Ruth Gledhill, na sua coluna regular no The Times, refere a situação dos baha’is no Irão e no Egipto. E apresenta o depoimento de uma estudante bahá'í iraniana cuja paixão é a música; na edição online do artigo está disponível um vídeo que nos mostra um pouco do talento desta jovem.
"Desde criança que queria dedicar-me à música. Adorava tocar piano. Mas após concluir o ensino secundário, não fui aceite na universidade no Irão. (...) Decidi ir estudar música para Moscovo. Foi fantástico. Pude viver o sonho da minha infância e licenciar-me com distinção. Mal podia esperar pelo meu regresso ao Irão e começar a trabalhar como profissional."
"Para actuar em público é necessário preencher um impresso onde se pergunta a religião do artista. Tal como os impressos para entrar na universidade, apenas se pode optar entre Muçulmano, Cristão, Judeu e Zoroastriano, Quando coloquei Baha'i, a autorização foi-me negada. Não podia actuar em público, não podia tocar numa orquestra e não podia dar aulas de piano. Foi por isso que saí [do Irão]. Vim para o Reino Unido onde continuei os meus estudos até ao momento. Aqui aprecio todas estas liberdades como artista e estou muito grata. Mas, ao mesmo tempo, fico triste quando penso nos meus irmãos e irmãs no Irão. Sei que se voltar vou ter de abdicar da minha maior paixão e do meu sonho. Espero um dia poder actuar num palco iraniano."
"Muitos amigos me perguntam porque é que eu não neguei a minha fé para entrar na universidade. «Sabes que és baha’i no teu coração» dizem eles. Tentei explicar e alguns deles entendem. Seria a maior das mentiras. A honestidade é um dos mais importantes ensinamentos na Fé Baha’i. Se eu mentisse sobre a minha fé, ela já não estaria no meu coração."
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A ler: Iran ruthless in persecution of peace-loving Baha'is
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