proclamaram aos Seus seguidores a adopção do chamado calendário Badi, onde o Naw-Ruz, o primeiro dia do ano, é celebrado no primeiro dia de Primavera.

Nas celebrações de Naw-Ruz, alguns baha'is iranianos têm por hábito preparar a "mesa de Naw-Ruz"; ali se encontram sete travessas de que contêm coisas que na língua persa começam por "S" ou "SH"; a maioria das coisas colocadas nas travessas simboliza a paz, a prosperidade, o crescimento e outros bons desejos de ano novo. Entre os baha’is ocidentais, o Naw-Ruz é celebrado com uma festa que assinala o fim do jejum; ainda é muito cedo para terem surgido formas tradicionais de celebração desta data.

Feliz ano novo para todos os meus leitores.


(Esta apresentação é da autoria dos Bahá's de Nova Iorque)


NOTA: Sobre o Naw-Ruz, ver esta página na Wikipedia.

12 comentários:

Anónimo disse...

Bom ano a todos os Bahais!
Ainda não sou bahai, mas vou estar numa festa de celebração do novo ano, a primeira em que vou participar e estou muito curioso em saber como vai ser!

Maria Lagos disse...

Feliz Naw-Rúz Marco!
Beijos,

Miguel Silva disse...

Assim sendo, feliz ano novo, Marco.

Anónimo disse...

happy Naw Ruz, Marco!

GWD disse...

Happy Naw-Ruz, Marco, from America's Pacific Northwest where the breezes of Baha'u'llah's Divine Message have wafted!

Marco Oliveira disse...

Sanisha,

I am Portuguese; not Spanish!

:-)

Elise disse...

Bom Ano Novo! :)

***

marco, preparado para amanhã? a aposta está de pé?

muahahahh

Elise disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

Feliz Naw-rúz... Bom Ano Novo... Eide shoma mubarak... Joyeux Naw-rúz... Happy Naw-rúz!!!

Stephen A. Fuqua disse...

feliz Naw Ruz!

I have always thought it was interesting that Naw Ruz is considered a Holy Day despite not corresponding to a specific event in Baha'i history. But I think it is great that we celebrate the first day of spring, the first day of the seasonal new year. For me, it helps give a sense of connection to many millennia of human religious history, wherein the coming of spring has always been heralded with festivities and rituals.

João Moutinho disse...

FELIZ ANO NOVO!

Dina Domingues disse...

ok, feliz ano novo. mas mesmo assim não sou a favor desse costume, esse jejum não me convence. para mim faz mal à saúde fisica que também conta. preferia que reduzisses no superfulo, talvez doces, café, sei lá. e que escolhesses uma pessoa para alimentar nessa época, se todos os que fazem jejum trocassem por esse costume, para mim, seria mais útil a todos, inclusive à tua saúde mental e fisica