quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Egipto: Discriminação no acesso à Universidade
Violando ostensivamente uma decisão judicial, o Gabinete Oficial de Admissão à Universidade (um órgão do Governo Egípcio) está a negar aos candidatos bahá'ís o direitos de não preencher o campo de identificação religiosa nos impressos de candidatura, obrigando-os a identificar a sua religião como Muçulmana ou Cristã.
Segundo os media locais, Abdel Hamid Salama, o supervisor do Gabinete de Admissão, também recusou que os candidatos bahá'ís pudessem identificar correctamente a sua religião. Ainda avançou com as artimanhas tradicionais: “Primeiro escolhem entre Islão e Cristianismo e depois quando ingressarem na Universidade, mudam para Bahá'í.”
O Daily News do Egipto refere o caso de Adel Farag, cuja filha Latifa se está a candidatar, e a quem o Gabinete de Admissão registou como Muçulmana, apesar dela ser Baha’i. "Desde que Latifa nasceu, sempre pudemos colocar um traço na identificação religiosa na certidão de nascimento e em outros documentos oficiais", afirmou o Sr. Farag. "Isto mudou quando ela fez os exames do ensino secundário e foi obrigada a identificar-se como Muçulmana ou Cristã. Fiz uma apelo ao Ministro da Educação para que ela pudesse fazer os exames e ela passou."
Como já referi neste blog, o mesmo tipo de discriminação é enfrentado pelos Baha’is que tentam inscrever os seus filhos em escolas primárias.
Se num qualquer país europeu os muçulmanos fossem obrigados a identificarem-se como cristãos ou judeus para poderem ingressar nas universidades, imagino os protestos das virgens ofendidas do outro lado do Mediterrâneo!
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Fonte: Religion dilemma follows Bahai university applicants (Daily News, Egypt)
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2 comentários:
Pois é Marco isto é o que ouvimos muito...
Protestos em defesa dos coitados dos muçulmanos em toda Europa!!! Quando as leis decorrentes de um país vão contra eles, como foi o caso de obrigatoriedade de não usar traje religioso nas instituições de ensino na França!!! (Isto não quer dizer que eu seja contra ou a favor destas leis, é só uma observação)
Por tanto em relação às notícias sobre opressão e injustiça sobre outros grupos... será que alguém levanta um dedo se quer???!!! Até os jornais publicam o menos possível!!!
Porquê???
Questiono-me quanto a isto também, daniella. Mas o que percebo é a dificuldade da imprensa em ter um ponto de vista mais imparcial quanto às questões de direitos humanos. As notícias são veículadas com mais força de acordo com o grupo afetado, seja do ponto de vista religioso, profissional, político, de nacionalidade etc. À essência, direitos humanos, não é a questão central, infelizmente.
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