- Tio... hoje bateram na professora M.
- Como foi isso?
- Foram uns tipos que não são lá da escola.
- Mas sabes como é que a coisa aconteceu?
- Contaram-me que ela viu-os lá dentro. Agarrou num deles pelo braço e disse que eles não eram lá da escola. E então houve um que lhe deu uma estalada... Há um da minha turma que os conhece. Já foi chamado ao Conselho Directivo...
No dia seguinte, quando deixei o meu sobrinho na escola, notei a presença do carro da RTP junto ao portão. Percebi logo que o caso ia assumir alguma dimensão mediática. E assim foi: ontem alguns canais de televisão referiram o incidente e hoje há jornais que mencionam o caso.
Quem conhece a escola sabe que neste ano lectivo os problemas de segurança se agravaram. Os alunos queixam-se com mais frequência de roubos e agressões; os pais fazem eco desses incidentes nas reuniões com directores de turma; mas infelizmente a escola parece não ter feito muita coisa para impedir este tipo de eventos. Talvez com a divulgação deste caso, as coisas mudem um pouco.
Conheci pessoalmente a professora M. no passado ano lectivo e desde o início simpatizei com ela. Jovem professora de informática, sempre teve como uma das suas preocupações criar nos alunos o gosto pela informática. Foi graças ao seu entusiasmo que um dia fui convidado para ir à escola fazer uma pequena apresentação para os alunos sobre o que é trabalhar em informática e a importância das disciplinas que estudavam. Foi uma conversa muito interessante que envolveu alunos e professores.
Quando recentemente encontrei novamente a professora M. aproveitei para lhe agradecer o que fez pelo meu sobrinho e falámos de repetir a sessão com alunos e professores. Espero que este incidente não lhe tire o entusiasmo que lhe conhecemos.
2 comentários:
Estas situações revoltam-me profundamente e tento não pensar muito nelas.
É vergonhosa a actual impunidade existente na nossa sociedade.
O mais natural é que os malfeitores que agrediram a professora não venham a ser punidos. Talvez a ser considerados uns heróis lá para o seu gang ou "bairro".
A professora intervêm a favor dos alunos, logo é agredida. Isto nunca poderia acontecer. vamos ver em quanto tempo o acontecimento vai ser notícia.
os pais, professores e pessoal auxiliar deveriam unir-se nestas escolas com problemas de segurança e encontrar soluções. não podem ficar à espera que o Estado burocrático tome alguma decisão.
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