sábado, 18 de julho de 2020

Quando o meu marido se sintonizou com o Mundo Eterno

Por Susanne M. Alexander.


No nosso segundo encontro, convidei o homem que é hoje meu marido a orar comigo.

Queria saber se ele tinha capacidade para se sintonizar com Deus em geral e comigo em particular. Ele concordou e a nossa oração conjunta tornou-se uma parte valiosa das nossas vidas.

Ao longo do tempo, fui notando no Phil uma espantosa capacidade para se sintonizar com Deus e perceber a Sua vontade para com ele. Essa capacidade lembrou-me uma citação das Escrituras Bahá’ís:
Deixa-me pronto, em todas as circunstâncias, ó meu Senhor, para Te servir e volve-me para o santuário adorado da Tua revelação e da Tua Beleza. Se for do Teu agrado, faz-me crescer como uma erva delicada no prado da Tua graça, que os ventos suaves da Tua vontade me agitem e me inclinem de acordo com o Teu agrado, de tal forma que o meu movimento e a minha quietude se possam ser completamente dirigidos por Ti. (Bahá'u'lláh, Prayers and Meditations by Baha’u’llah, p. 240)
Durante o último ano, quando o meu marido Phil estava a criar uma empresa de consultoria para ajudar empresas a ter sucesso com sistemas inovadores, ele começou a sentir necessidade de pedir ajudar a outras pessoas, e não apenas a Deus. Ele começou por fazer orações pedindo ajuda pessoas conhecidas, com quem tinha trabalhado e que já tinham falecido. Isso incluía o seu pai e o seu tio que tinham construído uma empresa próspera; W. Edwards Deming que trabalhara com ele como consultor na General Motors; Stuart Pugh que lhe ensinara engenharia conceptual; instrutores que o receberam e integraram na Academia Militar de West Point, e outros.

Podemos dirigir as nossas orações para as pessoas que passaram para o próximo mundo da existência espiritual? Porque não? O Phil partilhou comigo que sentiu o seu encorajamento e confirmação de que as suas actividades estavam no bom caminho.

A etapa seguinte da experiência do Phil foi começar a fazer orações para pessoas fantásticas que ele nunca tinha conhecido: Einstein, Tesla, Edison, Michaelangelo, os pais fundadores dos Estados Unidos, e outros. A inspiração chegava-lhe e ele ia registando ideias. Por vezes ele tinha de abrandar o ritmo das orações porque a fluxo de ideias era tão intenso que ele não conseguia ver devido às lágrimas de gratidão nos seus olhos.

Os ensinamentos Bahá’ís dizem-nos que as almas daqueles que já partiram estão à espera de que lhes peçamos ajuda. Eles não estão separados do nosso mundo; apenas não estão visíveis, nem ligados aos seus corpos físicos:
Na oração existe uma junção de estados, uma mistura de condições. Orem por eles, assim como eles oram por vós! Sem que vós sabeis, se estiverdes em dificuldade e estiverdes numa atitude receptiva, eles têm capacidade para vos fazerem sugestões… Não é com as orelhas físicas que se ouve; o espírito daqueles que partiram libertaram-se da vida dos sentidos e não usam meios físicos. (‘Abdu’l-Bahá, ‘Abdu’l-Bahá in London, p. 96)
Ao viver no mundo sensorial, é fácil, por vezes, sentirmo-nos sós e sem ninguém que nos ajude. Os ensinamentos Bahá’ís parecem indicar que, na verdade, existe uma multidão de almas de quem nos podemos aproximar, incluindo, evidentemente, Bahá’u’lláh. O Phil tem orado para Ele, e também para Jesus e Maomé.

Recentemente encontrámos uma citação que expressa perfeitamente o que o Phil sente que está a acontecer na sua vida, de forma consciente:
O que queremos dizer é que, tal como o homem tem necessidade de educação formal, também tem necessidade de aperfeiçoamento ideal; tal como o sentido da visão lhe é necessário, ele também deve possuir discernimento e percepção consciente; tal como precisa de audição, ao mesmo tempo a memória é-lhe essencial; tal como o corpo lhe é indispensável, também é mente lhe é indispensável; uma é a virtude material, a outra é ideal. Como criaturas humanas, dotadas e qualificadas com este duplo dom, devemos esforçar-nos, através da assistência e graça de Deus e pelo exercício da nossa capacidade ideal do intelecto, por alcançar todas as virtudes sublimes para que possamos testemunhar o esplendor do Sol da Realidade, reflectir o espírito do Reino, contemplar as evidências manifestas da realidade divina, compreender as irrefutáveis provas da imortalidade da alma, viver em harmonia consciente com o mundo eterno e vivificar-nos e despertar com a vida e o amor de Deus. (‘Abdu’l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, p. 328.)
Estou muito grata e surpreendida ao vivenciar este processo com o meu marido. Na Fé Bahá’í, o casamento está concebido para ser um laço eterno entre parceiros. Estou grata porque o Phil se “sintonizou”!

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Texto original em inglês: When My Husband Tuned in to the Eternal World (www.bahaiteachings.org)

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Susanne M. Alexander é conselheira matrimonial e autora de vários livros. É responsável pela organização Marriage Transformation (www.marriagetransformation.com; www.bahaimarriage.net). Integra uma equipa que coordena cursos online sobre casamento e relacionamentos no Wilmette Institute (wilmetteinstitute.org).

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