Quando eu era criança, estes eram dias que demoravam a passar. Nunca mais vinha o dia de Natal, o dia em que recebíamos presentes (e os presentes de Natal eram sempre especiais) e se reunia toda a família. No dia 24 já pensava para mim: "Amanhã já temos os presentes...". No dia 25 de manhã, era correr pelas escadas abaixo para descobrir o que é que o menino Jesus nos tinha deixado no sapatinho (a minha mão resistiu durante alguns anos ao conceito de Pai Natal).
A ceia de Natal era uma coisa que acontecia muito tarde, depois da missa do galo. Só mesmo as pessoas crescidas é que conseguiam estar acordadas até tão tarde. Quando completei 10 anos deram-me autorização para ficar acordado. Aguentei-me até às 4 da manhã, assisti à missa do galo e estive na ceia com os mais velhos. E por fim lá veio o momento tão desejado: a troca de presentes. Para uma criança, não ter de esperar pela manhã do dia 25 era uma vantagem.
Houve um Natal em que um tio me perguntou se eu já tinha chegado à idade em que recebia apenas gravatas como presente. Isso ainda não tinha acontecido, mas aquela pergunta indiciava qualquer coisa: a minha maneira de apreciar o Natal ia necessariamente mudar. E com o passar do tempo foi isso que aconteceu.
Alguns dos familiares que estavam connosco nestes dias, já faleceram e outros juntaram-se recentemente à família. Também o espaço onde celebramos a festa de Natal já não é o mesmo. Mas com o aproximar da grande reunião familiar, a alegria dos adultos e a excitação das crianças mantém-se. Os mais crescidos têm que pôr a conversa em dia, e os mais novos têm novas brincadeiras (e algumas malandrices) para ensinar uns aos outros.
É Natal. Vou estar com a minha família. Volto dia 26. Fiquem bem.
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Um à parte: uma pessoa conhecida da Comunidade Baha'i de Portugal apareceu mais uma vez citada no Expresso. Desta vez o tema é a Constituição europeia. Mas será que passa assim tão despercebido?
10 comentários:
Faliz Natal Marco. :)
Caro Marco desejo-lhe umas óptimas festas e um Ano 2007 melhor possível.
Cumprimentos
Eugénio Almeida
Obrigado, Marco.
Uma boas festas.
Um abraço.
* * *
Caro Marco Oliveira
Santo e Feliz Natal, e portanto com as melhores bênçãos de Jesus, não esquecendo Maria e José.
"Tudo seria bem melhor
Com pais como Maria e José
E com filhos que imitassem
Jesus Cristo de Nazaré".
Abraço natalício. :)
J. Mariano
Não é por ser bahai que a qualidade do trabalho é necessariamente bom
Um texto muito bonito.
Acho que todas as famílias, quer sejam do ocidente ou do oriente, têm histórias semelhantes das suas festas “natalícias” ou das dos seus anos novos das suas crenças.
De facto são dias de maiores movimentos, dias que parecem que de repente a vida muda de sentido, de rumo; ela fica mais luminosa, mais motivada.
E nisto tudo, com esta onda da emigração e imigração que apanhou os povos no mundo inteiro é bom lembrar das famílias que estão longe das suas famílias, dos seus entes queridos e é bom lembrar aquelas pessoas que lutam por uma ideia, uma crença ou simplesmente pelo direito de ter uma vida fiel aos que acreditam.
E eu não preciso do Natal para lhe desejar felicidade.
Seja feliz, hoje e sempre.
E uma nota: Por favor explica mais sobre a sua nota no final deste post. De quem ou do que está a falar?
Anonimo,
Pois não. E a minha inspiração para escrever anda um pouco em baixo... desde Setembro, pelo menos!
:-)
Daniella,
Estou a falar de um membro da comunidade baha'i que tem sido citado no jornal Expresso (um semanário muito influente aqui em Portugal). Apesar de ele não falar da religião baha'i, acho estranho que isso passe despercebido aos baha'is portugueses.
Se queres saber quem é, envia-me um email. :-)
Feliz Navidad amigo Marco!
Abraço forte
Feliz Natal!
Desculpa o atraso!
Marco, Daniella, Anónimo,
Exemplos de bahá'ís nas notícias é o que não faltam! Se o texto for bom, poderias compartilhá-lo aqui; mas se for uma visão pessoal...
Aqui mando-vos outro exemplo de bahá'í nos media portugueses ;-)
http://bebe.sapo.pt/XO66/393772.html
Abraço e feliz 2007!
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