sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Uma nova táctica...
No Irão, todos os anos há mais de um milhão de candidatos ao ensino superior. Em Junho do ano passado Halaku Rahmaniyan candidatou-se e ficou em 76º lugar a nível nacional. Tinha razões para estar optimista. As suas notas permitiam-lhe escolher qualquer curso. Mas o tempo foi passando e em Dezembro, Halaku ainda não tinha recebido nenhuma confirmação oficial de que tinha aceite em qualquer curso.
Intrigado com toda aquela demora, telefonou para a Organização de Avaliação Educativa (OAE), que administra o processo de candidaturas ao ensino superior. Falou com um alto responsável e expôs-lhe o seu caso. O seu interlocutor fico confuso com o caso... até que Halaku referiu que era bahá’í. Imediatamente o telefonema terminou.
Alguns dias mais tarde Halaku recebeu uma carta do OAE. Anunciavam-lhe o seguinte: “Em resposta ao seu pedido de emissão de um certificado de avaliação para o ano 1007, vimos informá-lo que devido a ter um entregue documentação incompleta, a emissão do certificado não é possível”.
Existem hoje no Irão centenas de jovens bahá’ís que se candidataram ao ensino superior e poderiam relatar histórias semelhantes. Quase todos eles viram a sua candidatura anulada com a justificação de terem entregue documentação incompleta.
O Governo Iraniano mantém o seu objectivo: impedir o acesso dos jovens bahá’ís às universidades. A única novidade é a táctica; o argumento dos “documentos incompletos” não tinha sido usado até hoje.
O que se pode pensar de um Governo que impede que alguns jovens (com reconhecido potencial) do seu país possam ingressar nas Universidades e desenvolver o seu talento? Está a mostrar a sua faceta intolerante e preconceituosa... está a violar os Direitos Humanos... está a fazer mal ao próprio Irão, ao desperdiçar o potencial destes jovens. Talvez este aspecto seja o mais absurdo: um governo que prejudica o próprio país ao discriminar uma minoria religiosa.
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Fonte: New tactic obstructs Baha'i enrollments in Iranian universities (BWNS)
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5 comentários:
É caso para se dizer que no Irão são todos iguais, só que há uns mais iguais do que outros...
Como a intolerância e o preconceito se conseguem sobrepôr a todo um conjunto de benefícios que o próprio país retiraria no investimento destes estudantes!
O meu respeito e admiração para todos os Bahá'ís que se assumem, sabendo as consequências a que estão sujeitos.
Ganda noia!
Esta bandeira com o slogan está muito boa.
Mas as disciminações não são só contra baha'is; também há outras minorias étnicas e religiosas que são discriminadas e perseguidas pelos ayatollahs.
Nestes contextos e nestas circunstâncias já não há descriminação contra uns ou contra outros.
O que realmente sempre aconteceu contra os bahá’ís por descriminação e preconceito, e que agora está a decorrer, numa extensão maior, também contra outras camadas da sociedade iraniana inclusive os próprios muçulmanos é a tentativa mórbida da classe religiosa e politica do Irão para não perder a riqueza e o poder conquistados em cima do sangue dos inocentes.
Eles prendem, torturam, mutilam e matam sob a qualquer e mínima desculpa e por mais incoerente que ela pareça.
Sugiro que dessem uma lida neste relatório:
http://hrw.org/englishwr2k8/docs/2008/01/31/iran17597.htm
E ainda:
http://meydaan.org/english/default.aspx
http://www.iranpressnews.com/english/
Anónimo,
Obrigado pelos links.
A tua observação fez-me pensar uma coisa: quem será que no mundo clama pelos direitos de outras minorias do Irãos como os azeris, os baluchis, os sufis, os curdos, os árabes, ...?
O regime tem desde a uns anos uma nova estrategia para lidar com os bahais, em vez de mata-los e ter problemas com a comunidade internacional, tenta em vez impedir a todo o custo o desenvolvimento da comunidade bahai nomeadamente impedido os jovens bahais de ingressarem na universidade , -> isto esta escrito num documento interno do governo iraniano.
existem ainda outras tacticas para impedir o desenvolvimento da comunidade bahai, como por exemplo, nao aceitar bahais trabalharem na funçao publica, nao dar licença de negocio proprio, prender sem razão convicente e depois pedir um valor absurdo para cauçao (que normalmente leva os bahais a fiarem a casa), entre outras coisas
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