domingo, 23 de junho de 2013

A Face do Terror Budista


A edição mais recente da revista Time apresenta na sua capa a foto de um monge budista e o título: A Face do Terror Budista. O monge em causa é birmanês, chama-se U Wirathu e é o líder espiritual do Movimento Nacionalista Budista 969 de Myanmar (a antiga Birmânia). Os seus incitamentos ao ódio contra a minoria muçulmana valeram-se o título de “Bin-Laden Birmanês”.

Para muitas pessoas não pode deixar de ser surpreendente que a religião fundada por Siddhartha Gautama - o Buda - há 2500 anos e cujo nome é sinónimo de não-violência e bondade possa ser base de desenvolvimento de movimentos extremistas religiosos.

Nos anos mais recentes, os budistas ganharam grande popularidade e simpatia no mundo ocidental: na década de 1960, um monge budista vietnamita imolou-se em protesto contra o regime ditatorial do Vietname do Sul; em 2007 os monges budistas birmaneses lideraram uma tentativa de democratização da Birmânia; e em todas as livrarias podemos encontrar livros sobre o Dalai Lama, alguns deles bastante interessantes.

Toda a religião se pode corromper. Os seus valores podem ser envenenados por ideias contrárias aos seus princípios. O que devia ser um instrumento de amor, pode transformar-se num instrumento de ódio.

O Budismo não está imune a estes problemas.

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A LER:
The Face of Buddhist Terror (TIME) (link alternativo)
Straying From the Middle Way: Extremist Buddhist Monks Target Religious Minorities (TIME)
Is Time magazine's Wirathu the face of Buddhist terrorism in Burma? (The Telegraph, Australia)
Extremist Myanmar monk lashes out at Time after being called Buddhism’s ‘face of terror’ (Washington Post) 
Monks, Journalists decry Time Magazine’s cover portrayal ofU Wirathu as Buddhist terrorist (Eleven, Myanmar)  

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