sexta-feira, 22 de maio de 2020

A Declaração do Báb: como uma Nova Revelação regenera a Humanidade


Os ensinamentos Bahá’ís dizem que quando surge uma nova religião, esta muda e regenera todo o mundo.
Em resumo, o mundo moral e ético e do mundo da regeneração espiritual estão dependentes daquele centro celestial de iluminação. Este irradia a luz da religião, concede a vida do espírito, imbui a humanidade com virtudes modelo e confere esplendores eternos. Este Sol da Realidade, este centro de fulgor, é o profeta ou Manifestante de Deus. ('Abdu'l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, p. 94)
A Fé Bahá’í surgiu devido a dois profetas de Deus: Bahá’u’lláh, o fundador, e o Báb, o arauto que anunciou a nova revelação na primavera de 1844. O Báb – que em português significa Porta – afirmou que vinha abrir a porta para “Aquele que Deus tornará manifesto”, um mensageiro divino que viria unir o mundo e os seus povos.

A revelação do Báb durou seis anos e seis semanas. Em 9 de Julho de 1850, o Báb foi morto por um pelotão de fuzilamento, segundo instruções do governo e do clero dominante que temiam o poder tremendo da Sua mensagem, o crescimento rápido da sua Fé e a devoção demonstrada por dezenas de milhares de seguidores.

Anualmente, neste dia 23 de Maio, os Bahá'ís celebram a Declaração do Báb. Este é o pretexto para vermos com um pouco mais de detalhe quem foi o Báb.

Siyyid Ali Muhammad nasceu em Shiraz, na Pérsia em Outubro de 1819. Nascido numa família de comerciantes, educado por um tio materno devido à morte prematura do seu pai em 1826, e conhecido desde a sua infância pela sua sabedoria, inteligência e humildade, o Báb iniciou um movimento religioso revolucionário sem paralelo na história da humanidade.

No dia 23 de Maio de 1844, Siyyid Ali Muhammad declarou a sua missão como o Báb – aquele que abriria caminho para o aparecimento de Bahá’u’lláh – a um pesquisador espiritual fervoroso chamado Mullá Hussayn. Os Bahá'ís acreditam que nesse dia começou uma nova era religiosa, uma renovação da promessa eterna da própria religião.

Num curto espaço de tempo, milhares de pessoas tornaram-se seguidores do Báb, facto que perturbou as práticas corruptas do clero persa, destruiu a tradição ao abolir as leis do passado e declarar que tinha vindo para preparar o caminho de outro Mensageiro de Deus – o Prometido de Todos os Tempos, que fundaria uma religião mundial e unificadora.

Rapidamente, o Báb tornou-se uma figura popular:
Este Ser Ilustre ergueu-se com um tamanho poder que abalou as fundações das leis religiosas, costumes, atitudes, moral e hábitos da Pérsia, e instituiu uma nova lei, uma nova fé, uma nova religião. Embora os destacados homens de estado, a maioria do povo e os dirigentes religiosos se levantassem todos para O destruir e aniquilar, Ele enfrentou-os sozinho e pôs toda a Pérsia em movimento. (‘Abdu’l-Bahá, Some Answered Questions, newly revised edition, p. 30)
Vários historiadores investigaram a tremenda transformação social iniciada pelo Báb, e destacam frequentemente a perseguição violenta que a Sua mensagem suscitou:
O fogo da Sua eloquência, a maravilha das Suas escrituras vivas e inspiradas, a Sua sabedoria e conhecimento extraordinários, a Sua coragem e zelo enquanto reformador, despertaram o maior entusiasmo entre os Seus seguidores, mas incitou um equivalente grau de alarmismo e inimizade entre a ortodoxia Muçulmana. Os doutores Xiitas denunciaram-no veementemente, e persuadiram o governador de Fars, chamado Husayn Khan, um tirano fanático, a iniciar a supressão da nova heresia. Começaram então para o Báb uma longa série de detenções, deportações, interrogatórios em tribunal, flagelações e indignidades, que culminaram no Seu martírio, em 1850… Como consequência destas declarações do Báb, e da rapidez alarmante com que pessoas de todas as classes sociais, ricos e pobres, instruídos e ignorantes, respondiam avidamente aos Seus ensinamentos, os esforços de repressão tornaram-se cada vez mais implacáveis e determinados. Foram pilhados e destruídos lares. Foram raptadas mulheres. Em Teerão, Fars, Mazindaram e noutros locais foram mortos numerosos crentes. Muitos foram decapitados, enforcados, mortos com canhões, queimados ou decepados. Apesar de todos os esforços de repressão, porém, o movimento progrediu. (Dr. J.E. Esslemont, Baha’u’llah and the New Era, pp. 14-16)
Ao celebrar este aniversário especial do nascimento da Fé Bábi, 'Abdu'l-Bahá descreveu a Declaração do Báb e os sacrifícios feitos pelos Seus seguidores numa palestra proferida nos Estados Unidos, em 1912, por ocasião do aniversário da Declaração do Báb:
Neste dia, em 1844, o Báb foi enviado para apresentar e proclamar o Reino de Deus, anunciando as boas novas da vinda de Bahá’u’lláh e enfrentando a oposição de toda a nação persa. Alguns persas seguiram-No. E por isso sofreram as mais penosas dificuldades e severas tribulações. Resistiram a testes com poder maravilhoso e heroísmo sublime. Milhares foram laçados na prisão, punidos, perseguidos e martirizados. Os seus lares foram pilhados e destruídos, os seus bens foram confiscados. Sacrificaram as suas vidas voluntariamente e permaneceram inabaláveis na sua fé até ao fim. Estas almas maravilhosas são as lâmpadas de Deus, as estrelas da santidade que brilham gloriosamente no horizonte eterno da vontade de Deus. (The Promulgation of Universal Peace, p. 138)
Hoje, 23 de Maio, a comunidade Bahá’í celebra a declaração de um dos profetas fundadores da Fé Bahá’í. A mensagem do Báb e de Bahá’u’lláh espalhou-se pelo mundo apelando à unidade de todos os povos, culturas, nações e religiões.

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Traduzido e adaptado de: The Declaration of the Bab: A New Revelation Regenerates Humanity (www.bahaiteachings.org)

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