sábado, 7 de agosto de 2010

Capitalismo de Casino

"Que não se tenha vergonha de enriquecer, compreendo. Que não se tenha vergonha de aceitar os frutos da prosperidade, também aceito; a nossa época propõe-nos tantas coisas belas e boas que seria um insulto à vida recusar desfrutar dela. Mas que o dinheiro seja completamente desligado de toda a produção, de todo o esforço físico ou intelectual, de toda a actividade socialmente útil? Que as nossas praças bolsistas se transformem em gigantescos casinos onde a sorte de centenas de milhões de pessoas, ricas ou pobres, seja decidida num lance de dados? Que as nossas instituições financeiras mais veneráveis acabem por se comportar como delinquentes embriagados? Que as economias de toda uma vida de labor podem ser aniquiladas ou multiplicadas por trinta em alguns segundos e segundo processos esotéricos que os próprios banqueiros já não compreendem?"

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