Fernando Madrinha escrevia ontem no Expresso:
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O que sei, porque está à vista de todos, é que os preços dos combustíveis não vão parar de subir – podem até baixar conjunturalmente, mas nunca para os valores de há um ano ou daí para trás. Pela simples razão que o petróleo já mal chega para as encomendas e chegará cada vez manos. Ora, o delírio dos preços não pode deixar de ter efeitos ruinosos no transporte aéreo, como já se está a ver com a TAP e com a generalidade das companhias. As próprias «low-cost» passarão, em breve, a «high-cost» ou à falência. E até que se encontrem substitutos para os hidrocarbonetos, é muito provável que viajar de avião, assim como viajar de automóvel a gasolina ou gasóleo, volte a ser o luxo de há 30 anos ou 20.
Ora o comboio – especificamente o de alta velocidade – apresenta-se como uma alternativa ao avião, válida e de futuro, dentro de cada continente. Daí não se perceber bem por que é que entre as contestadas grandes obras anunciadas, o TGV aparece como a primeira a abater. Mais depressa se compreenderia o finca-pé no adiamento do novo aeroporto. Afinal, se a procura do avião diminuir, como tudo parece indicar, a Portela pode servir por muitos mais anos do que aqueles que os peritos calcularam numa situação global completamente diferente da que hoje vivemos. Mas isto, claro está, é o que ocorre a quem nada sabe de aeroportos e TGV. Nem de certas campanhas políticas desencadeadas para eleitor ver.
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