quarta-feira, 26 de abril de 2006

25 de Abril




Quando saímos do Terreiro do Paço e nos dirigimos ao Largo do Carmo houve imensa gente que nos começou a aplaudir e a dar vivas à liberdade. Conduzia um blindado e experimentava uma sensação esmagadora e única: aos vinte anos era aclamado pela população de Lisboa como um libertador, um herói...

(Palavras de um tio meu, que participou na revolução de Abril)

8 comentários:

João Moutinho disse...

Eu tinha os meus seis anitos quando se deu o "25 de Abril". Na altura não percebi bem aquilo que se estava a passar, até porque coincidiu com uma data em que os meus Pais não estavam em casa - tinham se deslocado até Matosinhos ao encontro da minha Avó materna.
Escusado será dizer que puco tempo depois do estalar do Golpe vieram a nosso encontro.

Quanto à comemoração da data em si, lamento que nem sempre seja celebrada com a devida elevação.

Anónimo disse...

Foram ao vosso encontro?
Conta lá isso!

Foram presos? Eram da PIDE? Ou eram comunistas que andavam clandestinidade e foram salvos pelo MFA? E depois o que aconteceu? Fugiram para o Brasil, ou foram para o Governo?

Este Moutinho cada vez que comenta é uma revelação!
Eh eh eh

João Moutinho disse...

Ipsis verbis, "coitado do GH."

Anónimo disse...

Houve baha'is presos antes da revolução?
Rafael

João Moutinho disse...

Anónimo,

Daquio de que tenho conhecimento posso dizer que houve alguns Bahá'ís presos antes da Revolução. Mas regra geral não houve situações de grande violência exercidas sobre eles.
Há, no entanto, o registo de um Bahá'í assassinado pela PIDE pela razão de ser da sua opção religiosa.

Podemos pedir ao marco para desenvolver este assunto num próximo post.

João Moutinho disse...

Marco é com letra maíscula.

Elfo disse...

Pois eu tinha 17 aninhos, feitos em Fevereiro, e já tinha uma consciência política que é inimaginel nos nossos jovens da mesma faixa etária.
Por essa altura j'eu tinha devorado muitos escritos clandestinos e pasme-se nunca tinha lido o Avante, que era deixado pendurado nas arvores no caminho das fábricas da cidade. Tinhamos cento e cinquenta fábricas a laborar na Covilhã, daí dizer-se que esta cidade era a Manchester portuguêsa. A verdade é que muitas dessas fábricas fora construídas com técnicos ingleses, e daí o nosso conssumo de chá preto ser um dos maiores do país.

Marco Oliveira disse...

Rafael,
Houve vários baha'is presos nas ex-colónias e houve pelo menos um que foi assassinado pela PIDE.
O Centro Baha'i em Lisboa foi várias vezes visitado pela PIDE que confiscou diverso material.