domingo, 2 de agosto de 2020

A sobrevivência da Alma após a Morte

Por Alan Dworak. 


O que nos acontece quando morremos? Sabiam que todos os meses há cerca de cem mil pessoas que procuram resposta a esta pergunta no Google?

É óbvio que a morte nos apresenta um mistério tremendo e muitas pessoas procuram uma resposta. Mas a verdade é que o Google não sabe a resposta! Toda a informação factual e dados existentes na internet não conseguem responder a este mistério humano básico.

É verdade! Nem o Google, nem o Siri, nem a Alexa, nem o Databot sabem como abordar este enigma básico. No fundo, como pode alguma pessoa ter conhecimentos para responder a questões sobre a vida depois da morte? Nenhuma pessoa tem conhecimentos por experiência própria – a menos que se acredite nos relatos notavelmente semelhantes de experiências quase-morte. As únicas pessoas que têm a verdadeira resposta nada podem dizer.

Além disso, o facto de não gostarmos de falar no assunto também não ajuda. Nas culturas Ocidentais, a morte não é um tema de conversa frequente. Em vez de confrontarmos a nossa mortalidade, temos tendência a rotular essas conversas como mórbidas ou desagradáveis. E como resultado, tentamos afastá-las, juntamente com a própria morte, tanto quanto for possível.

É comum a morte ser considerada uma falha da medicina e não um desenlace natural, expectável e inevitável da vida humana. Queremos um milagre da medicina que permita “fugir ao problema”, pelo menos durante mais algum tempo. Esta perspectiva clínica sobre a morte leva a que as pessoas morram em instituições, afastadas dos seus entes queridos e privadas dos confortos familiares. Segundo uma sondagem da Universidade de Stanford, 60% dos americanos morre nos cuidados intensivos dos hospitais, 20% morre em lares de idosos e apenas 20% morre em casa.

Na verdade, a grande quantidade de pesquisas no Google sobre o assunto indica algo igualmente importante, especialmente quando as pessoas não pretendem pensar (ou fazer) alguma coisa sobre o assunto – pelo menos até a morte se tornar um tema urgente ou iminente.

Por isso, aqui fica a pergunta: se não queremos pensar no assunto, como poderemos compreender a morte ou estar preparados para ela? Como nos podemos preparar para algo em que nem sequer queremos pensar, e nem compreendemos quando pensamos nisso? Se ninguém quer falar da morte – que representa um facto inescapável da vida humana – então como podemos enfrentá-la?

Mais tarde ou mais cedo, todos enfrentamos a dura realidade de que vamos morrer. A nossa morte inevitável – seja antecipada, acidental, confortável ou dolorosa – será o fim da vida tal como a conhecemos.

Só a religião nos pode preparar para o que podemos esperar depois de morrermos. Não nos diz exactamente qual o aspecto das coisas do outro lado, mas todas as grandes religiões do mundo nos dizem que o outro lado existe e que a morte nos leva para o outro lado da vida – que as nossas almas são imortais e que continuam a existir após desintegração física dos nossos corpos. A Fé Bahá’í afirma que a alma é imortal e que não devemos temer a morte:
Considerar que o espírito é aniquilado após a morte do corpo é imaginar que um pássaro preso numa gaiola morre quando se destrói a gaiola, apesar do pássaro nada ter a temer com a destruição da gaiola. Este corpo é como uma gaiola e o espírito é como o pássaro: vemos que este pássaro, liberto da sua gaiola pode voar livremente… Assim, se a gaiola se destruir, o pássaro não só continua a existir, mas os seus sentidos vão acentuar-se, a sua percepção expandir-se, e a sua alegria tornar-se mais intensa. (‘Abdu’l-Bahá, Some Answered Questions, newly revised edition, p. 262)
Quando a morte acontece, dizem-nos os ensinamentos Bahá’ís, o corpo regressa ao mundo do pó, mas a nossa alma imortal continua a evoluir:
O espírito é imutável, indestrutível. O progresso e desenvolvimento da alma, a alegria e tristeza da alma, são independentes do corpo físico. (‘Abdu’l-Bahá, Paris Talks, p. 20)
Assim, a morte é pouco mais do que uma ilusão. Podemos compará-la, metaforicamente, com a água a ferver que se evapora: a água transforma-se em vapor e parece desaparecer no ar – no entanto, a água existe como vapor. O facto de não a podermos ver, de ter mudado de forma, não significa que tenha morrido ou desaparecido para sempre no esquecimento:
Devido à sua ignorância, o homem teme a morte, mas a morte de que ele foge é imaginária e absolutamente irreal; é apenas imaginação. (‘Abdu’l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, p. 88)
Bahá’u’lláh, o profeta fundador da Fé Bahá’í, escreveu:
...sobre a tua pergunta referente à alma do homem e à sua sobrevivência após a morte. Sabe decerto que a alma após a sua separação do corpo, continuará a progredir até atingir a presença de Deus (Gleanings from the Writings of Baha’u’llah, LXXXI)
Esta mensagem espiritual pode dar-nos muita segurança e inspiração. A morte é algo que não devemos temer; e além disso, os ensinamentos Bahá’ís, dizem-nos que é algo para o qual nos devemos preparar:
Ó Filho do Homem! Tu és o Meu domínio e o Meu domínio não perece; assim, porque temes o teu fim? És a Minha luz e a Minha luz nunca se extinguirá; porque receias a extinção? És a Minha glória e a Minha glória não se desvanece; és a Minha túnica e a Minha túnica nunca se desgastará. Permanece, pois, no teu amor por Mim, para que possas encontrar-Me no reino da glória. (Bahá’u’lláh, As Palavras Ocultas, do persa, #14)

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Texto original: The Survival of the Soul after Death (www.bahaiteachings.org)


Alan é um Baha’i que vive na Malásia. É formado em Engenharia de Polímeros e tem um mestrado em gestão internacional. Já visitou mais de 30 países.

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