Um breve comentário ao artigo – intitulado A Fatalidade da Religião - de Pedro Lomba, publicado hoje no Diário de Notícias:
É verdade que o ideal de um mundo sem religião é uma ideia absurda. A história mostra que as tentativas de criar uma sociedade sem religião degeneraram em situações tão desumanas quanto aquelas criadas pelas ortodoxias religiosas. Mas a importância da religião é inegável; apresenta um sentido de vida para cada ser humano e tem inspirado sociedade civilizações.
Assim, se necessitamos de religião e tememos as antigas fórmulas (as suas instituições e dogmas) teremos de concordar que o grande desafio que actualmente se coloca à religião (instituições, teólogos, e outros agentes) consiste em procurar caminhos mais racionais e humanos. Este desafio de evolução, terá de ser obrigatoriamente respondido por todas as religiões, que não pretendam ser consideradas doutrinas obsoletas.
Quanto a Richard Dawkins, e Sam Harris sabemos que estes autores rejeitam as fórmulas religiosas actuais; mas nos seus textos reconhecem a necessidade de procurar um sentido para a existência humana (chegando mesmo a designá-lo por “espiritualidade”). Veja-se, por exemplo a entrevista do primeiro com o Bispo de Oxford, Richard Harries, e a defesa que o segundo faz de algumas práticas de meditação budista. Poder-se-ia dizer que estes dois autores pretendem procurar uma espiritualidade descartando a possibilidade da existência de Deus.
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