segunda-feira, 17 de abril de 2006

Pai

MM, uma amiga de longa data, refere num email o pai. Sabe “tudo, tudo, tudo” sobre Aquilino Ribeiro e organizou para a família um passeio à Beira Alta para visitar locais relacionados com o autor.

Também eu tenho a sorte de ter um pai com uma grande bagagem cultural. Sabe imensas coisas sobre história de Portugal. Quando éramos pequenos todos ouvimos histórias de reis de diferentes dinastias, as capitanias do Brasil, as invasões napoleónicas, as guerras liberais, o regicídio e tantas outras coisas. Costumamos dizer por piada que ninguém pode entrar na nossa família sem antes ouvir a história da batalha do Salado.

Hoje vejo o meu pai deliciar-se com os netos. Repete algumas brincadeiras que fazia connosco e inventa outras; para além das bricadeiras, vai coleccionando para os netos pequenos livros sobre história de Portugal que os jornais ciclicamente gostam de publicar. Mas ainda tem tempo para nós, para nos falar de coisas que vai descobrindo noutros livros, das conferências que tem assistido.

Comparo estes pais com outros e percebo como sou um privilegiado. Tenho ali um exemplo extraordinário. Ele esteve sempre presente e eu sempre tive respostas para as perguntas que lhe colocava. Estimulou a minha curiosidade pelo mundo que me rodeia. Transmitiu-me valores e nunca me impingiu dogmas. Espero que estes pais que agora são avós, vivam o suficiente para passar a sua cultura e conhecimento aos netos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, nem todos, direi mesmo, bem poucos, têm essa sorte.
Na minha opinião o nível cultural português é bem baixo. No caso dos meus pais nunca os vi ler um livro, aliás, eles nem sequer compram jornais ou revistas.

Obviamente que não têm histórias para contar, mas é assim mesmo...
Já me dou por contente de me terem ensinado, com o seu exemplo, alguns bons valores, e me terem proporcionado uma infância num ambiente natural e saudavel, na aldeia. Esse foi um enorme, o maior, legado que me deram.

Anónimo disse...

Pois eu nunca tive essa sorte.
A minha mãe teve de fazer o papel de mãe e de pai. Não tinha uma grande "bagagem cultural" mas para conseguir fazer aqueles dois papeis, percebe-se que é uma mulher de armas.

Tenho inveja que quem tem um pai assim! :-)

Pitucha disse...

Olá Marco
Eu tive um pai assim! Mas já não conheceu os netos. E sei que os adoraria...
Beijos

Elfo disse...

Então hoje é dia de falar de Pais...!
Antes de comentar gostaria de vos propor a leitura do livro de Augusto Cury,"Pais Brilhantes, Professores Fascinantes"

Deixem-me responder directamente ao meu querido amigo Pedro Reis.
Tens é de ir lê-lo no meu post, no Elfoverde, pois não é correcto estar ocupar este espaço com tantas linhas.