O que é que os Evangélicos fazem quando há um choque entre aquilo que a Bíblia lhes diz sobre outras religiões e o que as outras religiões dizem sobre si próprias? Ouvimos de teólogos evangélicos que apesar da revelação geral que brilha nas outras tradições, todos os outros crentes acabarão por, de uma forma ou outra, tentar salvar-se a si próprios. Nunca compreenderão realmente, ou praticarão, a confiança total inerente ao entendimento Cristão de “apenas pela fé”. Estarão sempre a tentar colocar o Mistério de Deus nas suas próprias caixas. Tentam identificar o Deus do futuro nas claridades do presente. Mas Budistas, Hindus e Muçulmanos podem sentir dificuldades em reconhecer-se nestas descrições. Por exemplo, aquilo que os Cristãos chamam “teologia negativa” (aquela que reconhece que Deus é sempre mais do que aquilo que poderemos alguma vez saber) parece estar presente na maioria das religiões asiáticas – o lembrete Hindu neti, neti (Deus não é isto, não é aquilo), o nobre silêncio de Buda perante qualquer tentativa de definir ou descrever o Nirvana, a insistência Zen de que toda a linguagem religiosa é apenas um dedo que aponta para a lua, que não deve ser identificado com a lua. Também o próprio S. Francisco de Xavier quando conheceu a forma japonesa de Budismo Terra Pura com o seu apelo a confiar no Buda Amitaba e não fazer nada mais, pensou que Martinho Lutero o tinha vencido no Japão! O Budismo Terra Pura prega a mesma mensagem de “apenas pela fé” sem “boas obras”! Estes dados sobre as outras religiões parecem contradizer aquilo que os Evangélicos vêem nas outras religiões
Paul F. Knitter, Introducing Theologies of Religions, p. 56
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